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Edson detalha saga para deixar Ucrânia e diz que 'quase pensou em desistir'

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

28/02/2022 19h12

Edson é mais um jogador brasileiro que, enfim, conseguiu deixar a Ucrânia. Jogador do Rukh Lviv, o volante, que defendeu o Bahia entre 2019 e 2021, chegou à Hungria depois de passar frio e fome enquanto tentava sair do país através da fronteira com a Polônia. Hoje (28) já é o quinto dia de invasão russa.

Edson deixou a Ucrânia acompanhado de outro jogador brasileiro, Talles, que atua com ele no Rukh Lviv, e de sua namorada, Jéssica. Ele está em um hotel no interior da Hungria e amanhã (1) segue para Budapeste (capital da Hungria) para tentar um voo para o Brasil.

"A gente já estava exausto, quase pensando em desistir voltando para a nossa cidade [Lviv]. Já tínhamos andado 2h a pé, com mala... Paramos num posto para tentar comer, ficamos 3h lá com um frio enorme, sem ter o que fazer. Não podia entrar e ficar nos lugares que o pessoal da Ucrânia expulsava a gente. Aí a gente estava esperando um táxi que nunca chegava", conta.

Em um vídeo gravado no hotel, Edson detalhou a saga para deixar a Ucrânia, recordou as inúmeras horas que passou sem ter onde ficar perto da fronteira com a Polônia e agradeceu à brasileiro que facilitou a sua saída do país.

"Foi quando a Jéssica e o Talles saíram para conseguir comida em algum lugar, e eles acharam a Clara. Ela estava com um papelão com a bandeira do Brasil... Depois vieram ao meu encontro, e a Clara foi um anjo que apareceu na nossa vida. Aí seguimos viagem; pela Polônia estava difícil de entrar, e ela deu a ideia de a gente ir pela Eslováquia", recorda.

"Passamos por inúmeras barreiras militares. Chegamos lá e uns 40 km de carro. Aí seguimos viagem para tentar passar na Hungria. Estava um trânsito, mas a gente estava a quase 4 km da fronteira. A gente acreditou que ia ser rápido, mas na madrugada parou de andar. Ficamos preocupado, mas estava bem mais tranquilo do que os quatro dias na fronteira da Polônia. Estava tudo mais organizado e a gente estava dentro de um carro, sentado, coisa que a gente praticamente não conseguiu na Polônia... Era o tempo todo de pé, tumulto...", acrescenta.

Edson ainda aproveitou para agradecer a todos que torceram e rezarem por ele: "Nunca pensei que ia receber tanta mensagem, vocês não têm noção. Muito obrigado a vocês, pessoas que nunca vi na vida mandando mensagens, vídeos, preocupadas".