'China no corpo'? Como a seleção vê Renato Augusto, em alta no Corinthians
Renato Augusto não é convocado para a seleção brasileira há mais de três anos, mas até hoje faz parte do radar de jogadores observados com frequência pela comissão técnica. Em boa fase no Corinthians, o meio-campista de 34 anos agora desafia a concorrência e o número reduzido de jogos até a Copa do Mundo para descobrir se ainda tem chances de estar no Qatar.
O primeiro desafio ao voltar para o futebol brasileiro em agosto do ano passado era um misto de parte técnica e física. Admirador da qualidade de Renato Augusto, Tite adotou um tom de brincadeira nos bastidores quando foi questionado sobre o possível retorno do jogador à seleção: para voltar a ser convocado, ele precisava "tirar a China do corpo". Tirou?
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Segundo apurou o UOL Esporte, Renato Augusto é visto hoje no Corinthians como um jogador fisicamente apto para qualquer cenário. O único detalhe é que existe uma precaução a mais pelo histórico de lesões na carreira e pela atribulação que será a temporada no futebol brasileiro graças à Copa a partir de novembro. Serão muitos jogos em pouco tempo, o que cobra um preço.
Aos 34 anos, o meia corintiano hoje precisa de um processo mais intenso de recuperação entre um jogo e outro. Por isso, o padrão é uma carga mais leve de treinamentos para evitar lesões, principalmente musculares.
Mas isso não significa que ele tenha apresentado algum sinal ou esteja na beira de um problema físico. É mais uma precaução, pensando a longo prazo. A ideia do departamento físico do clube é que é melhor preservar Renato Augusto de alguns treinamentos para tê-lo em campo em toda a temporada do que dar mais carga de trabalho e correr risco.
O resumo é: se Renato Augusto tivesse que treinar todos os dias igual aos outros jogadores, ele treinaria, porque é conhecido nos bastidores por uma postura profissional exemplar e também faz acompanhamento pessoal em período diferente da rotina do clube para prevenir problemas físicos.
Sobre a seleção, Renato Augusto já era pilar sob o comando de Tite quando foi vendido para a China, em 2016. Por isso, se manteve no grupo que participou da Copa do Mundo da Rússia e foi um dos principais nomes. Pós-Mundial é que as chances minguaram, sendo a última delas em novembro de 2018.
Pessoas da comissão técnica da seleção já tinham detectado que era improvável que Renato Augusto mantivesse o mesmo nível técnico e físico por muito tempo. Mas Tite bateu o pé e até viajou ao país para observá-lo de perto em maio de 2019, de tanto que queria manter o nome no radar. Só depois de alguns dias e jogos vistos na China é que entrou em sintonia com seus auxiliares: em baixa competitividade, não dava para convocá-lo.
Por isso, a volta ao futebol brasileiro para o Corinthians em agosto do ano passado foi uma notícia comemorada na seleção. É a possibilidade de um jogador com qualidade e entendimento de jogo e ambiente disputar espaço e entrar na concorrência, elevando o nível da equipe. Tudo isso na dependência do tempo e de como Renato Augusto reagiria sob todos os pontos de vista.
Desde a volta ao Corinthians, Renato Augusto esteve em 28 dos 31 jogos disputados pela equipe. Contribuiu com cinco gols e duas assistências e foi adaptado taticamente a diferentes funções, de volante a atacante. O desempenho quase sempre foi considerado bom, apesar da oscilação do time, que anunciou semana passada novo técnico, o português Vítor Pereira.
O jogador tem esta volta para a seleção na cabeça, é um objetivo para 2022. Segundo ouviu o UOL, a vontade também mobiliza o elenco do Corinthians. Os outros jogadores têm em mente ajudar Renato Augusto a estar no Qatar.
Na seleção, ele tem o desempenho observado e avaliado com frequência. Em uma ida ao CT Joaquim Grava no dia 15 de fevereiro, o auxiliar técnico Cleber Xavier ouviu relatos e colheu dados sobre o meia no que definiu como "uma visita aos amigos". Poucos dias depois, o também assistente de Tite César Sampaio esteve na Academia de Futebol do Palmeiras para um monitoramento semelhante. Neste caso, o meia Raphael Veiga é o principal alvo.
O calendário não é favorável tanto para o corintiano, quanto para o palmeirense. Estão previstas só mais três convocações antes da lista final para a Copa do Mundo, em outubro. A primeira delas será no próximo dia 11, para duas rodadas das Eliminatórias diante de Chile e Bolívia. Depois serão cinco amistosos divididos entre junho e setembro. Será que dá tempo?
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