As chegadas do português Vítor Pereira no Corinthians e do argentino Fabián Bustos no Santos deixaram Rogério Ceni, do São Paulo, como único treinador brasileiro entre os quatro clubes grandes do futebol paulista, já que o Palmeira também tem o português Abel Ferreira como técnico.
No UOL News Esporte, José Trajano comenta a declaração de Ceni na qual ele lamentou ser o único brasileiro e citou que "vai ser necessário esse momento, essa onda de treinadores de fora vir até que o fracasso exista também e volte-se a pensar nos treinadores daqui do Brasil".
"Eu lamento essa frase final do Rogério, esse fracasso. O que é fracasso no futebol? Só um vai ganhar, ser campeão. O vice é um fracasso, terceiro colocado? O Rogério Ceni está se colocando, será que ele está torcendo para o fracasso dos técnicos? Pode ter essa leitura também, o cara que está enxergando de outro jeito, fala 'será que o Rogério Ceni está torcendo pelo fracasso dos estrangeiros?'. Não sei bem o que ele quis dizer com isso", diz Trajano.
"Ele está numa posição muito boa, é o único brasileiro dos quatro grandes, mas eu acho que nem todos eles que chegam de fora são tão bons assim, agora, me impressiona muito a quantidade de técnico português no Brasil. Por que eles vêm? Eles têm uma escola de treinadores muito importante, muito séria, eles estudam para valer e agora estão deixando de trabalhar no Velho Mundo para virem ao Brasil", completa.
Milly Lacombe também comenta as declarações de Rogério Ceni e considera que a resposta está no fato de já há alguns anos os técnicos brasileiros não conseguirem se destacar pelos trabalhos realizados nos clubes do país, apontando um hiato desde o auge de Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, além de Tite.
"A gente precisa se perguntar por que está acontecendo que a gente está olhando agora para treinadores portugueses mais do que para qualquer outro tipo de treinador. Tem aí umas resposta, a gente há muito tempo não tem um treinador que responde aqui como foram Luxemburgo e Muricy no começo dos anos 2000, o Luxemburgo chegou a ser contratado pelo Real Madrid", diz Milly.
"Eu acho que a gente precisa de novo olhar o que tem causado esse movimento e não para esse sintoma. Por que está acontecendo isso? Por que a gente parou de fazer treinadores que enxerguem o jogo como uma possibilidade de mudar alguma coisa, de fazer uma pequena revolução tática, pensar em novas estratégias, que não criem times montados a partir de sistemas defensivos robustos. A gente parou", conclui.
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