Topo

Inter tem cuidado com "clima hostil" da própria torcida antes do Gre-Nal

Cuesta (dir) foi muito vaiado ao longo do jogo contra o Aimoré, no estádio Beira-Rio - Ricardo Duarte/Inter
Cuesta (dir) foi muito vaiado ao longo do jogo contra o Aimoré, no estádio Beira-Rio Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/03/2022 04h00

Protestos com palavras de ordem, cobrança. Vaias, ofensas e até alguns gritos de "burro" quando Alexander Medina mexeu no time na vitória por 1 a 0 sobre o Aimoré, ontem, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho. O Inter vive dias de tensão e sabe disso. O próprio treinador definiu o ambiente como clima hostil. E foi do uruguaio que saiu o tom de cuidado com o lado psicológico e esse caldeirão de sentimentos às vésperas do Gre-Nal.

O Inter recebe o Grêmio na quarta-feira (9), no estádio Beira-Rio, em jogo atrasado da 9ª rodada do Campeonato Gaúcho.

"Não é fácil trabalhar em um clima hostil. Não é nada fácil. Chegamos e encontramos situação adversa já no início. Jogadores que estão aqui há tempos e, infelizmente, estão enfrentando essa situação", disse Alexander Medina, treinador do Inter.

A fala foi dita após pergunta sobre críticas da torcida e protestos do público no estádio, especialmente com relação a nomes como Victor Cuesta, Moisés e Edenilson. O trio é alvo da ira de vários colorados pelas atuações ao longo de 2021.

Mas o problema do Inter não se restringe aos jogadores que estão há tempos no clube. A campanha no Gauchão, com recentes tropeços em série e, principalmente, a eliminação para o Globo-RN, na Copa do Brasil, foram estopim para uma grande onda de contestação.

De um lado, a torcida cobra reformulação no elenco. Chance para jovens. Critica atletas que atuam em sequência. De outro, a comissão técnica que assumiu em janeiro segue com testes e análise do elenco. E também espera por mais reforços. Até lá, a saída é conversar.

"Estamos trabalhando muito a parte psicológica com os jogadores. Falamos praticamente todo dia. Me coloco na pele deles e sei que não é fácil. Espero que haja apoio no Gre-Nal. São bons jogadores. Vamos ajudar que eles superem isso. Que passem por isso. Eles podem reverter esse cenário. E isso se reverter com bons jogos, boas atuações. Eu acredito que eles são muito bons, mas o que falta é acreditar, ter fé, otimismo. Confiança. Vamos buscar mudar isso", declarou o treinador colorado.

O Gre-Nal 435 acontece no estádio Beira-Rio, pela 9ª rodada do Campeonato Gaúcho. O jogo foi adiado após o ônibus com a delegação do Grêmio ser alvo de pedradas no último dia 26. Villasanti foi atingido e diagnosticado com traumatismo craniano. Os clubes e a federação fecharam acordo para remarcar o clássico.