Topo

OPINIÃO

RMP: Diferença na premiação do futebol masculino e do feminino é absurda

Do UOL, em São Paulo

08/03/2022 12h35

O Campeonato Brasileiro feminino de futebol teve sua rodada de abertura concluída ontem com o empate entre São Paulo e Flamengo em 1 a 1, em temporada que tem o aumento da quantidade de clubes com três divisões e maior tempo de transmissão, alguns fatores positivos, enquanto a premiação ainda está muito abaixo do futebol masculino.

No UOL News Esporte, Renato Maurício Prado afirma que é necessário que o futebol feminino consiga atingir maior valor de mercado a partir de audiência e presença de público por se tratar de um negócio, mas ressalta que a diferença na premiação ainda é muito grande, considerando que o Atlético-MG faturou R$ 33 milhões pelo título masculino no ano passado, enquanto o Corinthians levou R$ 290 mil pelo título feminino.

"A gente está vendo realmente um crescimento, mas a questão dos prêmios, claro que essa disparidade é absurda, é grande demais, mas isso aí também até que as meninas atraiam o público, patrocínios, venda de direitos relativamente próximas aos dos homens é difícil a gente defender que as premiações sejam idênticas, porque o futebol é um grande Business, o esporte mundial é um grande business", diz Renato.

"Se o futebol masculino atrai mais público, custa mais caro a venda dos direitos de televisão e bota mais público no estádio, naturalmente os prêmios no masculino ainda vão ser maiores. Mas eu acho que já pode começar a ser diminuída essa diferença porque realmente é muito grande mesmo, acho que a coisa pode começar aos poucos a ser diminuída e já deveria ter uma diferença menor", completa.

Danilo Lavieri ressalta que o nível técnico da competição cresceu e destaca o aumento na quantidade de divisões como um fator que pode fazer a diferença no médio e longo prazo como incentivo para a adesão de mais mulheres ao futebol, ao mesmo tempo em que reconhece que há uma disparidade muito grande no valor das premiações.

"É muito importante que esteja melhorando o futebol feminino em todos os termos, não só na questão financeira, também na estrutura, isso de ter primeira, segunda e terceira divisão é muito importante até para a gente pensar em algo não só a curto prazo, também a médio e longo, que é incentivar as mulheres a praticar o esporte, a entrar no futebol", afirma Lavieri.

"O Campeonato Brasileiro já teve altos e baixos e agora com transmissão, com bastante gente apoiando eu espero que essa diferença diminua cada vez mais", conclui.