Máscara vira raridade em primeiro jogo após liberação de Doria
Pedro Vilas Bôas, 32, aguardava ao lado de dois amigos o início da partida entre São Paulo e Palmeiras sentado em uma das cadeiras do segundo anel do Morumbi. No rosto, ostentava algo que se tornou raro de um dia para o outro: uma máscara cirúrgica branca, usada para evitar a disseminação da covid-19.
O torcedor virou a exceção de uma nova regra seguida pelos amigos que o acompanhava. O governador João Doria anunciou ontem (9) a liberação do uso de máscaras em ambientes abertos em todo o estado de São Paulo. Por mais que o estádio do Morumbi misture espaços com teto e sem, boa parte dos torcedores optou pela não utilização da proteção.
A reportagem permaneceu por mais de duas horas nas imediações do estádio e o número de pessoas usando máscara corretamente mal completava os dedos de duas mãos. Algumas ainda a deixavam posicionada no queixo, mas a maioria resolveu colocar o objeto no bolso para o momento em que fosse obrigatório utilizar.
Na parte de dentro, a tendência se manteve. Alguns dos camarotes do segundo anel ficaram abarrotados de pessoas sem máscaras. Antes de a bola rolar, os comes e bebes justificavam a não utilização da peça. Com a bola rolando, contudo, não havia comida nem máscara.
Os policiais que faziam as escoltas para os ônibus de São Paulo e Palmeiras chegarem ao Morumbi também abriram mão das máscaras. O único recorte em que o objeto foi maioria foi com os funcionários do estádio. Posicionados em lugares fechados, eles mantiveram o uso, como manda a lei. Mesmo nas partes externas a maioria seguiu optando pela proteção.
O estado de São Paulo tem apresentado uma queda no número de casos de covid-19 - a média atual é de 9.197 casos, ante 16.463 de um mês atrás. O dado foi utilizado pelo governador para justificar a decisão, ao mesmo tempo em que liberou a capacidade máxima dos estádios.
"A decisão de hoje se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação. São Paulo é o estado que mais vacina no Brasil. A decisão está respaldada na ciência, na saúde e no respeito pela vida", afirmou Doria. "É um novo momento na vida e no trabalho. Depois de dois anos e dois meses de pandemia e de perdas, nós podemos tomar uma medida com esta importância e dimensão", disse Doria, em entrevista coletiva ontem.
Pedro, a exceção que abre a reportagem, ainda se mostra reticente de andar sem a máscara. O único momento em que ele prefere seguir a nova orientação é durante os 90 minutos em que a bola rola. O nervosismo de uma partida de futebol acaba falando mais alto.
"Durante o jogo é um pouco difícil de ficar com a máscara, mas antes de começar e depois na saída você cruza com muitas pessoas, é melhor estar protegido. A minha ideia é seguir usando a máscara até que os casos zerem", disse, enquanto seus amigos corriam para colocar a máscara para saírem juntos na foto.
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