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Por que Raphael Veiga nunca esteve tão perto de ser convocado à seleção

Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras contra o Santo André - Ettore Chiereguini/AGIF
Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras contra o Santo André Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

10/03/2022 04h00

Há três grupos de jogadores que estarão na lista da seleção brasileira a ser anunciada por Tite amanhã (11), para os jogos contra Chile e Bolívia, pelas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa do Qatar. Existem os que formam a espinha dorsal. Outros serão "recuperados", pois já apareceram em listas passadas e voltarão. E há o bloco das oportunidades. Considerando esse terceiro cenário, Raphael Veiga, do Palmeiras, nunca esteve tão perto de, enfim, receber a sua chance.

O acompanhamento da comissão técnica da seleção vem de longa data e se intensificou nos últimos meses, sobretudo por conta da campanha vitoriosa dos palmeirenses na Copa Libertadores. Como Veiga é destaque do time, tem somado atuações de qualidade e gols relevantes, como foi no Mundial de Clubes, atrair os holofotes acaba sendo natural.

Raphael Veiga encaixa nos planos de Tite como um articulador. A função é similar à de Éverton Ribeiro, por exemplo, e Philippe Coutinho. Com 26 anos, ele já é visto pela comissão técnica como um jogador que já atingiu uma afirmação que o credencia a ser convocado.

As partidas do Palmeiras passaram a ser analisadas de forma mais minuciosa pela comissão técnica de Tite. Desde a última data Fifa, em janeiro, os dois jogos da Recopa Sul-Americana, por exemplo, tiveram dois observadores in loco. Outras partidas pelo Paulistão também foram destrinchadas, além, claro, do Mundial nos Emirados Árabes.

César Sampaio, um dos assistentes de Tite, chegou a visitar um treino do Palmeiras para fazer uma aproximação maior não só ao goleiro Weverton, que é figurinha repetida nas convocações, mas também a Veiga. Faz parte do processo ver como o jogador se porta nos trabalhos pré-jogos e também na partida, em si. Tite, inclusive, já passou da fase de esconder a admiração por Veiga.

"Faço isso propositalmente, no sentido de dizer que estou acompanhando todos. Com grande desempenho nos seus clubes, eles vão estar sempre olhados. Quero, sim, tê-los o mais próximo possível", disse o treinador, em entrevista à TNT Sports nesta semana.

César Sampaio, auxiliar de Tite, no treino do Palmeiras na Academia de Futebol - Divulgação/ Palmeiras - Divulgação/ Palmeiras
César Sampaio no treino do Palmeiras na Academia de Futebol
Imagem: Divulgação/ Palmeiras

O momento da seleção permite essa abertura de leque. Há dois fatores. O primeiro é a tranquilidade na campanha das Eliminatórias. Isso tira um pouco o peso e abre chances de jogos menos dramáticos para a inserção e testes de novas opções pensando na Copa do Mundo, em novembro. O outro é que há uma perspectiva de que a Fifa permita a convocação de 26 jogadores para o torneio no Qatar. Logo, há espaço para mais três jogadores do que normalmente um técnico de seleção pode chamar em Copas do Mundo.

O meio-campo, inclusive, tem concorrência grande e é o espaço no qual o técnico tem "inchado" mais as listas. Mas não necessariamente na posição de Veiga e, sim, na função de segundo volante — a lista passada teve, por exemplo, Gerson, Fred e Bruno Guimarães. Até Renato Augusto pode voltar, no meio disso tudo.

Nesse lastro de observação do Palmeiras, a comissão técnica da seleção também se deparou com as atuações de Danilo. Mas Tite vê Raphael Veiga em um estágio mais consolidado para entrar de vez na concorrência por um espaço na seleção.

A convocação para os dois próximos jogos será às 11h (de Brasília) de amanhã. O Brasil enfrentará o Chile no dia 24, no Maracanã. Depois, dia 29, vai a La Paz para o duelo contra a Bolívia. A consolidação de quem receber oportunidades agora ainda poderá acontecer ao longo do ano. A diretoria de seleções planeja ao menos três jogos em junho e dois em setembro antes da convocação final para a Copa do Mundo.