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Seleção acirra disputas pelas últimas vagas na Copa; quem está na briga?

Depois da convocação feita por Tite ontem (11), restam apenas mais duas antes da Copa do Mundo - Lucas Figueiredo/CBF
Depois da convocação feita por Tite ontem (11), restam apenas mais duas antes da Copa do Mundo Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Gabriel Carneiro e Igor Siqueira

Do UOL, em São Paulo e Rio de Janeiro

12/03/2022 04h00

Classificação e Jogos

A convocação de ontem (11) da seleção brasileira para as rodadas finais das Eliminatórias da Copa do Mundo deixou recados importantes para o que já pode ser considerado uma reta final de preparação. Faltam apenas sete jogos antes da viagem ao Qatar.

Ao mesmo tempo em que algumas certezas foram reforçadas, como por exemplo as preferências de Tite entre goleiros e zagueiros, outras disputas estão abertas à espera de jogadores que aproveitem as chances e espantem a concorrência. "Um dos aprendizados que o tempo me deu como técnico é de não fechar possibilidades reais", avisou o treinador.

Os próximos desafios do Brasil são as rodadas finais das Eliminatórias, nos dias 24 e 29 deste mês, contra Chile e Bolívia. Depois, ficam faltando mais cinco amistosos - três em junho e dois em setembro. Em outubro sai a lista final de 23 nomes (ou 26, a depender de uma definição da Fifa) e no mês seguinte já tem bola rolando no Oriente Médio.

Tite convocou 85 jogadores desde a Copa do Mundo da Rússia. O último é o atacante Gabriel Martinelli, de 20 anos, do Arsenal. Uma chance de ouro num contexto em que as escolhas do treinador se afunilam e a Copa se aproxima. A partir disso, o UOL Esporte preparou um levantamento que mostra quem está na briga e quem já é nome certo a oito meses da Copa.

Gol

Goleiros - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Tite e Taffarel com os goleiros Alisson, Ederson e Weverton durante treino da seleção brasileira em junho de 2021
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Alisson, Ederson e Weverton são os preferidos de Tite e do preparador de goleiros Taffarel e isso dificilmente vai mudar até a Copa. Faz um ano e meio que algum deles só fica fora da convocação por questões alheias à opção do técnico.

Lateral direita

Daniel Alves - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Daniel Alves durante partida da seleção brasileira contra o Equador no começo do ano
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Daniel Alves e Danilo largam na frente em termos de preferência e experiência. Além disso, aportam ao time o que Tite deseja para a seleção no momento, em comparação com Emerson Royal (expulso contra o Equador). A questão aqui está no papel de construção por dentro, apoio ao meio-campo e sustentação defensiva.

Entre Dani e Danilo, cada elemento desse tem variações. Mas não foge ao padrão esperado por Tite. Emerson é um jogador que dá mais profundidade ao apoio e tem ainda certas dificuldades defensivas. A disputa, de todo modo, não sai desses três.

Lateral esquerda

Arana - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Guilherme Arana durante jogo da seleção brasileira contra a Venezuela, quando foi titular
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Há quatro concorrentes. Alex Sandro é, hoje, o preferido e só não foi chamado porque não está 100% fisicamente. A Juventus o prepara para o duelo de semana que vem, pela Liga dos Campeões, contra o Villarreal. Assim, a comissão técnica optou por chamar Alex Telles, que foi bem na data Fifa passada, e Guilherme Arana. Eles levaram a melhor sobre Renan Lodi.

Há também um componente tático que ajuda a explicar a decisão de Tite. Como lá na frente há um ponta esquerda muito agudo, que é Vini Jr, a preferência é por um lateral construtor e que dê suporte às linhas defensiva e de meio-campo. Logo, Telles faz bem esse papel. No caso de Arana, é mais uma oportunidade para um jogador que foi lançado por Tite no Corinthians, quando tinha de 17 para 18 anos. Campeão olímpico e em crescimento no Atlético-MG, ele só não apareceu na lista passada porque ainda não tinha voltado aos treinos após as férias.

Zaga

Marquinhos - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Thiago Silva e Marquinhos formam a dupla de zaga titular da seleção brasileira
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Assim como o gol, é outro setor que parece fechado. Marquinhos e Thiago Silva são os titulares, Éder Militão o reserva mais acionado e Gabriel Magalhães o quarto homem já há quatro meses.

O jogador do Arsenal, aliás, foi convocado em novembro de 2021 para substituir Lucas Veríssimo, que sofreu uma lesão grave e ainda não voltou a jogar pelo Benfica. Léo Ortiz, Felipe e Nino fazem sombra, mas só mesmo a volta em alto nível de Veríssimo pode mudar o panorama atual. Ele ainda não tem previsão para isso.

Meio-campo defensivo

Casemiro é o titular, Fabinho o reserva imediato e Bruno Guimarães tem sido convocado seguidamente como uma espécie de opção a eles que também pode atuar como segundo volante, na vaga normalmente ocupada por Fred - mas que pode ser de Lucas Paquetá quando a seleção é mais ofensiva. Agora no Newcastle, Bruno Guimarães reduziu o espaço de Douglas Luiz recentemente. Mesmo assim, a disputa está aberta.

Arthur - Divulgação - Divulgação
Arthur durante jogo da Juventus na Itália
Imagem: Divulgação

Um nome que apareceu na convocação de ontem e entra na concorrência é Arthur. Campeão da Copa América em 2019 e autor de um gol contra o Uruguai na quarta rodada das Eliminatórias, ele se recuperou de problemas físicos e tem tido sequência de jogos na Juventus. Ele entrou na vaga que já foi de Gérson e Edenilson para tentar reconquistar Tite - e também o torcedor da seleção - nos treinos e jogos de março. Renato Augusto também é tratado como uma opção para a posição, mas a fila da redenção foi furada por Arthur.

Meio-campo ofensivo

Na lista atual, as opções foram Paquetá e Coutinho. Eles são os chamados articuladores, flutuadores - termos usados com frequência pela comissão. Eventualmente ambos até podem atuar juntos, mas o desenho preparado por Tite nas últimas partidas prepara Paquetá como titular e Coutinho no banco - mas como reserva de Neymar.

Paquetá - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Paquetá e Neymar comemoram gol na seleção: ideia é tê-los juntos em campo
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Neymar na seleção (assim como no PSG) é cada vez mais um meia. Posiciona-se atrás do centroavante, que dá profundidade ao time, e vem construir jogo da faixa central do campo para frente. Com esse arranjo envolvendo os três já citados, faltou espaço para Éverton Ribeiro, que vinha sendo chamado com frequência, já que Tite só trouxe 25 jogadores desta vez. Além disso, não houve brecha para uma oportunidade a Raphael Veiga, do Palmeiras.

Ataque

Richarlison - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Richarlison durante partida da seleção brasileira contra o Peru pela Copa América, em 2021
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Antes de mais nada, é preciso só separar dois grupos: quem joga na ponta e quem joga centralizado. Tite, desta vez, optou por praticamente abdicar de centroavantes. Richarlison, que pode fazer função tanto aberto pelo lado, quanto pelo meio, é quem mais se parece com um atacante de referência. A presença dele significou ausências de Gabriel Jesus, Gabigol, Pedro e dos lesionados Roberto Firmino e Matheus Cunha.

Dessas opções, Tite tem em Richarlison um jogador que ataca espaços e não necessariamente aquele camisa 9 para brigar por bolas pelo alto. Em termos de jogadas combinadas e tabela, Gabigol e Firmino cumprem melhor esse papel. Pedro é o cara de presença de área, mas que não será o puxador de contra-ataque.

Martinelli - Getty Images - Getty Images
Martinelli tem 20 anos e defende o Arsenal
Imagem: Getty Images

Tite concentrou os esforços nos jovens que têm brilhado como pontas. Vini Jr. é o de maior destaque, mas isso se aplica a Antony, Raphinha, Rodrygo e, por último, Gabriel Martinelli, que é o 47ª jogador convocado pela primeira vez para a seleção neste ciclo para o Qatar. Ele tem 20 anos e é frequentemente titular do Arsenal. "A ideia que trazemos é usá-lo como externo esquerdo, um jogador que pode fazer movimentação diagonal, que busca o gol, a assistência, a entrada na área", explicou Cléber Xavier, auxiliar da seleção, sobre a novidade da lista.

Em comum, estes cinco jogadores têm características de drible, jogadas de linha de fundo. O treinador incentiva que haja presença de área nas jogadas, mesmo sem tanta estatura para isso.

Quem foi o jogador mais injustiçado que ficou fora da lista de Tite?

Resultado parcial

Total de 2414 votos
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ALEXANDRE DURÃO/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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