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VP explica troca de Du ainda no 1º tempo e elogia a Fiel: 'Ambiente mágico'

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

12/03/2022 21h35

O técnico Vítor Pereira teve hoje (12) sua primeira experiência como técnico do Corinthians na Neo Química Arena e o resultado não poderia ter sido melhor: 5x0 diante da Ponte Preta. Ao fim da partida, o português demonstrou satisfação com o que viu dentro de campo, explicou o porquê de ter substituído o volante Du Queiroz ainda no primeiro tempo de jogo e, por fim, falou em um 'ambiente mágico' em Itaquera.

"Sinceramente, senti um ambiente mágico. Ambiente de apoio total, sentimos que nos empurram para frente, que nos ajudam e é maravilhoso sentir isso. Tivemos períodos de bom futebol do ponto de vista defensivo e ofensivo. Evidentemente, ainda não conseguimos jogar os 90 minutos da mesma forma, mas o que mais gostei hoje foi a intenção de fazê-lo. Vamos melhorar no dia a dia", afirmou o treinador, que soma passagens por clubes de Portugal, Alemanha, Turquia, Arábia Saudita e China.

Ao longo dos 90 minutos de partida, o Corinthians foi muito pouco agredido pela Ponte Preta e tomou conta do jogo do início ao fim. Apesar da superioridade diante da Ponte Preta, a noite não foi das melhores para o volante Du Queiroz, substituído antes dos 30 minutos do primeiro tempo. Vítor Pereira justificou a mudança com o cartão amarelo recebido pelo jogador e confessou que lhe pediu desculpas ao fim do jogo.

"O Du é jovem, naturalmente que aquele amarelo no começo prejudicou. Na posição que ele joga, precisa muitas vezes parar o contra-ataque, fazer a falta tática. Naturalmente, um jogador jovem que está em processo de desenvolvimento e aprendizagem. Não podemos correr o risco de ficar com um jogador a menos tão cedo no jogo. Já lhe pedi desculpa, mas ele tem que entender. Se fosse um jogador mais experiente, com mais maturidade, maturidade tática, mas o Du é jovem. Não pude correr o risco dele receber o segundo amarelo", argumentou.

Por fim, o português não escondeu a satisfação pela goleada em casa e com quase 40 mil pessoas no estádio. Mais do que isso, o treinador festejou o fato de a equipe ter se portado da forma como foi solicitada dentro de campo, com as linhas altas e sufocando a Ponte Preta no campo de defesa.

"Contente pelos gols marcados e por não termos concedido nenhum gol ao adversário. Intenção clara de jogar alto, de marcar alto, de pressionar, de reagir com agressividade à perda de bola. Nos primeiros minutos senti uma precipitação, mas depois sim o time jogou com personalidade e fez o que jogo que eu gosto de ver jogar", concluiu Vítor, que agora se prepara para o clássico contra o Palmeiras, quinta (17), no Allianz Parque.

Leia, na íntegra, a entrevista coletiva do técnico do Corinthians:

Sobre posicionamento de Fagner como lateral-esquerdo no fim do jogo

"Disse logo quando cheguei que gosto de fazer alterações táticas, buscando diferentes espaços, diferentes características nos jogadores. Essa alteração foi no sentido de continuar a ter bola, ter linhas de passe, controlar a largura e profundidade. O Mantuan estava para entrar, sinceramente quem iria sair era o Willian para ter um bocadinho de descanso, mas com o Piton estava com cãibras. O Fagner tem qualidade para jogar, não tínhamos necessidade de nos projetar. Eu gosto dessas nuances, gosto de ir alterando durante o jogo".

Sobre a negociação com Júnior Moraes

"Não vou falar sobre o Júnior Moraes enquanto não estiver aqui. Só posso falar dos jogadores quando eles estiverem aqui. Se ele vier, estou disponível para falar sobre isso".

Sobre o meia-atacante Willian

"Jogador técnico, rápido, inteligente. É, de fato, uma mais-valia".

O Corinthians manterá a postura ofensiva contra o Palmeiras?

"A identidade de uma equipe não se constrói jogando alto e depois jogando baixo. Nós não vamos, em função do adversário, alterar a nossa filosofia de trabalho. A nossa intenção será jogar alto, ter a bola, não permitir que o adversário tenha espaço. Quero evitar ao máximo que minha equipe venha para trás, essa é a intenção. Expliquei muito bem aos jogadores o que queria e todos entenderam. Vou começar a estudar o Palmeiras hoje, vamos ver. A intenção tem que ser criar uma identidade. Não podemos comer uma vez carne e outra vez peixe. O processo precisa evoluir"

Sobre preparação para o Dérbi

"Já joguei muitos na minha vida, são aspectos que vão além do jogo. Já percebi claramente essa rivalidade, mas neste tipo de jogo temos que nos manter fiéis a nós próprios. O que mais me desagrada no futebol é quando não nos entregamos no nosso trabalho, nas nossas características e não somos fiéis ao nosso estilo. Gosto de gente de coragem e é esse jogo de coragem que quero ver jogar".

Sobre velocidade colocada na partida

"Às vezes, é o próprio jogo que coloca o momento do jogo que nos dá o imput para acelerarmos. Os jogadores algumas vezes aceleraram o jogo, mas isso tem que ser no momento próprio. Temos que perceber o momento de acelerar e o momento de desacelerar. Tem que ser um futebol de aceleração e desaceleração, não é manter sempre o mesmo ritmo. Não vou muito por esse tipo de futebol, gosto quando a equipe percebe os momentos para termos tempo de pensar. Tem que ter cérebro, tem que ser inteligente".

Por que o Corinthians começou com Mosquito de titular ao invés do Giuliano?

O Giuliano é um jogador que atua por dentro, não por fora. Tive uma conversa com ele essa semana e ele concordou comigo. É um meia com características ofensivas, inteligente, sabe encontrar os espaços. Na posição de pontas, preciso de verticalidade, de velocidade, de jogadores fortes no um contra um e entendi que o Gustavo tem essas características. A densidade de jogos é tão grande que todos precisam estar preparados, vai haver possibilidade para todos. Gostei muito do jogo do Gustavo Mosquito.

Sobre linhas altas

"Fundamentalmente, foi a correção dos tempos de pressão. É isso que temos pouco trabalho, às vezes falhamos os tempos, um ou outro movimento. Precisamos de tempo de trabalho, é como afinar a máquina, ser mais precisa. É natural que os tempos, os momentos de acelerar a pressão, tem que ser compreendidos por todos. Estão em uma fase de adaptação, falhamos alguns tempos de aceleração nos momentos de pressão".

Quais características do elenco você já conseguiu identificar?

"O tempo é curto, ainda estou a estudar. Todos os dias estudo e tento entender as características de cada um. Já disse que ser treinador é observar, analisar e começar a colocá-los naquilo em que se sentem confortáveis para fazer. Ando satisfeito com todos, já lhes disse que todos precisam estar preparados para entrar e vamos precisar de todos".

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