'Leonardo no pelourinho': entenda faixa da torcida do PSG contra brasileiro
Apesar da vitória por 3 a 0 sobre o Bordeaux, o dia foi de muitas críticas por parte do torcedor do PSG devido a eliminação da Liga dos Campeões diante do Real Madrid. Se Neymar e Messi foram os mais vaiados em campo, as faixas nas arquibancadas foram direcionadas a diretores, entre eles o brasileiro Leonardo.
Um dos cartazes estendidos (foto) dizia: "Mbappé a Paris, Leonardo au pilori". Na tradução literal, o pedido dos torcedores franceses era que Mbappé ficasse no clube, enquanto Leonardo fosse mandado ao pelourinho. Brasileiros que leram a mensagem foram logo levados a uma menção aos tempos de escravidão. Mas não foi bem isso.
O pelourinho era uma espécie de poste onde o suposto criminoso era amarrado e açoitado em praça pública. Foi um instrumento de punição trazido da Europa e usado no Brasil no contexto da escravidão. A faixa da torcida do PSG, no entanto, faz referência a uma expressão utilizada na França que vem de 'mettre au pilori': punir, mas sem conotação de tortura ou referências à escravidão. Joelma Santos, professora de francês, explica.
"A expressão faz referência ao pelourinho instrumento de tortura se você traduzir literalmente, mas não é exatamente isso. Ela tem origem nesse instrumento, mas quer dizer que é algo que não se quer, que se condena, rejeita ou despreza", explicou a professora ao UOL Esporte.
De volta ao PSG desde 2019, o brasileiro Leonardo é diretor de futebol do time e viu a pressão aumentar a medida que pode perder o astro Kylian Mbappé de graça, ao término do contrato no fim desta temporada. Em agosto de 2021, o cartola chegou a falar sobre o assunto e confiava na permanência do francês.
"Nosso objetivo é que ele fique e renove. O Real Madrid fez uma oferta. E Mbappé sempre prometeu que nunca deixaria o clube livre. Veremos em um ano. Eu sempre disse isso, que ele não vai sair de graça. Conversamos muito com o Mbappé, com os pais dele, com o seu estafe, percorremos um caminho muito longo. Eu sei que as pessoas falam que eu quero vender, mas o Nasser [Al-Khelaïfi] e eu temos a mesma opinião, não estamos divididos. Se alguém quiser ir embora, não vamos dizer não, mas eles farão nas nossas condições. Veremos o que acontece", afirmou na época.
Eliminado da Liga dos Campeões justamente pelo Real Madrid, maior interessado na contratação de Mbappé, o PSG irrompeu em uma crise que tem os 'ultras', parte mais radical da torcida, pedindo até mesmo a saída do presidente Nasser Al-Khelaifi.
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