Abramovich ganhou 'três Chelsea' em caso de corrupção na Rússia, diz TV
Roman Abramovich está prestes a deixar o comando do Chelsea, mas o valor a receber pela venda do clube inglês pode não significar grande impacto em seu patrimônio. A imprensa europeia informa que o time está a venda por valor entre US$ 2,5 bilhões e US$ 3,5 bilhões, o que não passaria de 30% do que o bilionário russo embolsou em uma única transação investigada por corrupção entre os Anos 1990 e 2000.
Abramovich comprou a empresa de petróleo Sibneft em 1995, em meio a um programa de desestatização do governo russo. Dez anos depois, vendeu de volta ao governo. A história é relativamente antiga, e o bilionário já confirmou ter pagado propina, mas os valores são novidade: de acordo com a rede britânica BBC, ele gastou US$ 250 milhões na compra da estatal, que depois voltou ao controle do governo por US$ 13 bilhões, uma valorização de 52 vezes.
Deste valor total, documentos aos quais a BBC teve acesso afirmam que a Rússia foi fraudada em US$ 2,7 bilhões, mais ou menos o valor pelo qual o Chelsea está à venda atualmente.
Abramovich já admitiu perante à Justiça inglesa que, na época, pagou propina a funcionários do governo russo para facilitar a compra da Sibneft por um preço menor do que a empresa de fato valia. O depoimento foi feito em 2012, durante um julgamento, porque seu ex-sócio Boris Berezovsky o havia processado. Segundo o próprio Abramovich, ele deu 10 milhões de dólares para Berezovsky repassar a um alto funcionário do Kremlin —Berezovsky, que morreu em 2013, foi acusado no Brasil de lavar dinheiro na parceria entre MSI e Corinthians.
"Era um esquema de fraude, no qual os que tomaram parte na privatização formaram um grupo que permitiu Abramovich e Berezovsky a enganar o governo e não pagar o valor que a companhia de fato valia", diz Yuri Skuratov, procurador-geral da Rússia que investigou o negócio à época.
Os negócios mal explicados e a proximidade com o governo da Rússia têm custado caro a Abramovich desde a semana passada, quando foi sancionado pelo Reino Unido e teve suas empresas canceladas no país. Uma delas, o Chelsea. O clube está proibido de vender ou contratar jogadores, não pode sequer vender ingressos e foi colocado à venda em meio a um turbilhão que pode inclusive terminar em falência, a depender dos próximos acontecimentos. Sem saída, Abramovich anunciou não comandar mais o clube.
O governo britânico vê Abramovich como "amigo pessoal" do presidente russo Vladimir Putin, que deu a ordem para as tropas do país invadirem a Ucrânia no mês passado. Ele também seria um dos fornecedores de matéria-prima ao exército russo, por isso, no âmbito das reações dos países europeus à guerra, ele foi incluído em uma lista de bilionários sancionados.
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