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Roupeiro do Fla lidera mutirão por desabrigados de tragédia em Petrópolis

Técnico Paulo Sousa conversa com Clebinho, roupeiro do Flamengo, durante treino no Ninho do Urubu - Marcelo Cortes/Flamengo
Técnico Paulo Sousa conversa com Clebinho, roupeiro do Flamengo, durante treino no Ninho do Urubu Imagem: Marcelo Cortes/Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/03/2022 04h00

Na corrente de solidariedade formada após a tragédia que se abateu sobre Petrópolis, Cleber Reis, roupeiro do Flamengo, foi um dos elos que se uniram para recuperar a cidade devastada pela chuva.

Por conta própria, Clebinho, como é conhecido no clube, subiu e desceu a serra por dias consecutivos e atuou como voluntário. Ao lado de outros dois amigos, o rubro-negro se colocou à disposição para ajudar com o que fosse necessário. Do transporte de doações ao auxílio em remoções, ele somou forças em meio ao caos.

"Quando há tragédias é natural que a gente se mobilize para somar e contribuir. Me organizei aqui e fui como voluntário durante dois dias. Chegava de noite depois do treino e vinha embora de manhã. Quando a gente vai para uma situação dessa vai como voluntário, colaboramos com qualquer situação. Ajudei no apoio de transporte de alimentos, na limpeza de locais e até de pequenos escombros A gente aguardava uma posição dos profissionais com experiência", disse ele ao UOL Esporte.

Nestes dias em Petrópolis, o roupeiro viu uma cidade devastada, mas que se uniu em um momento de dor. A hospedagem e a alimentação, por exemplo, foram cortesia do dono de uma pousada que abriu as portas para cidadãos que integraram a força-tarefa após a destruição.

Essa não foi a primeira vez que Clebinho se mobilizou para estender a mão em um momento delicado. Na enchente que castigou a Região Serrana do Rio, em 2011, ele foi para Nova Friburgo também como voluntário. Influenciado pelo lateral Rafael Galhardo, então no Fla e natural de Nova Friburgo, o rubro-negro ajudou como pôde na ocasião.

"Estive lá por causa do Galhardo, que era nosso atleta. Me coloquei como voluntário para tentar amenizar o sofrimento das pessoas que conhecemos. O que me motivou é foi o fato de pensar no próximo. Em uma situação como essa, acho que é o mínimo que temos de fazer como seres humanos e cidadãos. Me senti bem assim, pretendo voltar para continuar ajudando de alguma forma ", afirmou Clebinho.

Flamengo se une

Além da atuação individual de Clebinho, os jogadores e funcionários contribuíram com doações que resultaram em ajuda material para as vítimas.

Por iniciativa dos rubro-negros, o departamento de futebol arrecadou R$ 63 mil. Com R$ 25 mil, Andreas Pereira foi quem mais doou. Foram compradas 300 cestas básicas, além de 25 geladeiras e 25 fogões.

O clube também disponibilizou pontos de arrecadação de roupas e mantimentos e firmou parcerias para ajudar as vítimas da catástrofe em Petrópolis. De acordo com números da Polícia Civil, houve 232 mortes e há 1.120 pessoas em abrigos.

"É muito importante os grandes clubes se envolverem nessas causas para usarem a mídia a favor da solidariedade. O clube foi bastante incisivo, houve uma quantidade expressiva de cestas básicas e dinheiro. O Flamengo está de parabéns", acrescentou Reis.