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Casares diz que São Paulo apresentará déficit de R$ 106 milhões ao conselho

Julio Casares, presidente do São Paulo, apresentando Andrés Colorado - Reprodução/SPFCTV
Julio Casares, presidente do São Paulo, apresentando Andrés Colorado Imagem: Reprodução/SPFCTV

Do UOL, em São Paulo

17/03/2022 13h48

O São Paulo marcou para a próxima quinta-feira (24) a apresentação do balanço financeiro de 2021 ao conselho deliberativo do clube. Em entrevista ao "ge", o presidente Julio Casares afirmou que o documento apresentará um déficit de R$ 106 milhões.

O valor é muito diferente do previsto no orçamento que foi aprovado pelo conselho no fim de 2020, que previa um superávit de R$ 12 milhões. Em entrevista coletiva no início do ano passado, quando assumiu a presidência do São Paulo, Casares afirmou que o orçamento era "realista".

Nas declarações ao "ge", contudo, o mandatário são-paulino afirmou ter sido necessário ter déficit para conseguir montar um elenco competitivo para a temporada. Ele criticou o orçamento que havia sido feito pela gestão anterior, de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

"Nesse exercício nós tivemos inúmeros compromissos que conseguimos colocar dentro desse exercício de 2021, que reflete o balanço. Temos rescisões de contrato, decisões judiciais, variação cambial, e nós temos também uma opção que o orçamento anterior, além de eu pagar compromissos anteriores com jogadores de dívidas de curtíssimo prazo, processos que estavam na Fifa, não deixaram um orçamento sequer para eu ser competitivo e contratar jogadores. Esse pequeno estouro no investimento em atletas foi para que a gente conseguisse compor um elenco competitivo. Portanto, com um elenco competitivo, você melhora bilheteria, melhora as vendas de camisas, premiação", afirmou.

De acordo com Casares, a opção por um balanço deficitário passou, também, pela decisão de não vender atletas considerados promessas. No ano passado, Gabriel Sara e Rodrigo Nestor chegaram a receber propostas que foram descartadas pela diretoria.

"Já estava no planejamento - com todas as dificuldades do cenário econômico, de transação de atletas - um resultado ainda deficitário. Mas nós preferíamos manter um time, um legado esportivo, com maior valorização dos nossos jovens. (...) O déficit que será apresentado, embora seja um déficit menor que o anterior, poderia ser resolvido com um pequeno superávit se nós tivéssemos vendidos dois atletas. Nós tínhamos condições de vendê-los, mas aí o São Paulo teria um grande prejuízo esportivo", prosseguiu.

Dentre as ações apontadas por Casares como pontos positivos no balanço apesar do déficit está a renegociação de dívidas. O mandatário afirmou que as obrigações de curto-prazo representam, agora, menos da metade das dívidas são-paulinas. A mudança no chamado "perfil de dívida" é importante para evitar punições esportivas na Fifa, como a perda de pontos ou rebaixamento.

"Estamos saneando o São Paulo. Saímos de um patamar de curtíssimo prazo que chegava quase a 60% e hoje passa de 40%. Esse curtíssimo prazo é o que asfixia. Nosso perfil de dívida mudou, nós temos uma dívida mais alongada, mais prolongada. Com isso, temos condições de planejar".

O presidente do São Paulo disse esperar por resultados melhores nos balanços dos próximos anos. A gestão dele se encerra no final de 2023. Para o atual ano, o orçamento que foi aprovado pelo conselho deliberativo do clube prevê uma redução de R$ 108 milhões na dívida do clube, que atualmente está próxima de R$ 700 milhões.

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