Vice da CBF tenta suspender eleição presidencial da entidade
Um dos atuais vice-presidentes da CBF e opositor ao presidente Ednaldo Rodrigues, Gustavo Feijó enviou hoje (17) à Comissão Eleitoral da entidade um pedido de suspensão da eleição presidencial marcada para a próxima quarta-feira (23).
A alegação do dirigente alagoano é a de que a alteração estatutária que definiu as regras do pleito não contou com a participação dos clubes do Brasileirão Feminino. Ele ainda pondera que Ednaldo não poderia ter convocado a eleição. Gustavo Feijó fez um pedido de liminar para uma decisão mais rápida e quer, no mérito, a impugnação da eleição presidencial.
No documento remetido à Comissão Eleitoral, Feijó afirma que a realização da reunião só com dirigentes de clubes da primeira divisão do futebol masculino foi uma "indevida discriminação, que é vedada pelo ordenamento jurídico pátrio e, sobretudo, pelo Estatuto da CBF".
O argumento para citar os clubes do futebol feminino remete ao artigo 22 da Lei Pelé. O trecho diz que o colégio eleitoral das entidades de administração do desporto deve ser formado por "representantes das agremiações participantes da primeira e segunda divisões do campeonato de âmbito nacional".
No documento, Feijó ainda diz que a convocação da assembleia eleitoral do dia 23 não poderia ser feita diretamente pela presidência da CBF. Mas, sim, pela comissão eleitoral. "Ednaldo arvorou-se em questões eleitorais, usurpando a competência da comissão e ferindo de morte a disposição da Lei Pelé", escreveu, citando o inciso VI do artigo 22.
Feijó pediu a suspensão da eleição em caráter liminar para que a decisão saia rapidamente, enquanto espera um julgamento de mérito sobre a impugnação da assembleia eleitoral. O prazo final para inscrição das chapas vence amanhã (18).
Na semana passada, ele já tinha tentado, via Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), invalidar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre CBF e Ministério Público do Rio (MP-RJ). O documento culminou com o aceite da CBF de que o pleito de 2018 — que elegeu Rogério Caboclo, Feijó, Ednaldo e mais seis vices — estava inválido e seria necessário rever, com os clubes, as regras eleitorais da entidade. A Justiça negou.
O movimento de Gustavo Feijó é mais um ataque às pretensões de Ednaldo Rodrigues de ser presidente da CBF de forma definitiva. O cartola baiano está no poder desde agosto do ano passado e, nos últimos meses, virou favorito ao pleito por angariar apoio de federações e clubes. O passo mais recente foi o acordo para apoiar a liga, conforme desejo dos dirigentes de clubes. Com as federações, houve aumento de repasses financeiros.
O mandato em disputa é de quatro anos. Inicialmente, Feijó e Ednaldo eram aliados e fizeram parte do bloco que uniu para tirar Rogério Caboclo da CBF. Mas, posteriormente, houve o racha. Feijó, inclusive, era o vice-presidente da CBF mais próximo da seleção brasileira. Com a ruptura, o cenário mudou.
Ednaldo está em fase de conclusão da chapa, definindo quem serão os oito vices ao seu lado. Feijó, pelo jeito, não será um deles e tenta articular a própria chapa.
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