Como Palmeiras bicampeão fica atrás do River? Entenda o ranking da Conmebol
Por que o Palmeiras, campeão das últimas duas edições da Copa Libertadores da América, é somente o segundo colocado do ranking da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol)? Apesar de causar estranheza em um primeiro momento, o fato é justificável por causa do sistema de pontuação adotado para atualizar a lista dos melhores times do subcontinente.
O ranking da Conmebol não é exatamente uma "fotografia" do momento recente dos clubes sul-americanos. A sequência leva em consideração uma série de fatores desde 1960, quando foi realizada a primeira edição da Libertadores - incluindo o desempenho em jogos do torneio, histórico na Copa Sul-Americana e até títulos nacionais. Por isso, vencer o torneio (mesmo em duas edições consecutivas) não é garantia de encabeçar a lista. O Palmeiras que o diga.
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Hoje, quem lidera o ranking da Conmebol é o argentino River Plate, campeão em 2018 e vice em 2019, que tem 10.275,2 pontos e uma folga considerável sobre o Palmeiras, segundo com 8.503,1. O Boca Juniors, que ganhou a Libertadores pela última vez há 15 anos, em 2007, vem em terceiro com 8.272,8, à frente até mesmo de campeões mais recentes, como Flamengo (em 2019) e Grêmio (em 2017). O time rubro-negro carioca é o quarto da sequência, com 6.666,4 pontos, enquanto o clube tricolor de Porto Alegre vem em quinto, com 6.571,9.
A entidade máxima do futebol sul-americano atualiza o ranking da Conmebol uma vez ao ano (a última publicação foi em dezembro de 2021) e utiliza a relação como base para a definição dos cabeças de chave e dos integrantes de cada pote do sorteio de grupos da Libertadores. Este ano, o atual bicampeão Palmeiras é cabeça do grupo A. O pote principal tem River (1º do ranking), Boca (3º), Flamengo (4º), Nacional do Uruguai (5º), Peñarol (6º), Atlético-MG (11º) e Athletico (12º).
Entenda como funciona o ranking da Conmebol
Em seu regulamento oficial, a Conmebol explica detalhadamente o sistema de pontuação do ranking. São levados em consideração o desempenho do clube nas últimas 10 edições da competição da Libertadores e da Copa Sul-Americana (entre 2012 e 2021), o coeficiente histórico entre 1960 e 2011 e a bonificação aos campeões locais em cada país. Explicaremos cada um deles adiante.
Desempenho nos últimos 10 anos
Em uma única edição da Libertadores, um time pode receber de 25 pontos (eliminação nas fases preliminares) a mais de 1.000 pontos (bônus pelo título). Vitórias e empates em jogos da fase de grupos em diante também são considerados para o ranking da Conmebol, bem como as participações em cada etapa do torneio. A pontuação acumula conforme as equipes avançam.
Esta pontuação, porém, tem um fator matemático envolvido. Para 2022, apenas os pontos obtidos na edição de 2021 têm peso 1, decaindo em 0,1 a cada edição anterior. Por exemplo: uma equipe que obteve 1.000 pontos na Libertadores de 2020 soma, no último ranking, somente 900 pontos (1.000 x 0,9), enquanto os mesmos 1.000 pontos obtidos em 2012 desta vez têm peso 0,1 e contam somente 100 (1.000 x 0,1).
O desempenho na Sul-Americana também recebe uma pontuação da Conmebol, variando de 15 (eliminação em fase preliminar) até 600 pontos (título) e também sujeita à depreciação de 0,1 ao longo dos últimos 10 anos.
Coeficiente histórico
Este critério tem como objetivo valorizar a história da competição e não "esquecer" clubes que tiveram grandes desempenhos no passado. Para a última atualização, o ranking da Conmebol levou em consideração os desempenhos dos times nas Libertadores de 1960 a 2011 e nas Sul-Americanas de 2002 a 2011.
O coeficiente histórico premia 100 pontos para campeões de cada edição passada, 50 para vices e 30 para semifinalistas - além de 8 pontos por vitória e 4 pontos por empate da fase de grupos em diante. Na Sul-Americana, os pontos correspondem a 60% dos que são destinados à história da Libertadores. Ou seja: 60 pontos para campeões, 30 para vices, 18 para semifinalistas, 4,8 por vitória e 2,4 por empate. Em nenhum dos casos os totais estão sujeitos à depreciação anual.
Campeões locais
O critério derradeiro do ranking da Conmebol é o desempenho dos clubes em campeonatos locais nos últimos 10 anos (na última atualização, de 2012 a 2021). São 50 pontos por ano em torneios nacionais organizados pelas respectivas associações/confederações, mas também com o mesmo decréscimo de 0,1 no peso ano após ano. "Caso haja mais de um campeão, a pontuação será dividida equitativamente entre os campeões", informa a entidade.
Confira os 30 primeiros colocados do ranking da Conmebol
1º - River Plate/ARG: 10.275,2 pontos
2º - Palmeiras/BRA: 8.503,1
3º - Boca Juniors/ARG: 8.272,8
4º - Flamengo/BRA: 6.666,4
5º - Grêmio/BRA: 6.571,9
6º - Nacional/URU: 5.506,3
7º - Peñarol/URU: 5.176,0
8º - Santos/BRA: 4.517,4
9º - Atlético Nacional/COL: 4.372,4
10º - Independiente/ARG: 4.295,1
11º - Atlético-MG/BRA: 4.135,2
12º - Athletico/BRA: 4.043,8
13º - São Paulo/BRA: 4.038,5
14º - Olimpia/PAR: 4.035,5
15º - Cerro Porteño/PAR: 3.944,8
16º - Libertad/PAR: 3.835,1
17º - Internacional/BRA: 3.438,3
18º - Barcelona/EQU: 3.418,5
19º - Racing/ARG: 3.219,5
20º - LDU/EQU: 3.112,7
21º - Independiente del Valle/EQU: 3.035,5
22º - San Lorenzo/ARG: 3.032,2
23º - Cruzeiro/BRA: 2.930,8
24º - Lanús/ARG: 2.912,2
25º - Junior Barranquilla/COL: 2.863,6
26º - Universidad Católica/CHI: 2.756,6
27º - Independiente Santa Fe/COL: 2.718,7
28º - Emelec/EQU: 2.562,0
29º - Corinthians/BRA: 2.526,7
30º - Fluminense/BRA: 2.389,7
- Veja comentários de Juca Kfouri e José Trajano sobre as principais notícias do esporte, no programa Cartão Vermelho:
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