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Grêmio esboça fim de era, e Roger prepara novo desenho na formação do time

Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

22/03/2022 04h00

A vitória no Gre-Nal 436 foi graças a uma estratégia específica e que dificilmente vai ter sucesso em jogos da Série B, mas ainda assim deixa evidente uma transformação no Grêmio. Roger Machado prepara um novo desenho no time, com o fim da era do esquema 4-2-3-1 e migração ao 4-1-4-1. Afora dos números, a ideia é encaixar peças do elenco em uma formação mais competitiva e com espaço para explorar jovens da base.

O 4-2-3-1 tem sido a formação tática do Grêmio desde 2015, ainda com Felipão. O próprio Roger aperfeiçoou o modelo logo depois, e Renato Gaúcho conquistou seis títulos na sequência. Com o time montado a partir do sistema que, somente agora, perde força.

No Gre-Nal do último sábado (19), o Grêmio atuou com Villasanti, Lucas Silva e Bitello no meio-campo. O paraguaio mais recuado, logo à frente da defesa, e a dupla presente no setor mais à frente.

A ideia de Roger é fixar o 4-1-4-1 como formação base do Grêmio para o restante do ano. Mas o encaixe de jogadores ainda é estudado. O certo é que o plano está em curso. O novo desenho do time passa por meia-atacantes agudos e meias mais dinâmicos.

O meia mais dinâmico é uma saída para solucionar o problema da criação no elenco atual. Em resumo, o Grêmio de 2022 deve abrir mão de um jogador centralizado, logo atrás do centroavante, para investir em dois atletas que atacam espaço e progridem juntos.

Nomes como Bitello e Gabriel Silva arrancam em alta no estágio atual da migração para um novo esquema. Não à toa, a diretoria vasculha o mercado da bola atrás de um "número 8", justamente com características para atuar no meio-campo.

Vem da ideia de migrar para o 4-1-4-1 a frase de Roger, depois do Gre-Nal, afirmando ter "encontrado um caminho" ao vencer o Internacional com o maior placar no Beira-Rio desde 1977. O treinador, ali, apontava que o sinal positivo havia sido da formação. Não exatamente a postura, pontual para o duelo e oposta ao que deve ser rotina na Série B.

"As definições acabam sendo jogo a jogo. É muito difícil no futebol brasileiro trabalhar, encaixar, tudo de uma vez só. O Orejuela não vinha bem, entrou o Tonhão e estabilizou o setor. Ao invés de ter o Campaz por dentro, botamos ele pelo lado e com mais um médio para estabilizar. Não vai ser tudo de uma vez. Muitos movimentos, infelizmente, eu preciso testar nos jogos. Desde o primeiro dia, se eu bater no pé no tripé de meio, eles não vão conseguir. Temos que ter o discernimento para acertar e errar. Há mais elementos para serem testados. Mas como falei ao meu diretor, o Cerri, acho que encontramos o caminho", declarou Roger, após o clássico de sábado.

O Grêmio volta a campo amanhã (23) para o segundo jogo da semifinal do Gauchão contra o próprio Inter. O Gre-Nal 437 já vai forçar Roger Machado a mudar. Villasanti, convocado à seleção paraguaia, é desfalque certo e Thiago Santos pode ser o substituto do camisa 27. A certeza, no entanto, é que o desenho tático do Grêmio deve seguir rumo a algo diferente do passado recente.

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