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Orejuela vai de 'grande aposta' para fora dos planos do Grêmio em 8 jogos

Maxi Franzoi/AGIF
Imagem: Maxi Franzoi/AGIF

Jeremias Wernek, Brunno de Carvalho e Lohanna Lima

Do UOL, em Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte

22/03/2022 04h00

A segunda passagem de Orejuela pelo Grêmio já está nos últimos dias. Com a chegada de Edilson, ex-Avaí, e negociação encaminhada para assinar com Rodrigo Ferreira, do Mirassol, o time gaúcho deve liberar o lateral direito para ser emprestado novamente pelo São Paulo. A ascensão e queda do colombiano surpreendeu a cúpula gremista, que apostou alto no jogador como peça-chave para a Série B de 2022.

Aos 26 anos, Orejuela interessa ao Athletico-PR e deve ser cedido pelo São Paulo em acordo muito semelhante ao feito com o Grêmio.

Para entender o tamanho do significado da saída de Orejuela, é preciso voltar no tempo. No início do ano, a diretoria gremista tratou o lateral direito como grande oportunidade de mercado.

À época, o argumento foi sobre a liberação fácil do São Paulo para o empréstimo de um jogador com passagem por seleção nacional, ofensivo e de boas características físicas. Atributos que casavam perfeitamente com a ideia de jogo de Vagner Mancini.

O problema é que em campo, Orejuela não deu o retorno esperado. O Grêmio passou a se preocupar com o desempenho do lateral nos treinos e nos jogos do Gauchão ligou alerta máximo. Passou a observar nomes das categorias de base, também testou improvisações e veio o Gre-Nal 435.

No estádio Beira-Rio, Orejuela foi um dos nomes mais discretos do Grêmio. Sacado no intervalo, ele assistiu do banco de reservas a improvisação de Rodrigues. O zagueiro acabou ganhando sequência na função.

Orejuela jogou contra São José-RS, Guarany de Bagé, Juventude, União Frederiquense, São Luiz-RS, Mirassol, Novo Hamburgo e Internacional. Os últimos quatro jogos já foram sob comando de Roger Machado, que preferiu botar mais marcação no time, instável no ano.

Publicamente, o Grêmio diz que Orejuela "não vinha bem". Nos bastidores, existe clima de decepção com o lateral, que já havia passado pelo clube em 2020 e quase teve direitos econômicos adquiridos em operação com o Cruzeiro, que na última hora mudou os termos do contrato com os dirigentes gremistas. Não existem relatos de problemas de disciplina no início de 2022, mas o rendimento é sempre citado. A visão do Grêmio é que Orejuela não se encaixou no elenco.

Orejuela chegou ao Brasil em 2019 e foi um dos nomes que se salvou naquela temporada que culminou com o rebaixamento do Cruzeiro. O colombiano, porém, se tornou um jogador caro para os padrões do recém novo integrante da Série B e, assim, foi emprestado.

No Grêmio de Renato, Orejuela oscilou. Terminou o ano sem ser o dono absoluto da posição, mas ainda assim valorizado. Tanto que o São Paulo topou arcar com os pedidos do Cruzeiro e fechou negócio.

No Morumbi, o relato nos bastidores é que a timidez afetou Orejuela. Com pouco contato com o resto do elenco, a visão no São Paulo é que o lateral se mostrou retraído. E o campo pagou o preço. O jogador chegou a negar problemas de adaptação, mas depois de ganhar sequência com Rogério Ceni, perdeu espaço no time de Hernán Crespo. O São Paulo de Crespo fez o mesmo que o Grêmio de Roger Machado. Preferiu improvisar na lateral. Igor Gomes ganhou espaço na função, ainda que o colombiano estivesse à disposição da comissão técnica.

Convocado para eliminatórias

Desde que chegou ao Brasil, depois de ser cedido pelo Ajax, da Holanda, Orejuela colecionou convocações para atuar pela seleção colombiano. Foram quatro partidas com a camisa da equipe nacional em 2019 e mais um jogo das eliminatórias em 2021.

Agora, Orejuela se prepara para uma nova transferência. A quarta negociação nos últimos quatro anos.