Brasil atropela o Chile, faz 4 a 0 com 1º de Vini e se despede bem de casa
Foi com uma goleada tranquila por 4 a 0 sobre o Chile que a seleção brasileira se despediu do país antes da Copa do Mundo do Qatar. No Maracanã lotado, os gols foram marcados por Neymar, Vini Jr, Philippe Coutinho e Richarlison. O primeiro e o terceiro em cobranças de pênalti.
O resultado melhora ainda mais a campanha arrasadora do Brasil nas Eliminatórias, agora com 42 pontos em 16 jogos: 13 vitórias e três empates. A classificação para a Copa do Mundo foi garantida há quatro meses e só mais um ponto separa a seleção da marca de melhor campanha da história da disputa. Restam seis em jogo, contando aquele clássico suspenso contra a Argentina. Além disso, só amistosos fora do país no calendário.
No lado do Chile, a situação pensando na Copa do Mundo ficou ainda mais complicada. A seleção treinada por Martín Lasarte precisa de combinação de resultados improvável para beliscar ao menos o lugar na repescagem.
A rodada final das Eliminatórias será toda disputada na terça (29), no horário padrão de 20h30 (de Brasília). Enquanto o Brasil viaja até La Paz para pegar a Bolívia já eliminada, a seleção chilena recebe o Uruguai para jogar a vida.
Vini faz o primeiro gol
Vini Jr. está cada vez mais à vontade na seleção brasileira. E a atuação contra o Chile ajuda a reforçar isso. Ele foi o jogador de maior destaque na partida, pela dor de cabeça que gerou aos defensores chilenos na ponta esquerda, com dribles e sua velocidade característica. Ele cumpre papel crucial para dar profundidade ao Brasil na fase ofensiva. Ainda mostrou eficiência na finalização que rendeu ao Brasil o segundo gol no jogo. Ao ser substituído no segundo tempo, recebeu o carinho da galera. A lamentar, apenas, o cartão amarelo que o tira do jogo de terça, contra a Bolívia.
Casemiro em noite atípica
Casemiro esteve um pouco abaixo do que costuma apresentar na seleção. No primeiro tempo, pareceu desconectado em alguns momentos na fase defensiva e errou passes que poderiam desencadear jogadas mais promissoras. No segundo tempo, ele e o time pareceram mais equilibrados defensivamente, apesar do susto logo no começo da etapa final, como o gol do Chile que viria a ser anulado. A liderança dele, no entanto, foi importante na hora da reclamação que antecedeu o aviso do VAR sobre a irregularidade.
Meio time ao ataque
A estratégia da seleção brasileira para atacar o Chile foi clara desde o começo: Antony e Vini Jr abertos, próximos das linhas laterais, Paquetá e Neymar dividindo função entre meia-esquerda e centroavante e Fred chegando bastante pela direita, mas por dentro. Eram cinco, mas podiam ser seis quando Arana conseguia se desmarcar e participar dos ataques. Um elemento surpresa. A seleção adversária se defendia praticamente com oito jogadores. Isolava Vargas e Sánchez na frente e de resto só tentava não tomar gol.
Apesar de mandar no jogo, o Brasil teve chances de gol tímidas no começo. Um domínio errado de Neymar depois de um passe de Vini Jr na frente do gol, um cabeceio de Thiago Silva em cobrança de escanteio ensaiada, uma boa defesa de Bravo na finalização de Neymar, tentativas de drible e chapéu e não muito mais do que isso. Foi só no finzinho do primeiro tempo que o time da casa destrancou o cadeado chileno e transformou o enfeite em efetividade. Dois gols no intervalo de dois minutos.
Gol anulado e festa
O Chile teve um gol anulado no comecinho do segundo tempo. Montecinos conduziu uma bola com o braço pela esquerda e serviu Vidal, impedido. Apesar do combo de irregularidades, o lance rendeu bronca entre os jogadores da seleção brasileira. Paquetá roubou uma bola no meio-campo, mas tentou completar o lance com uma finta e acabou desarmado. A jogada serviu para acordar o Brasil, que partiu em busca de mais gols, controlou o jogo, aumentou o placar e ainda permitiu que Tite desse mais tempo em campo para jogadores como Richarlison, Bruno Guimarães e o estreante Gabriel Martinelli. Todos corresponderam.
Garotos da casa
Além de Neymar, os mais ovacionados no momento em que a escalação passou no telão do Maracanã, antes do apito inicial, foram os jovens formados pelo Flamengo, Vini Jr. e Paquetá. Com menos de três minutos, a torcida já lançou mais gritos de "Vinicius, Vinicius". Para os torcedores do Rubro-Negro, um jeito de matar a saudade do garoto formado no Ninho do Urubu.
O lado político
O jogo do Brasil no Maracanã, um dia após a eleição de Ednaldo Rodrigues para ser presidente da CBF, se transformou em confraternização pela vitória no pleito. Ele foi candidato único, mas venceu a queda de braço política com Gustavo Feijó, tendo apoio de 26 das 27 federações e de todos os clubes das Série A e B. Vários presidentes de federações estaduais estiveram no Maracanã. Até o Coronel Nunes, que agora não é mais vice da CBF, apareceu no jogo, de bengala.
É Brasil ou Flamengo x Vasco?
A torcida brasileira não tem repertório vasto de músicas para serem cantadas durante as partidas. Aí, durante a maior parte do jogo, o que se viu foi um duelo de rivalidade nas arquibancadas do Maracanã entre Flamengo e Vasco. O pessoal rubro-negro estava em maioria. Os gols de Vini e Coutinho foram os momentos de maior êxtase para ambos os lados e também de união na festa.
Os gols
Neymar abriu a contagem com um gol de pênalti, aos 43 minutos do primeiro tempo. Ele mesmo tinha sofrido, numa dividida com Isla do lado esquerdo da área. Na batida de pé direito, goleiro de um lado e bola do outro. O placar aumentou dois minutos depois. O goleiro Bravo saiu jogando errado, e Antony cortou a área com um passe firme que Neymar deixou passar para a chegada de Vini Jr. O chute cruzado de pé esquerdo ainda passou por baixo do goleiro.
O terceiro gol foi marcado aos 26 minutos do segundo tempo. Antony foi lançado por Marquinhos em velocidade, e Claudio Bravo saiu do gol para atrapalhar a chegada do brasileiro. O árbitro Dario Herrera viu pênalti na dividida e Philippe Coutinho converteu. Já o quarto saiu aos 46 minutos, um golaço com passe de Bruno Guimarães na entrada da área pela direita.
Agradecimentos após apito final
Logo depois o árbitro argentino Dario Herrera apitar o fim da partida, os jogadores do Brasil caminham ao redor do gramado do Maracanã para agradecer o apoio dos quase 70 mil torcedores presentes no estádio, visto que este foi o último jogo programado em território nacional antes da disputa do Mundial do Qatar.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL 4 x 0 CHILE
Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, 17ª rodada
Local: estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 24 de março de 2022, quinta-feira, às 20h30 (de Brasília)
Árbitro: Dario Herrera (Argentina)
Assistentes: Gabriel Chade e Facundo Rodriguez (ambos da Argentina)
VAR: Mauro Vigliano (Argentina)
Público e renda: 69.368 presentes/R$ 6.577.230,00
Cartões amarelos: Lucas Paquetá, Casemiro, Neymar, Vini Jr (Brasil); Paulo Diaz, Claudio Bravo, Gary Medel (Chile)
Gols: Neymar, aos 43/1ºT (1-0), Vini Jr, aos 45/1ºT (2-0), Philippe Coutinho, aos 26/2ºT (3-0) e Richarlison, aos 46/2ºT (4-0)
BRASIL: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Guilherme Arana; Casemiro (Bruno Guimarães, aos 37/2ºT) e Fred (Fabinho, aos 37/2ºT); Antony (Gabriel Martinelli, aos 29/2ºT), Lucas Paquetá (Philippe Coutinho, aos 17/2ºT), Neymar e Vini Jr (Richarlison, aos 29/2ºT). Técnico: Tite.
CHILE: Claudio Bravo; Isla, Paulo Díaz, Gary Medel, Enzo Roco (Montecinos, no intervalo) e Gabriel Suazo; Claudio Baeza (Ronnie Fernandez, aos 15/2ºT), Aránguiz (Pavez, aos 30/2ºT) e Vidal; Alexis Sánchez e Eduardo Vargas (Jean Meneses, aos 30/2ºT). Técnico: Martin Lasarte.
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