Seleção responde bem a mudanças de Tite no ataque: vem mais por aí
Classificação e Jogos
Altera daqui, mexe para lá e os bons resultados positivos na seleção brasileira continuam. O nível de desempenho pode variar e, é bem verdade, foi instável ao longo das Eliminatórias. Mas a crescente é nítida, mesmo com os ajustes que o técnico Tite tem feito no setor ofensivo.
Desde a Copa América, o treinador mesmo admitiu que estava gastando energia em achar soluções para que o Brasil evoluísse nesse quesito, enquanto a defesa mantinha a solidez. Ontem (24), contra o Chile, mais um desenho foi testado. O placar de 4 a 0, por si só, já é a resposta em tom de sucesso.
Olhando para jogos oficiais, o Brasil de Tite atingiu no Maracanã a marca de 100 gols marcados. São apenas 15 sofridos, totalizando 34 partidas sem sofrer gol. Quando é para valer, foram 36 vitórias, nove empates e duas derrotas: uma contra a Bélgica, nas quartas de final da Copa 2018, e outra diante da Argentina, na final da Copa América 2021. Nas Eliminatórias, especificamente, o Brasil está invicto, após 16 jogos. Marcou 36 gols e sofreu apenas cinco.
"Procuro passar sempre para eles: façam a jogada de forma vertical, procurem o gol, porque o gol é a essência do futebol. Todo talento buscando essa objetividade", disse Tite, na coletiva pós-jogo no Maracanã.
O foco agora, obviamente, é a Copa do Mundo. A formação diante dos chilenos tem como objetivo testar o time para situações em que vai se deparar com adversários que, em bloco baixo defensivo, acabam formando uma linha de cinco atrás. Aí, Tite espalha o máximo possível os pontas - Vini Jr. e Antony, por ora - e recorre a dois atacantes de mobilidade e não a um centroavante de ofício: ontem, Neymar e Paquetá.
Mas esse ciclo de variações no time vai continuar. Primeiro que a Bolívia representa um contexto diferente, ainda mais na altitude. Segundo, Neymar e Vini estão suspensos porque tomaram o segundo amarelo. Olhando para o que se tem de opção na convocação atual e o que já foi feito no Maracanã, a alternativa imediata seria lançar Gabriel Martinelli na esquerda e Coutinho na faixa central, no lugar de Neymar.
Martinelli não tem a força do drible e a velocidade de Vini Jr. Então, o lado esquerdo já ganha uma outra cara. Coutinho também é menos atacante do que Neymar, o que é um segundo diferencial.
"Ele [Tite] pede para movimentar. Sempre pede para vir, tocar na bola, dar opção para quem vem atrás. Tentei segurar um pouco mais a bola, acalmar um pouco o jogo, porque estava muito corrido", disse Coutinho, sobre o papel que cumpriu diante dos chilenos.
No duelo anterior, contra o Paraguai, o Brasil também teve um desenho distinto, com a união de Coutinho e Paquetá no setor de criação, além de Vini Jr. e Raphinha nas pontas. Na ocasião, havia Matheus Cunha de centroavante e Fabinho como único volante. Esse modelo, especificamente, foi pensado para times que atacam com poucos jogadores.
Verificando os momentos em que o Brasil faz seus gols, a comissão técnica tem valorizado internamente que muitos acontecem já na parte final do segundo tempo, sinal de duas coisas: da capacidade física de quem começa jogado e da efetividade de quem entra no decorrer do jogo. Ontem, o quarto gol saiu aos 45 minutos do segundo tempo.
Os treinos em Teresópolis, a partir de amanhã (26), vão confirmar a formação para o duelo de La Paz, na terça-feira (29).
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