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Como Rafinha tomou conta do vestiário do São Paulo em apenas três meses

Rafinha, jogador do São Paulo - Paulo Pinto/São Paulo FC
Rafinha, jogador do São Paulo Imagem: Paulo Pinto/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

26/03/2022 04h00

O longo drama na lateral direita não foi a única coisa que Rafinha resolveu no São Paulo em quase três meses de clube. Titular absoluto desde que chegou, o experiente jogador também assumiu o posto como um dos líderes do elenco, ajudando a mudar o perfil calado que incomodava Rogério Ceni na última temporada.

Fontes ouvidas pelo UOL Esporte apontam que Rafinha assumiu a liderança de maneira natural. Muito comunicativo e carismático, o jogador de 36 anos teve o respaldo de outras figuras importantes no grupo são-paulino.

Rafinha já conhecia alguns dos jogadores do elenco. Ele atuou junto com Miranda no Coritiba e participou de um torneio de base da seleção brasileira com Éder. Além deles, atuou com Alisson na temporada passada pelo Grêmio. Isso fez com que o lateral não chegasse a um ambiente totalmente desconhecido, algo que facilitou a rápida adaptação.

Rafinha conversa com Miranda e Éder, dois dos líderes do elenco do São Paulo - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Rafinha conversa com Miranda e Éder, dois dos líderes do elenco do São Paulo
Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Mas não é apenas no relacionamento com os mais experientes em que Rafinha tem investido tempo em seu início de trajetória pelo São Paulo. Quem acompanha o dia a dia do clube diz que ele costuma se aproximar dos mais jovens para passar conselhos ou simplesmente resenhar, deixando-os à vontade. Esse comportamento é uma repetição do que ele fazia nos tempos de Flamengo e em sua breve passagem pelo Grêmio.

Os relatos da época dos dois clubes são semelhantes aos ouvidos agora no São Paulo. Rafinha era importante na criação de um ambiente leve no vestiário e conquistava os jovens com seu passado de Europa e histórias sobre a Liga dos Campeões. O estilo extrovertido contagiava a todos.

"Gosto de deixar o ambiente mais tranquilo, essa mescla entre jovens e experientes, isso fortalece o grupo. Claro, minha obrigação é dentro do campo, de desempenhar o meu melhor, mas quando não jogo tem que estar preparado para ajudar quem está entrando. Tem que passar energia boa, num grupo de 30 pessoas é normal um estar mais chateado, outro não joga. Sempre gosto de conversar, motivar. A gente joga num grande clube, todos têm que estar felizes. Essa ligação é importante, a gente está aqui para ajudar, por ser mais experiente, procuro dar contribuição fora do gramado", disse Rafinha, em entrevista coletiva no início da semana.

Rafinha na época do Flamengo exercia uma liderança sem a faixa de capitão. No São Paulo, isso é diferente. Ele foi incluído por Rogério Ceni no rodízio da braçadeira nesse início de temporada. O objeto traduz a importância do lateral no vestiário. Ele costuma ser um dos mais falantes nas rodadas de conversas antes das partidas.

"Eu noto que o ambiente é mais alegre, ele é um jogador que contagia muito os demais nesse sentido. Então ele tem essa liderança natural, está sempre de bom humor, sempre feliz, sempre sorrindo. Eu acho que ele eleva o ambiente, traz consigo uma energia muito positiva. Quando ele está em campo, ele tem total experiência, capacidade para usar a braçadeira de capitão, ora ele, ora o Calleri, ora o Éder. Isso é importante para não concentrar a liderança em uma única figura. Quando jogar, tem total capacidade de usar a braçadeira de capitão", disse Ceni, depois da classificação sobre o Campinense, na Copa do Brasil.

Rafinha foi titular do São Paulo em 10 das 15 partidas disputadas até o momento na temporada. A tendência é que ele comece também o duelo da semifinal do Paulistão, amanhã (27).

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