Na seleção, Fred e Casemiro vão do carrinho por trás à dupla rumo à Copa

Parece até que o destino pregou uma peça. O mesmo jogador que, durante um treino, deu um carrinho que atrapalhou o plano de estar em campo em uma Copa do Mundo tornou-se, quatro anos depois, sua dupla no time titular do Brasil. Na escalação da seleção brasileira, o nome de Fred está lá, ao lado de Casemiro, compondo um setor que não atrai tantos holofotes, mas é crucial para o sucesso da seleção.

Quatro anos depois, o episódio em que Casemiro atingiu Fred, ainda na fase de preparação para a Copa da Rússia, é tratado por quem levou a pior como uma "fatalidade". Apesar das infiltrações, Fred passou longe de ter as melhores condições. Em alguns jogos da campanha na Rússia, não ficou nem no banco. Mas recuperou-se para ser um esteio importante na dinâmica de jogo da equipe de Tite.

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"Sou um cara bem tranquilo, creio que Deus tem tudo escrito. Deus tem tudo escrito. Não era para eu jogar, não era para ser. Deus sabe todas as coisas. Felizmente, eu consegui superar isso, essa lesão um pouco mais séria. Felizmente, pude voltar para a seleção e estou a caminho de mais uma Copa novamente. Espero que possa dar tudo certo até lá", disse Fred, em coletiva concedida hoje (27), em Teresópolis, onde a seleção se prepara para enfrentar a Bolívia, pelas Eliminatórias.

Desde que voltou a ser convocado com regularidade para a seleção, em junho de 2021, Fred participou de 14 partidas com a amarelinha. Dez delas foram ao lado de Casemiro. O Brasil perdeu a final da Copa América, mas vem de uma campanha invicta nas Eliminatórias. Fred, pelo discurso, não guarda mágoa por aquela chegada por trás em Londres.

"Sempre tivemos uma boa relação. Eu, ele e todos os jogadores. Todas as vezes que eu vim, é maravilhoso estar aqui. É como se fosse minha família mesmo. Infelizmente ali no treino, aconteceu uma fatalidade ali no treino. Faz parte do futebol, todo mundo querendo uma vaga na seleção. Os treinos são bem pegados", comentou o jogador do Manchester United.

Fred é um dos jogadores mais afetados pela série de testes na seleção. Isso faz com que haja uma variação de proximidade a Casemiro dentro de campo. No jogo passado, contra o Chile, quando o Brasil não teve um centroavante de ofício, ele por vezes apareceu enfiado na área, compondo um "front" de cinco jogadores mais agudos quando o Brasil atacava. Isso faz com que Fred tenha que se movimentar pelo campo todo, já que, sem a bola, ele fica mais alinhado a Casemiro.

"Casemiro e eu temos que ter essa qualidade de levar a bola até eles [do ataque], para ter a construção de jogo. Contra o Chile, eu não precisei baixar tanto, pude ficar mais atrás da linha do meio-campo deles, entre as linhas. Temos um leque de opções. Isso é bem bacana no nosso esquema", comentou, elogiando a dinâmica de Tite nos últimos jogos.

Hoje, o setor de Fred ainda pode ser afetado se a comissão técnica optar pela formação usada diante do Paraguai, em Belo Horizonte, que teve Paquetá mais recuado. Aí, faltou espaço para o próprio Fred, que, hoje, tem a concorrência mais direta de Arthur e Bruno Guimarães na seleção.

Especificamente para o jogo contra a Bolívia, terça-feira (29), a resposta se Fred será novamente titular será dada no treino de hoje, na Granja Comary.