Patrick de Paula no Botafogo: 10 crias do Palmeiras que brilharam em rivais
A transferência de Patrick de Paula para o Botafogo tem dividido opiniões entre a torcida do Palmeiras. O volante atravessava um momento de baixa na carreira, chegando até a ser cortado da lista de inscritos no Mundial de Clubes, mas sempre foi visto como joia a ser lapidada e teve papel decisivo em títulos recentes do clube alviverde.
Se Patrick reencontrar a grande fase, não será a primeira revelação palmeirense a brilhar por outros clubes do País. De 2000 para cá, outros nomes que saíram da Academia de Futebol alviverde obtiveram grande sucesso e levantaram títulos importantes por outras equipes do país - até mesmo arquirrivais palestrinos. O UOL Esporte listou 10 "crias da Academia" que brilharam mais fora do Palmeiras do que com a camisa verde.
Ao menos no caso de Patrick, o Palmeiras conseguiu receber um bom valor nas negociações: 6 milhões de euros (R$ 32,5 mi) por 50% dos direitos econômicos do volante de 22 anos. Na lista a seguir, há muitos atletas que saíram de graça, sem sequer estrearem, e ganharam destaque internacional, inclusive alcançando a Seleção Brasileira.
10 revelações do Palmeiras no século que brilharam em outros clubes.
Artur
Artur é o caso mais recente de jogador revelado pelo Palmeiras e que tem se destacado por outro clube brasileiro. Passou a maior parte do tempo emprestado para ganhar experiência (defendeu Grêmio, Novorizontino, Londrina e Bahia), integrou o elenco campeão brasileiro em 2018 e foi contratado no início do projeto do RB Bragantino, por 6 milhões de euros.
Após a saída de Claudinho para a Rússia, tornou-se o principal jogador do time interiorano e já está avaliado em 9 milhões de euros (R$ 50 mi) segundo o site especializado Transfermarkt.
David Braz
A expectativa em torno de David Braz era tão grande que o zagueiro, quando foi promovido ao time principal em 2007, chegou a ser comparado a Luís Pereira - ídolo palestrino e campeão do mundo em 1970. Exageros à parte, o jogador recorreu à Justiça em 2008 para rescindir com o Palmeiras e atuar no futebol grego, mas ficou pouco por lá.
Retornou ao Brasil em 2009 para vestir a camisa do Flamengo e, naquele ano, fez até gol na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, que valeu o título brasileiro ao clube carioca. David Braz ainda defendeu o Santos entre 2012 e 2019 (com passagens neste período por Vitória e Sivasspor-TUR), onde conquistou o bicampeonato paulista em 2015-16. Ele também atuou pelo Grêmio entre 2019 e 2021, antes de chegar ao Fluminense.
Diego Cavalieri
Foi, talvez, a última grande revelação da famosa "escola de goleiros" do Palmeiras. Diego Cavalieri estreou pelo clube em 2002 e, anos depois, chegou a dividir a titularidade com o ídolo Marcos. Integrou o elenco que conquistou o Campeonato Paulista em 2008 e acabou chamando a atenção do Liverpool, mas a trajetória no futebol europeu não foi longa: foi reserva na Inglaterra até 2010 e ainda teve uma passagem relâmpago pelo italiano Cesena.
Seu auge foi pelo Fluminense, onde ficou entre 2011 e 2017 e conquistou o Brasileiro de 2012, tendo sido eleito o melhor goleiro da competição. Cavalieri também integrou a Seleção Brasileira no título da Copa das Confederações de 2013 e foi cotado para integrar a equipe na Copa do Mundo de 2014. Na carreira, ele atuou pelo inglês Crystal Palace em 2018 e depois retornou ao Brasil para defender o Botafogo entre 2019 e 2021. Atualmente está sem clube.
Marquinho
Contemporâneo de David Braz e Diego Cavalieri no Palmeiras, Marquinho não chegou a aparecer com destaque no time palestrino após ser promovido aos profissionais. Fez alguns jogos em 2007 e, no mesmo ano, seguiu para o Botafogo. Seu melhor momento foi no Fluminense, onde ficou entre 2009 e 2011, sendo importante no título do Campeonato Brasileiro de 2010. Foi vendido à Roma e ainda passou por Hellas Verona e Udinese. Retornou ao Flu em 2016, mas não conseguiu se destacar como na primeira passagem. Marquinho, que se aposentou em 2020, também defendeu Athletico, Vasco e Figueirense.
Vagner Love
O artilheiro do amor foi uma ilha de esperança para os fãs alviverdes depois de momentos difíceis entre o fim de 2002 e início de 2003. Destaque na Série B daquele ano, foi vendido já em 2004 para o CSKA, da Rússia. A torcida nunca o esqueceu - fosse pela saudade de seus gols, fosse por conta de sua quase transferência em 2005 para o arquirrival Corinthians.
Love até voltou ao Palmeiras em 2009 para reforçar um time que caminhava para o título do Brasileiro, mas o projeto fracassou. A equipe caiu na tabela, ele foi perseguido por torcedores e o amor acabou. Love foi para o Flamengo em 2010, onde ficou por 6 meses. Retornou em definitivo dois anos depois e, pelo clube carioca, marcou o gol que sacramentou o rebaixamento palmeirense para a segunda divisão nacional.
Em 2015, Love foi campeão brasileiro pelo Corinthians e, em 2019, fez o gol do título alvinegro no Campeonato Paulista. Hoje, aos 37 anos, Love defende o Midtjylland, da Dinamarca.
Zé Love
O apelido não é coincidência. Depois que Vagner Love foi vendido para o futebol russo, esperava-se que um tal de Zé Eduardo da base alviverde seguisse os passos do centroavante. Zé não engrenou no Palmeiras, mas a alcunha pegou: ele virou Zé Love e rodou pelo futebol nacional até brilhar pelo Santos em 2010. Foi parceiro de Neymar no título Paulista daquele ano e, pelo clube praiano, ainda se sagrou campeão da Copa do Brasil (também em 2010), bi Paulista e Libertadores da América (2011).
Foi vendido para o Genoa e vestiu a 9. Na Itália, "quase" reforçou o Milan e passou pelo Siena, mas conviveu com lesões e não conseguiu manter a boa fase na carreira. Depois, rodou por clubes do Brasil e da Ásia e, desde 2019, defende o Brasiliense.
Ilsinho
Apontado como uma grande promessa da base do Palmeiras, foi promovido ao profissional em 2006 e deixou boa impressão atuando na lateral direita. No entanto, no mesmo ano e após poucos jogos, Ilsinho deixou o clube de maneira conturbada: estafe do jogador e dirigentes não chegaram a um acordo de renovação contratual, e o jovem atleta "pulou o muro" para defender o rival São Paulo - na época, ele chegou a dizer que havia "se livrado de uma fria" e de "um barco naufragando".
No Morumbi, foi bicampeão brasileiro em 2006 e 2007 e vendido para o Shakhtar Donetsk. Na década de 2010, Ilsinho voltou ao Brasil para jogar por São Paulo e Inter, mas não brilhou. Após seis temporadas nos Estados Unidos, aposentou-se em março de 2022.
Elias
Volante que brilhou pelo Corinthians, atuou no Atlético de Madrid e Sporting Lisboa e foi nome frequente nas convocações da Seleção Brasileira na década passada, Elias foi atacante na base do Palmeiras até 2005, mas nem chegou a ser aproveitado além do Sub-20. Ganhou projeção nacional com a camisa da Ponte Preta na campanha do vice-campeonato paulista em 2008 e, no mesmo ano, transferiu-se para o Parque São Jorge. Lá, venceu a Série B de 2008, o Paulista e a Copa do Brasil de 2009 e o Brasileiro de 2015. Também atuou pelo Flamengo, no título da Copa do Brasil de 2013. Hoje está sem clube.
Bruno César
Outro meio-campista que passou despercebido pela base do Palmeiras e se destacou pelo arquirrival foi Bruno César. O meia foi revelado em 2007, mas só desabrochou na campanha do Santo André, vice Paulista em 2010. Naquele mesmo ano foi contratado pelo Corinthians e eleito a revelação no prêmio Craque do Brasileirão (o time alvinegro foi o terceiro colocado nacional, a apenas três pontos do campeão Fluminense).
Atuou também com destaque pelo Benfica entre 2011 e 2013 e chegou até a voltar ao Palmeiras em 2014, com status de principal contratação para a temporada. Não emplacou, fez apenas dois gols em 20 jogos, conviveu com problemas físicos e se despediu ao final do ano. Em 2019, foi campeão carioca pelo Vasco e, hoje, atua pelo Penafiel, da segunda divisão portuguesa.
Pedro Geromel
O zagueiro nem chegou a estrear pelo time principal: atuou apenas pelo Palmeiras B antes de se profissionalizar em Portugal. Fez carreira na Europa defendendo Chaves e Vitória de Guimarães (Portugal), Colônia (Alemanha) e Mallorca (Espanha), chegando ao Grêmio em 2014 praticamente desconhecido do grande público.
Pelo clube gaúcho, não só se firmou como titular da zaga, como também foi peça-chave nas campanhas vitoriosas de Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017) e do tetracampeonato gaúcho, entre 2018 e 2021. Ainda foi convocado por Tite para a Copa de 2018 e, em algumas janelas de transferências, foi especulado para reforçar justamente o Palmeiras.
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