Único remanescente da queda vai da idolatria às vaias e pode deixar o Inter

Da titularidade ao banco, da braçadeira de capitão às vaias. Rodrigo Dourado vive seu momento mais tenso no Internacional. O volante de 27 anos tem contrato até o fim do ano, hoje amarga a reserva e pode ser o último remanescente de 2016 a deixar o Beira-Rio.

Dourado foi um dos poucos a passar ileso pela trajetória de queda à Série B do Brasileiro. Ele já era um dos mais importantes jogadores do time que acabou rebaixado para a segunda divisão pela primeira vez na história do clube. Ainda que naquele momento sobrassem ofertas, ele optou por ficar e recolocar o time vermelho na elite. E conseguiu.

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A cada janela de transferências desde que se firmou no time titular, em meados de 2015, Dourado é alvo de investidas. Clubes da Europa, Ásia e Estados Unidos já buscaram informações, sondaram e até fizeram ofertas formais por ele. Todas prontamente recusadas por qualquer direção que passasse pelos gabinetes do Beira-Rio.

O cenário, porém, mudou a partir da grave lesão que ele sofreu no joelho. Em julho de 2019, o marcador fez seu último jogo antes da longa parada. O quadro de dor não passava e o departamento médico optou por realizar uma cirurgia, após tentar tratamento conservador.

Não foi suficiente. Dourado ficou entre idas e vindas dos treinamentos por um tempo, passou por outro processo cirúrgico e só voltou aos gramados em outubro de 2020.

A retomada, aos poucos, também ficou para trás. Foram 22 jogos na temporada 2020, com três gols e uma assistência, 46 jogos na temporada 2021, com cinco gols e duas assistências, e sete na atual. Ritmo não é problema, Dourado está totalmente apto a jogar.

No entanto, as críticas da torcida vieram acompanhadas de entradas e saídas do time. O Colorado passa por processo de reformulação e firmou a dupla de volantes com Gabriel e Liziero. O antigo capitão já não figura nas primeiras opções de Alexander Medina. Quem tem entrado, quando há vaga, é Johnny.

Ofertas e chance de saída

Ao ver o time principal cada vez mais longe, Dourado se torna um ativo importante no mercado da bola. Porém, sua capacidade de gerar lucro é reduzida. O Inter chegou a aceitar oferta do Damac, da Arábia Saudita, mas o atleta não teve interesse em sair. Galatasaray, da Turquia, e CSKA, da Rússia, também sondaram o jogador neste ano.

Porém, como o vínculo se aproxima do fim, o valor de mercado cai. Dourado pode, já a partir do meio do ano, assinar pré-contrato e sair de graça ao fim do ano. Por isso, qualquer eventual interessado usará este argumento a seu favor na negociação. O Inter pode se ver obrigado a aceitar preço reduzido pelo antigo capitão sob pena de o perder sem levar nada.

Segundo apurou o UOL Esporte, Dourado está entre os atletas que podem deixar o Beira-Rio. O clube abre a possibilidade de negociação assim que seja contemplado por ofertas. Não será colocado qualquer empecilho para saída, mesmo que seja imediatamente.

Hoje, Dourado é visto pelos aficionados não com a lembrança da queda de 2016, mas como símbolo dos insucessos recentes. O Inter bateu na trave na Copa do Brasil de 2019 e no Brasileirão de 2020, situações que marcaram muito o grupo atual, do qual ele é um dos expoentes técnicos e lideranças.

As vaias, mesmo no banco, ecoaram quando seu nome foi anunciado no sistema de som do Beira-Rio antes do clássico Gre-Nal de ida da semifinal do Gauchão. Outro sinal evidente que a relação com a torcida, que já o apoiou muito em outros momentos, não é a mesma.