Ao golear a Bolívia por 4 a 0 nesta terça-feira (29), o Brasil obteve a melhor campanha da história das Eliminatórias Sul-Americanas no formato atual. A seleção brasileira está invicta na competição: em 17 partidas, conquistou 14 vitórias e três empates. O ótimo desempenho, coroado com a vaga antecipada, deixa os torcedores animados por uma boa campanha também na Copa do Mundo.
No Fim de Papo, programa ao vivo do UOL Esporte transmitido após os jogos da seleção brasileira, os jornalistas Renato Maurício Prado, Vitor Guedes e Rodolfo Rodrigues compararam o momento atual da seleção brasileira com o da equipe de 2018, também comandada por Tite, logo após o final da disputa das eliminatórias. Os comentaristas avaliaram qual delas chegou melhor para o Mundial.
"A seleção jogava melhor naquele final de campanha, mas paradoxalmente acho que está mais bem preparada agora por um fator. Deu tudo certo naquele início do Tite e fiquei com a impressão de que ele tratou aquilo como um time fechado, não tinha plano B nem C, foi para a Copa do Mundo e morreu jogando daquela forma, com Gabriel Jesus e de um jeito só", avaliou Vitão.
Na visão de Renato, a seleção de 2018 estava em um nível superior ao da atual. "O Brasil jogava melhor no final das eliminatórias de 2018 do que agora, ainda que os resultados sejam espetaculares. Via mais futebol naquele time de 2018 do que vejo agora", avaliou o colunista do UOL.
Para Vitão, a falta de variações táticas no time de 2018 fez Tite repensar a forma de jogar da equipe, e hoje ela apresenta diferentes opções de estilos. "Aquilo ensinou a comissão técnica. Hoje, a seleção joga com Neymar de dez, nove ou de onze; com dois pontas ou um só e um armador; com Paquetá de segundo, terceiro ou de ponta-esquerda. Pelo menos o Brasil tem mais variações hoje, e com mais jogadores. Na Copa passada, era jogar no Neymar pra ver se ele resolvia. A má fase dele fez o time criar algumas alternativas", observou.
Rodrigues destacou que, no último Mundial, o Brasil enfrentou dificuldades por não encontrar saídas para a excessiva dependência de Neymar. "No fim das eliminatórias de 2018, a seleção parecia mais forte do que essa. Quando o Tite entrou, foram nove vitórias seguidas. Era um time que estava jogando redondo. No papel, Daniel Alves estava jogando melhor e o Paulinho estava jogando muita bola. Também havia Renato Augusto e Willian. Após as eliminatórias, o Brasil perdeu Neymar por lesão e ele só voltou às vésperas da Copa. Quando começou o Mundial, o Brasil não estava no mesmo momento", ressaltou o colunista do UOL.
Embora veja a seleção atual com mais chances de chegar ao título mundial, Vitão a coloca atrás de outra favorita. "Vejo a França muito à frente do Brasil, com talentos. O Brasil está em uma segunda prateleira junto com três ou quatro times. Tem mais chance de ganhar essa Copa do que a passada, embora naquela reta final de eliminatórias [da Copa-2018] tenha passado a impressão de mais futebol do que agora", ponderou.
Rodrigues destacou a ascensão dos garotos como um dos principais diferenciais desta seleção brasileira para aquela de 2018. "Para esse ano, o grupo parece mais forte. Talvez não seja a vontade dele, mas o Tite conseguiu colocar uma garotada que está jogando muita bola. São jogadores muito talentosos e todos entraram bem nesses últimos jogos e mostraram que têm condição de fazer parte dessa equipe. Há mais opções do que naquela Copa", concluiu.
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