Aos 41, Rodrigo Tabata ainda é destaque no Qatar e sonha em jogar a Copa
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O Al Sadd foi bicampeão nacional do Qatar há 20 dias sem perder uma única vez ao longo da campanha. O jogo do título foi a vitória por 2 a 1 contra o Al Wakrah, com gol decisivo de um jogador conhecido no futebol brasileiro: Rodrigo Tabata, ex-meia do Goiás (2004 e 2005) e do Santos (2006 a 2008).
Nascido no Brasil, o jogador é naturalizado qatari e já jogou pela seleção do país. Ele não é lembrado há algum tempo, mas mantém o sonho de ser convocado para a Copa do Mundo que acontece por lá entre novembro e dezembro. Aos 41 anos — terá 42 no Mundial —, Tabata pede passagem.
"Eu seria muito leviano se falasse que eu não sonho em voltar para a seleção e quem sabe jogar uma Copa do Mundo, né? Seria uma mentira muito grande. Eu sei que é difícil, até pela idade, essas coisas, mas os números são muito bons, são excelentes. Sem falsa modéstia, vamos dizer assim", diz ao UOL Esporte o veterano meia, que acaba de completar a 12ª temporada no Qatar.
Os números não desmentem Rodrigo Tabata: em 2021/2022, ele fez sete gols e deu quatro assistências em 21 partidas do campeonato nacional, média superior a uma participação em gol a cada dois jogos. Na temporada passada foram dez gols. É o que vai mantendo o sonho de pé, mesmo sem convocações desde as Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia.
"Já tinha cinco anos que eu estava jogando aqui e, graças a Deus, vinha apresentando uma performance muito boa. Na temporada 2015/2016 fomos campeões, eu fui eleito o melhor jogador e dividi a artilharia com outro atleta [Hamdallah]. Daí despertou o interesse [da seleção do Qatar], e como a regra da Fifa permite um atleta que nunca jogou pela seleção do seu país se naturalizar, eu fiz. Foi uma honra muito grande ter participado", diz o jogador, antes de completar sobre o futuro:
"Eu tenho o objetivo de jogar pelo menos mais duas temporadas, né? Mas na verdade, eu me sinto bem e tudo, fisicamente. Então eu tenho esse objetivo, mas não sei também depois, quem sabe, fazer um curso de treinador. Ficar por aqui, talvez seguir uma carreira de treinador. Mas não sei, Deus é quem sabe."
Xavi vai ser "um dos melhores do mundo"
Rodrigo Tabata jogou cinco temporadas no Al Rayyan e foi contratado pelo Al Sadd em 2020 a pedido do técnico Xavi Hernández. O ex-meio-campista espanhol tinha se aposentado e desejava treinar alguém com seu perfil na função. O brasileiro foi o escolhido e ganhou elogios empolgados durante toda a passagem. Xavi trocou o clube qatari pelo Barcelona no ano passado.
"Ele não só como treinador, mas também como pessoa, é excelente. Eu tenho certeza que ele vai ser um dos grandes treinadores do mundo futuramente. Tenho certeza que ele terá sucesso no Barcelona, que ele vai ter sucesso e vai ganhar alguma coisa ainda", diz Tabata sobre o ex-comandante.
O Al Sadd escolheu outro ex-meio-campista espanhol para o comando: Javi Gracia, de 51 anos.
Qatar respira futebol no ano da Copa
O UOL Esporte entrevistou Rodrigo Tabata durante um passeio por Doha, capital do Qatar. A cidade recebeu a Arab Cup entre novembro e dezembro do ano passado e nesta semana está mobilizada para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, que acontece amanhã (1). Há tanto tempo no país, o brasileiro, enfim, nota um boom do futebol como interesse das pessoas.
"Eles [qataris] estão então respirando futebol (...) Eles ficarem encantados no Mundial de Clubes, veio o Flamengo, veio o Liverpool, então, com aquela torcida mais organizada, que é o tempo todo agitando, ficaram admirados. Mas é assim, aqui os caras são mais tranquilos. Não tem essa cultura de estádio e ficar gritando, exceto nas finais ou jogos da seleção (..) Agora eles estão indo um pouco mais", reflete o jogador.
Há 12 anos havia menos torcida e também menos profissionalismo na liga local, algo que ele notou de primeira. Com o tempo, as coisas foram melhorando. "O nível dos jogadores melhorou muito, as estruturas, então, sem comentários. É tudo muito top, tanto é que a gente não tem plano de sair daqui tão cedo até depois que eu parar de jogar", diz o pai de Valentina (7), nascida no Qatar, e Francisco (10).
Nas caminhadas pelas ruas de Doha, algo que antes era incomum: gente parando para pedir autógrafos e fotos. Mas até isso ganha cores locais, porque é muito raro que o ídolo e o fã apareçam lado a lado nas selfies. "Isso é cultural, as pessoas não se tocam muito", ele explica, enquanto tira uma foto de si mesmo — sozinho — com o celular de uma fã.
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