Conmebol reelege presidente e já faz campanha para receber Copa de 2030
Representantes das federações de futebol sul-americanas participaram hoje (1) de um evento em Doha, no Qatar. O "75º Congresso da Conmebol" tinha como objetivo expor e votar receitas e despesas da instituição em 2021, além de reeleger autoridades como o presidente Alejandro Domínguez, mas os bastidores foram agitados pelo que pode ser o começo da articulação para que a Copa do Mundo de 2030 aconteça no continente.
A América do Sul deve apresentar uma inédita candidatura quádrupla para o Mundial, que seria sediado em Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. A maior concorrência é com a Europa, que deseja lançar Espanha e Portugal para a disputa. A articulação começa agora, porque a decisão deve sair em 2024 — dois anos antes do Copa que será jogada em Canadá, Estados Unidos e México.
Em passagem pela zona mista do congresso, o presidente da Conmebol Alejandro Domínguez começou a fomentar a discussão. "Para nós o Mundial de 2030 tem um significado histórico de reconhecer onde começou tudo. Isso não tira o mérito de que outros países podem se candidatar e vamos ver o que se dirá. Mas queremos que volte à América do Sul porque foi onde começou e a Fifa tem responsabilidade com a história", disse, à rádio "Cadena Ser", em referência à primeira Copa [em 1930] ter sido no Uruguai.
Domínguez, aliás, foi reeleito nesta sexta-feira para o terceiro mandato à frente da Conmebol. Ele era candidato único e desde janeiro já havia um acordo unânime das dez associações nacionais de futebol para que ele continuasse no cargo. Francisco Egas (Equador), Claudio Tapia (Argentina) e Pablo Milad (Chile) são os vice-presidentes eleitos. Os mandatos vão de 2023 a 2027. Será o terceiro de Domínguez, que assumiu o cargo em 2016 após denúncias de corrupção dizimarem a então cúpula da entidade.
Um brasileiro também foi votado durante o congresso. Fernando Sarney, vice-presidente à CBF, foi reeleito como representante da Conmebol perante a Fifa, enquanto o colombiano Fernando Castillo é presidente da Comissão de Conformidade e Auditoria e o peruano Fernando Corcino, membro da Comissão de Apelações.
Em seu discurso após a eleição, Alejandro Domínguez falou sobre os desafios do novo mandato: "Ainda há muito o que fazer, em particular no futebol feminino. Quando se fala em Conmebol se fala em potências mundiais, mas temos que saber que o trabalho foi bem-feito principalmente no futebol masculino. Acho que nestes próximos cinco anos teremos que fazer que o futebol feminino tenha o mesmo respeito e gere a mesma sensação de medo que têm os rivais com nossas seleções. É uma missão que assumo em torno de quatro pilares: investir e gerar mais recursos, ser uma instituição líder, focarmos em nossos fãs e ser vanguarda em tecnologia."
A Conmebol expôs hoje que encerrou 2021 com um déficit financeiro de 22,7 milhões de dólares. O valor foi coberto pelo saldo das reservas de contingência criado em 2019. A entidade explicou que a impossibilidade de venda de ingressos para a Copa América por causa da pandemia gerou um prejuízo de 30 milhões de dólares, enquanto a mudança de sede para o Brasil causou custos irrecuperáveis de 6,7 milhões.
A entidade divulgou receita operacional de 450 milhões de dólares em 2021, sendo 93,4% reinvestidos de maneira direta, com ativos totais de 321 milhões de dólares e patrimônio total de 123 milhões de dólares. As demonstrações financeiras foram aprovadas de forma unânime pelas associações nacionais de futebol.
Desejo de força a Pelé
O começo do congresso em Doha foi marcado por uma mensagem de Alejandro Domínguez ao Rei Pelé, que está em tratamento de um câncer no cólon direito.
"Quero começar dizendo que desde a Conmebol, em nome de todo o conselho, enviamos ao Rei Pelé nosso desejo que nessa luta que está enfrentando que siga jogando e siga jogando como um rei, que fique cada vez melhor. Desejamos recuperação e solidariedade com ele, sua família e todo o Brasil", disse.
Promessa de premiação
Já no fim da reunião, após reeleito, o presidente da Conmebol pediu para que todos os presidentes de federações nacionais dos países sul-americanos que estão na Copa se levantassem. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o fez, assim como os representantes de Argentina, Equador e Uruguai - o Peru ainda disputa a repescagem, em junho. Domínguez fez uma promessa:
"A Conmebol estará com vocês pessoalmente, trabalhará em conjunto porque agora somos todos um. Como um exemplo, proponnho que a Conmebol tenha um prêmio adicional à equipe sul-americana. Que em caso de voltar a ganhar a Copa do Mundo, possa dar um prêmio de 10 milhões de dólares aos vencedores", disse, antes de ser aplaudido pelos presentes no auditório.
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