Tite não vê grupo da morte na Copa 2022: 'Mas não tem grupo da vida'

Após o sorteio feito pela Fifa, Tite, técnico da seleção brasileira, avaliou o desenho dos grupos da Copa do Mundo de 2022. O treinador terá mais uma vez como adversários as seleções da Suíça e Sérvia, como foi em 2018, na Rússia. Camarões completa a chave.

"Não tivemos nenhum grupo da morte, mas também nenhum grupo da vida, não tem jogo fácil", disse o treinador, ao SporTV.

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Depois, em contato com mais jornalistas na zona mista, o treinador não escondeu que achou inusitada a repetição de dois dos três adversários que teve na primeira fase quatro anos atrás:

"A primeira reação que eu tive foi: 'Bom, novidade não vai ser'. Só faltava ser a Costa Rica. Aí era impossível, teria que jogar na loteria. Eu tive esse sentimento".

A estreia brasileira será diante dos sérvios, em 24 de novembro. Depois, o duelo é contra a Suíça, dia 28. A campanha na primeira fase termina diante dos camaroneses, em 2 de dezembro. Tite reconheceu que a experiência de já ter vivido esse processo todo de Copa do Mundo o deixa com uma "naturalidade maior". O técnico citou ainda que sente uma "adrenalina um pouco mais elaborada" e "um aspecto mental um pouco mais equilibrado.

Como caiu no Grupo G, o Brasil será uma das últimas seleções a estrear no Qatar.

"Qualquer tempo a mais com os jogadores é uma vantagem, sim. Mais tempo de trabalho vai ser bom para nós", comentou Tite, sem esconder que essa era uma das metas antes do sorteio.

A apresentação dos jogadores convocados para a Copa será em 14 de novembro, uma semana antes do início do torneio. O Brasil, então, terá 10 dias até o jogo contra os sérvios. Uma questão que ainda precisa de um martelo batido pela Fifa diz respeito ao limite de convocados. As comissões técnicas participaram hoje (1) de um seminário no qual externaram à entidade o desejo de que seja possível contar com até 26 convocados, podendo deixar 15 deles no banco.

"É uma tendência, não está definido ainda. A Fifa ouviu e deve definir na sequência", explicou Tite.

A equipe brasileira terá pela frente dois adversários europeus, enfrentamento que ficou raríssimo por causa do calendário da Nations League e Eliminatórias. À distância, o técnico brasileiro viu o poderio dos adversários que terá no Qatar, sobretudo pelas campanhas na caminhada até o Mundial.

"Eu assisti o jogo da Suíça contra a Itália, que ela fez o 1 a 0 no início. Tenho que dizer que o nível é altíssimo. Se pegarmos os resultados, eliminações da Itália e de Portugal pela Sérvia e Suíça. Também temos Camarões da escola africana", comentou o treinador, referindo-se às Eliminatórias europeias.

A rotina do treinador foi corrida nos últimos dias, com a data Fifa na qual o Brasil enfrentou Chile e Bolívia, emendando com a viagem ao Qatar. Haja café para sustentar a agenda.

"Estou aqui meio sem dormir. Confesso que na reunião dos técnicos eu estava tomando café para caramba. Começou falar de tecnologia. Pô, esse assunto aí é com o pessoal do CPA (Centro de Pesquisa e Análise da CBF). E tomando café para que eu pudesse acordar. A minha energia estava voltada para outro aspecto, mas agora, sim, vem o aprofundamento", admitiu o treinador.

O que resta fazer, então, para que a história termine com título do Brasil no Qatar?

"Claro que o objetivo maior é sempre ligado à seleção brasileira, na consolidação e evolução dela. É a consolidação e evolução do trabalho para poder enfrentá-los bem", finalizou.

Depois do sorteio, Tite irá com o auxiliar Cleber Xavier para a Inglaterra, onde assistirá in loco a duas partidas da Liga dos Campeões: Manchester City x Atlético de Madrid e Chelsea x Real Madrid. Com a seleção brasileira, a próxima missão será em junho, para três amistosos que devem ser na Austrália. Antes da Copa, o Brasil ainda fará mais dois jogos em setembro.