Campeões dos Estaduais de MG, RJ e RS não ganham premiação; SP é exceção
Você sabe quanto receberá o time que conquistar o Campeonato Mineiro, Carioca ou Gaúcho? Nada. Dos principais Campeonatos Estaduais do Brasil, apenas o Paulistão tem premiação em dinheiro ao campeão. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a divisão de cotas de televisão é o único recurso financeiro repassado aos clubes e não tem qualquer ligação com desempenho técnico.
São Paulo e Palmeiras disputam a taça do Paulistão. Quem levar a melhor fica com R$ 5 milhões de premiação. O vice recebe R$ 1,6 milhão. E ainda há premiação escalonada até o último colocado.
Além disso, o Campeonato Paulista também divide cotas de televisionamento. Os clubes grandes recebem aproximadamente R$ 30 milhões cada. O campeonato teve transmissão na TV aberta pela Record TV, no streaming pelo YouTube e pelo HBO Max, e no pay-per-view pelo Paulistão Play e pelo Premiere.
Mas a realidade não é a mesma em outros grandes centros do futebol brasileiro. O Rio de Janeiro, por exemplo, não premia o campeão desde a edição 2021. Depois do rompimento com a Globo, que transmitia os jogos, houve uma redução nos valores envolvidos no campeonato.
Atualmente, os clubes recebem uma quantia que varia de acordo com a contratação de pay-per-view de seus jogos. Há uma previsão de, a partir do ano que vem, buscar alternativas financeiras para retomar o pagamento de premiação. Mas tal situação ainda depende da negociação de novos parceiros.
O contrato em vigor com a Sportsview, empresa responsável por produzir as transmissões e ir ao mercado em busca dos parceiros, termina na edição atual. Isso diz respeito também ao contrato com a Record, que atualmente gera R$ 15 milhões, ao todo, à competição.
Segundo o UOL Esporte apurou, o novo modelo está em construção, passando por pay-per-view, TV dos clubes e outras plataformas. Os números referentes ao Estadual de 2022 ainda serão fechados, mas estima-se um crescimento de 30% no PPV do Cariocão. A atual proposta passou pelos clubes e há a ideia de que o fortalecimento dela passa pela valorização do produto como um todo.
Houve a percepção de rejuvenescimento do público, assim como números satisfatórios nas transmissões, o que faz projetar de que o modelo comercial pode vingar. O Flamengo x Vasco, por exemplo, no canal do Cariocão, registrou em torno de 2,2 milhões de visualizações, fora a Twitch do Casimiro, canal do Ronaldo, Gaulês e Camisa 21. Desta forma, enxerga-se que há uma valorização para a transmissão aberta futura.
Em Minas Gerais, o cenário é semelhante. A ausência de premiação por desempenho é tradição, porém houve uma redução na verba de televisionamento do torneio. Até a edição passada, os clubes dividiam uma quantia de aproximadamente R$ 42 milhões. Atlético-MG e Cruzeiro recebiam perto de R$ 14,2 milhões cada.
Porém, em 2022 os direitos dos jogos não foram vendidos apenas para a Globo. O Cruzeiro negociou suas partidas em casa com a Sempre Editora, proprietária do jornal O Tempo, se fazendo valer da Lei do Mandante, sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro, em setembro do ano passado. A Raposa levou R$ 4 milhões à vista, mais participação na venda dos jogos transmitidos via streaming, limitando o faturamento final em R$ 5 milhões.
Já o Atlético-MG, o América-MG e demais clubes assinaram com o Globo, por R$ 5 milhões fixos pela exibição na TV aberta e participação no pay-per-view. O Galo deve receber cerca de R$ 6,5 milhões, enquanto o América-MG recebe perto de R$ 1,8 milhão e os clubes menores cerca de R$ 500 mil. Tudo independente de seus resultados.
No Rio Grande do Sul a transmissão das partidas segue sob controle da Globo, tanto em TV aberta, fechada, internet ou pay-per-view. No entanto, a exemplo do que acontece em Minas Gerais, é comum não ter premiação por desempenho, acontecendo há várias temporadas.
Em solo gaúcho, Inter e Grêmio recebem aproximadamente R$ 13 milhões cada. O Juventude recebe perto de R$ 3 milhões e as demais equipes cerca de R$ 1 milhão.
Há apenas uma premiação por resultado no Campeonato Gaúcho. Trata-se do melhor desempenho de uma equipe do interior (ou clube da capital fora dupla Gre-Nal), que costuma receber aproximadamente R$ 300 mil de bônus.
Vale a pena?
A falta de premiação para os campeões, a quantia diminuta de verbas e o calendário apertado do futebol brasileiro reabrem o debate sobre a realização dos Estaduais. As alterações de valores com a negociação de direitos de transmissão ocasionaram uma redução ainda maior no peso dos torneios.
O Galo, por exemplo, terá prejuízo com a disputa do Mineiro. O valor recebido pela participação na competição é inferior a um mês de folha salarial do grupo de jogadores.
Atlético-MG e Cruzeiro fazem a final em Minas Gerais. Flamengo e Fluminense disputam a taça no Rio de Janeiro, e Grêmio e Ypiranga jogam a decisão no Rio Grande do Sul. Todos de olho apenas em medalhas, troféus e história, já que não receberão qualquer valor pela conquista.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.