David Braz valoriza título carioca do Flu: 'confiança e responsabilidade'
"Traz confiança e muita responsabilidade". Foi desta forma que o zagueiro David Braz comentou os próximos passos do Fluminense após o título do Campeonato Carioca, conquistado no último domingo (3). O Tricolor encerrou um jejum que durava desde 2012 e fez a torcida celebrar, mas o camisa 44 salientou os aspectos que estão agregados ao triunfo.
Já identificado com o clube, David Braz afirmou que o grupo tem de estar focado já para os desafios que tem pela frente em 2022, como a Copa Sul-Americana, que se inicia para o time das Laranjeiras amanhã (6), contra o Oriente Petrolero, da Bolívia, no Maracanã, além do Brasileirão.
"Traz confiança e traz muita responsabilidade. Não podemos confundir, e temos de lembrar que tem um limite essa confiança. Não podemos acabar dando bobeira porque agora aumenta a responsabilidade. Já que ganhamos do arquirrival, que é um dos melhores times e nas últimas temporadas conquistou títulos, e conquistamos um título em cima deles. Agora, a cobrança será maior ainda. Então, temos de estar preparados para isso. Vamos nos preparar bastante, e alertar, porque daqui para frente a cobrança vai ser maior do que já era", disse o defensor, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
Um dos líderes do elenco, o zagueiro comentou a "virada de chave" que foi necessária após a eliminação na terceira fase preliminar da Libertadores, em duelo com o Olimpia, do Paraguai. O resultado negativo gerou uma crise, e abalou a relação com a torcida, que protestou no desembarque da delegação no Rio de Janeiro e teve confusão.
Após a queda, o Fluminense, que vinha de um bom começo de temporada, fez dois jogos abaixo do esperado contra o Botafogo, na semifinal do Estadual, e garantiu classificação apenas nos acréscimos. Na decisão, porém, se mostrou superior ao Flamengo, que iniciou o torneio como favorito, nos dois compromissos.
David Braz enalteceu os números que a equipe obteve até aqui em 2022, e reconheceu que o tropeço na competição continental foi um baque, mas apontou que a resposta tem de ser rápida nos resultados adversos, assim como as vitórias não duram muito tempo.
"A temporada é muito boa. Se pegar o aproveitamento do Fluminense na temporada, é muito bom. Mas é aquela coisa: a gente vive de resultado todo dia, o tempo todo. Agora, fomos campeões cariocas sobre o nosso arquirrival e já temos um compromisso muito grande na quarta-feira. Se perder, já sabe que essa alegria toda pode acabar. É assim que a gente vive, e foi isso que aconteceu depois que perdemos para o Olimpia. Normal [a reação], era uma competição pela qual o clube e nós jogadores somos obcecados. Então, todo mundo ficou bastante chateado, da forma que foi. Todo mundo tem de lembrar que não jogamos bem, mas também tivemos um gol mal anulado pelo árbitro", recordou.
"Mas viramos a chave porque não tínhamos só a Libertadores na temporada. Tem um projeto ao longo do ano que se estende pelo Carioca, Copa do Brasil, Brasileiro e, agora, a Sul-Americana. O Fluminense não tinha só um objetivo na temporada, tem todos esses. O primeiro já foi, e agora tem de focar logo porque quarta-feira já tem um novo objetivo do grupo. Vamos fazer de tudo, jogo a jogo, com muita humildade e pés no chão para alcançar isso", completou.
Anunciado como novo técnico tricolor em dezembro, Abel Braga implementou um esquema com três zagueiros, algo não muito comum em nosso futebol. Braz admite que, no início, o sistema teve de assimilar alguns pontos para que tudo saísse como planejado, no entanto, celebra os bons frutos que o time vem colhendo.
Entre Taça Guanabara, semifinal e final, o Fluminense tomou cinco gols — dois na primeira fase, dois contra o Botafogo, na luta por vaga na decisão, e mais um contra o Rubro-Negro.
"No começo, ficamos com dúvidas, realmente. Há muito tempo o Fluminense vinha jogando em uma formação com quatro na linha defensiva, com quatro no meio e dois atacantes, ou três no meio e três atacantes. Mas também, com o Abel mesmo, já tinha atuado com três zagueiros. Eu, durante a minha carreira, já atuei em formação com três zagueiros, então, para mim, não era novidade. Mas quando tem esse tipo de mudança, precisa de um tempo, e esse tempo nós não tempos no futebol brasileiro", destacou.
"Quando ele [Abel] chegou, treinamos 12 dias na pré-temporada e já começou o Carioca com a responsabilidade de jogar bem. Não é bem assim que funciona o futebol, ainda mais que trouxeram jogadores novos, subiram jogadores... No começo, tivemos dificuldades, mas os resultados vieram. Tivemos a derrota na estreia [para o Bangu], por conta disso, mas depois a gente começou a ter resultado, ganhamos os clássicos e, graças a Deus, na reta final do Carioca, a gente começou a se soltar. E o resultado foi ser a melhor defesa da competição", acrescentou.
O jogador indicou ainda que o equilíbrio se tornou aliada ao trabalho para que as coisas pudessem caminhar da forma imaginada:
"Muita tranquilidade, com paciência dentro do elenco, jogo a jogo procurando melhorar, para que a gente pudesse dar sequência e terminamos muito bem. Estão aí os números e o título com essa nova formação que o Fluminense vem chegando."
No movimentado mercado, o clube das Laranjeiras acertou com oito novos nomes, dentre eles, alguns experientes, como o goleiro Fábio, o volante Felipe Melo e o atacante Willian Bigode. Porém, o camisa 44 permaneceu com espaço entre os "capitães" do grupo.
"Desde quando cheguei aqui, o pessoal me recebeu muito bem, tratou muito bem e confiaram muito no meu trabalho. Eles me conheciam. Nos enfrentamos várias vezes e sempre foi essa a minha postura, onde passei, de transmitir aquilo que aprendi e aquilo que o professor pede, passar confiança e estar junto com os companheiros em campo. E como sou defensor, tenho a leitura, muitas das vezes estou com a visão melhor que muitos jogadores em campo. Então, a gente procura estar sempre se comunicando, falando. É uma característica minha já, e receber esses jogadores foi da mesma forma que eu fui recebido por quem estava aqui, como Fred, Nenê, Nino, que é um dos líderes do grupo, Yago, Wellington... Foram jogadores que me receberam muito bem", lembrou.
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