Sólido e favorito na Libertadores: Djalminha vê Palmeiras quase europeu
Djalminha considera o Palmeiras o time mais sólido do Brasil. Ex-jogador daquele que talvez seja o melhor time do clube, tecnicamente, nos últimos 30 anos —o Palmeiras de 1996—, o hoje comentarista da ESPN enxerga o Alviverde como a equipe que joga um futebol mais parecido com o europeu no país.
"O nível de intensidade do Palmeiras é muito acima dos demais", disse ele, em entrevista ao UOL Esporte.
Por isso, mesmo com os desfalques de Marcos Rocha, Danilo, Piquerez e Rony, poupados, Djalma acredita que o Palmeiras não deve ter dificuldades diante do Deportivo Táchira (VEN) na estreia da equipe na Copa Libertadores, hoje (6), às 21h (de Brasília). Competição na qual, para o ex-camisa 10, o Palmeiras entra como favorito ao troféu.
"Mayke e Jailson vêm jogando bem. O Gabriel Veron talvez tenha até mais qualidade que o Rony. E o Jorge é um grande jogador, também", avalia. "Vai ser uns 2 a 0", acredita. Djalma será comentarista na estreia do Verdão.
Djalminha é da turma dos que veem mérito no trabalho de Abel Ferreira. Mas, embora o considere um excelente técnico, acredita que o treinador pudesse ter sido mais ousado em alguns jogos do passado. "Na final do Mundial, os jogadores não conseguiam chegar com força para atacar. O Dudu e o Veiga foram muito sacrificados", diz.
"O Palmeiras tem bons jogadores em todas as posições. Ótimos em algumas e muito bons em outras. Não é um time mediano que o Abel faz ganhar. Não tem a mesma qualidade individual das peças do Flamengo e do Atlético-MG, mas sua principal virtude é ser muito sólido na defesa e atacar para matar. Não ataca para especular, ou jogar bem, mas para decidir", avalia.
Danilo é excelente e ainda vai crescer
Djalma enxerga que Raphael Veiga está no melhor momento de sua carreira, bem como o goleiro Weverton, e gosta do futebol de Dudu. Mas vê no volante Danilo um dos principais nomes da equipe.
"Eu até tomei porrada nas redes sociais quando disse que o Danilo tinha lugar no Chelsea (ING)", contou Djalminha.
"Vieram me falar: 'é, por que o Kanté é ruim, né?'. Aí eu disse que via o Danilo no lugar do Kovacic, que teve liberdade para criar contra o Palmeiras [na final do Mundial], mas não fez nada. O Danilo ali faria muito mais", diz ele.
"A Europa tem bons jogadores e tal, mas o cara precisa enxergar que o Danilo tem qualidade de futebol europeu. E que vai melhorar ainda, porque é muito jovem", avalia.
Abel encontrou o esquema para os jogadores, e não o contrário
Djalminha até acredita que o Palmeiras tem qualidade para um futebol mais vistoso, mas sabe que isso é questão de gosto pessoal. E entende que o maior mérito de Abel Ferreira foi ter encontrado o melhor jeito de fazer jogar bem as peças que tinha no elenco.
"Ele identificou característica para fazer o time jogar de um modo que deu certo. Você não pode primeiro ter o esquema armado e tentar encaixar jogadores", diz. "Essa é a dificuldade que o Paulo Sousa está tendo no Flamengo. Porque ele tem uma ideia, e os jogadores não têm as características para essa ideia. Já com o Jorge Jesus, deu certo, porque a ideia dele ia ao encontro das características do elenco do Flamengo", analisa.
"A intensidade faz toda a diferença. O time do Jesus, o Palmeiras do Abel são assim. Contra o São Paulo, eles [Palmeiras] fizeram 2 a 0 fácil, e parecia que estava 0 a 0. O Atlético-MG também é intenso, mas como é ainda melhor tecnicamente, dosa um pouco mais o ritmo do jogo", explica.
"Seu" Palmeiras durou pouco
Djalminha viveu uma segunda encarnação do Palmeiras da era Parmalat. Após uma entressafra em 1995, a multinacional montou uma seleção para Vanderlei Luxemburgo dirigir em 1996.
"Eram todos muito ambiciosos pela vitória. Foi o time mais fácil de jogar da minha carreira, o melhor de todos", diz ele, que foi campeão espanhol, da Copa do Rei e da Supercopa no Deportivo La Coruña. onde atuou entre 1997 e 2002, retornando em 2004.
Mas o supertime de Djalminha no Palmeiras durou pouco. Ganhou apenas o Paulista de 1996. Quando o time perdeu a Copa do Brasil para o Cruzeiro naquele ano, o ímpeto da Parmalat e do Palmeiras, pensando em 1997, foi se arrefecendo, já que não havia vaga para a Libertadores.
"Todo mundo daquele time queria jogar na Europa, era a hora de sair para muitos de nós", conta ele, citando nomes como Rivaldo, Luizão, Flávio Conceição e Amaral, entre outros. "E a Parmalat não tinha apego, queria mais vender e comprar, para fazer dinheiro", lembra. "Eu ainda fui um dos últimos a sair, mesmo sendo um dos mais velhos", acrescenta.
O técnico Felipão chegou ao clube em 1997 e queria contar com Djalminha. "Ele veio me procurar, disse que iam montar um grande time de novo e que contavam comigo. Aí eu falei: 'professor, o senhor não estava no Japão [no Jubilo Iwata]? E foi para lá fazer o quê?'. Aí, o Felipão olhou para minha cara, riu e respondeu: 'tá bom, vai, tá liberado'. Eu tinha muitas propostas e acabei indo para a Espanha", conta, entre risos.
FICHA TÉCNICA:
DEPORTIVO TÁCHIRA (VEN) X PALMEIRAS
Motivo: Fase de Grupos da Libertadores, 1ª rodada
Data e hora: 6 de abril de 2022 (quarta-feira), às 21h (de Brasília)
Local: estádio de Pueblo Novo, em San Cristobal, na Venezuela
Árbitro: Darío Herrera
Auxiliares: Ezequiel Brailovski e José Savorani
Não há VAR na fase de grupos da Libertadores
DEPORTIVO TÁCHIRA: Cristopher Varela; Pablo Camacho, Jesús Quintero, Edisson Restrepo e Gabriel Benítez; Yerson Chacón, Maurice Cova, Francisco Flores, Edson Tortolero e Richard Figueroa; Anthony Uribe. Técnico: Alex Pallarés
PALMEIRAS: Weverton; Mayke, Gustavo Gómez, Murilo e Jorge; Jailson, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu, Gabriel Veron e Gustavo Scarpa. Técnico: João Martins (Abel Ferreira está suspenso)
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