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PDT tenta convencer presidente do Grêmio a ser candidato ao governo do RS

Lucas Uebel/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/04/2022 04h00

O PDT (Partido Democrático Trabalhista) já lançou a campanha nas redes sociais e a frase não pode ser mais direta. A ação "Quero Romildo" é mais uma medida para ter Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio, como candidato a governador do Rio Grande do Sul.

A candidatura, no entanto, não é admitida pelo dirigente. Pelo contrário. Bolzan tem afirmado reiteradas vezes que não vai deixar o comando do clube em meio à Série B do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, paira na Arena um clima de incerteza sobre o caso.

Aos 62 anos, Bolzan tem mandato como presidente do Grêmio até dezembro. Ele ocupa o cargo desde o início de 2015 e antes, foi prefeito de Osório, município no litoral norte gaúcho, por três vezes. O dirigente também já foi presidente do PDT-RS, função atualmente ocupada por Ciro Simoni, conselheiro gremista e ex-diretor médico do clube.

"Romildo é uma unanimidade para nós [do PDT]. Não há nenhuma dúvida. Temos a esperança de que ele esteja conosco [nas eleições de outubro]. É uma decisão dele, claro, mas o partido está convicto do nome dele", disse Ciro Simoni ao UOL Esporte.

O PDT-RS argumenta que mesmo com o rebaixamento do Grêmio, Romildo Bolzan Jr. tem enorme "capital político". Ou seja, é nome forte para a disputa estadual. A incerteza sobre outras candidaturas ao Palácio Piratini também favorece o cenário pró-Romildo.

A campanha "Quero Romildo" foi lançada oficialmente em 17 de março nas redes do PDT gaúcho e tem até arte com o vermelho, cor do Internacional, como pano de fundo para o pedido público.

No Grêmio, o tema foi abordado até em conversa entre membros do Conselho de Administração, o órgão que toca a gestão do clube. Nele, Romildo Bolzan Jr. atua ao lado de seis vice-presidentes. No início de março, o presidente afirmou aos demais integrantes do Conselho que não tinha planos de deixar o cargo antes do término.

O argumento de Romildo para não ceder aos pedidos dos correligionários é a necessidade de se concentrar na campanha do Grêmio para voltar à elite do futebol brasileiro.

O assédio contínuo, e cada vez mais forte, do PDT gera dúvidas nos corredores do Grêmio. O motivo é justamente a possibilidade de sequência no cargo até às vésperas da eleição. Como não ocupa função pública, Romildo Bolzan Jr teria amparo legal para deixar o clube muito perto da votação. Atendendo somente ao prazo de três meses prévios ao pleito.

As convenções partidárias serão o marco para lançamento oficial de candidatura. A previsão atual é que o prazo seja durante as quatro semanas do mês de julho. Assim, teoricamente, os trabalhistas terão pouco mais de dois meses para articular a chapa.

Na próxima semana, o PDT gaúcho fará reunião para tratar das chapas a serem lançadas para as eleições. Romildo Bolzan Jr. não está entre os citados no encontro, mas a posição dele será um dos temas. Quem relatar o status da tentativa ao dirigente gremista deve ouvir como réplica dos presentes a frase direta: "Quero Romildo".

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