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Ceni lamenta erros primários, mas comemora importante vitória na estreia

Rogério Ceni orienta jogadores do São Paulo, na partida diante do Ayacucho, pela Copa Sul-Americana - Staff Images / CONMEBOL
Rogério Ceni orienta jogadores do São Paulo, na partida diante do Ayacucho, pela Copa Sul-Americana Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

08/04/2022 00h56

Rogério Ceni deixou a vitória do São Paulo sobre o Ayacucho, em Lima, no Peru, satisfeito com a conquista dos três pontos, apesar da atuação. Em entrevista coletiva depois da partida, o treinador ressaltou a importância de começar a Copa Sul-Americana vencendo, já que apenas uma equipe do grupo avançará para o mata-mata.

"Para conseguir se classificar, não se pode cometer erros. Um fracasso pode significar a eliminação. Por isso foi muito importante ganhar hoje, porque podemos chegar ao último jogo com o Ayacucho sem chance de classificação e isso pode facilitar para nós", afirmou Ceni.

O São Paulo levou alguns sustos ao longo do jogo. Depois de sair à frente do marcador, o time brasileiro levou a virada, buscou o empate e viu o rival acertar a trave antes do intervalo. No fim do jogo, um pênalti convertido por Luciano garantiu a vitória por 3 a 2.

Analisando a atuação da equipe, Ceni elogiou o desempenho ofensivo, mas criticou o sistema defensivo. O treinador considerou os gols do Ayacucho resultados de falhas do próprio São Paulo.

"No ataque jogamos bem, criamos oportunidades, mas cometemos dois erros, um na saída de jogo com o goleiro e outro de um cruzamento do Techera, que já sabíamos que viria no primeiro pau e não poderíamos ter sofrido o gol", analisou.

A partida estava inicialmente marcada para Cusco, a 3.400m de altitude, mas mudou para a litorânea Lima por causa dos protestos que acontecem no Peru nas últimas semanas. A troca de estádio fez com que o São Paulo, de acordo com Ceni, adotasse uma postura diferente.

"Tentamos atacar de todo o jeito, porque o meu pensamento era que seríamos visitantes em Cusco, mas que aqui tínhamos que nos comportar como mandante, porque o Ayacucho também é visitante aqui, não tem altitude. Teríamos que trazer o ritmo de jogo para nós. E foi o que fizemos, uma pena que cometemos erros primários e, por isso, sofremos os gols", prosseguiu.

O São Paulo volta a campo na Copa Sul-Americana na próxima quinta-feira (14), quando recebe o Everton (CHI), no Morumbi. Antes disso, a equipe estreia no Brasileirão no domingo (10), também em seus domínios, às 19h (de Brasília), contra o Athletico.

Confira outras declarações de Rogério Ceni em entrevista coletiva:

Era o tipo de jogo que você esperava?

A partida se tornou muito difícil. Começamos bem, poderíamos ter uma partida mais fácil, mas o Ayacucho lutou muito e dificultou para nós. Tivemos alguns erros, mas no final, com o gol do Luciano de pênalti, conseguimos sair com os três pontos, que era o mais importante para nós, que era o que nós queríamos porque a distância do Brasil para cá é muito longa e temos que voltar bem porque são quatro equipes e só uma se classifica para a próxima fase.

Precisávamos muito dos três pontos. Vamos corrigir coisas, vamos melhorar e tentar na próxima partida, contra o Everton, no Morumbi, outra vitória para somar seis pontos e sair com vantagem.

Por que o jogo não foi em Cusco?

Jogar a 3.400m de altitude, sem dúvida, é um benefício para Ayacucho e um malefício para nós. Não sei o que acontece na política interna do Peru, lamento toda a tensão que existe. Jogamos aqui como foi determinado pela confederação.

Como o grupo recebe essa vitória?

Creio que é importante. Somos um grupo, jogamos o Campeonato Paulista com quase 30 jogadores que jogaram as partidas. Lá ficaram 12 jogadores, para cá vieram 22 jogadores. Nós somos um grupo.

Provavelmente, os que jogaram hoje, juntamente com os que ficaram treinando, vão começar o Campeonato Brasileiro com uma partida difícil contra o Athletico, que joga a Libertadores. Depois teremos o Flamengo, antes disso, o Everton. Toda quarta e domingo teremos jogos, por isso precisamos de um grupo grande.

Psicologicamente é muito importante porque perdemos uma decisão contra o Palmeiras. Ganhando hoje, acredito que começamos uma nova etapa, um novo momento e é sempre importante começar uma competição com a vitória.

O que te surpreendeu no Ayacucho hoje? Achou pênalti em Juan?

Foram três pênalti, mas somente um foi marcado pelo árbitro. Como não há o VAR, nós não podemos enfrentar o árbitro.

Acho que merecemos a vitória pelo que a equipe jogou, e entendemos a maneira como o Ayacucho jogou. Respeitamos, compreendemos, mas o pênalti não há dúvida.

Os problemas defensivos atrapalharam hoje?

Ayacucho tem um padrão de jogo, e nós cometemos erros. Claro que há o mérito de uma equipe que nos enfrenta e faz dois gols, mas nós também cometemos erros. Não vou falar somente dos defensores, mas o sistema defensivo como um todo não se saiu bem.

No ataque jogamos bem, criamos oportunidades, mas cometemos dois erros, um na saída de jogo com o goleiro e outro de um cruzamento do Techera, que já sabíamos que viria no primeiro pau e não poderíamos ter sofrido o gol.

Mas ganhamos, esse é o mais importante para o momento delicado que vivíamos.

Por que decidiu fazer duas trocas no intervalo?

Eu entendi que o Rigoni não estava bem como 9, não é um jogador de origem como 9. Coloquei-o no lado direito para abrir um pouco mais, Marquinhos do outro lado para abrir um pouco mais e o Talles, que não tem a mesma força do Andrés, mas é um jogador de mais dinâmica de jogo.

O Luciano baixou para jogar de meia com Talles e Luan, abrimos dois pontas para alargar um pouco o campo para termos mais oportunidades de jogo, controlar mais o jogo e atacar pelos lados. Depois com as outras trocas, como o Toró, que entrou muito bem, tentamos atacar de todo o jeito, porque o meu pensamento era que seríamos visitantes em Cusco, mas aqui tínhamos que nos comportar como mandante, porque o Ayacucho também é visitante aqui, não tem altitude.

Teríamos que trazer o ritmo de jogo para nós. E foi o que fizemos, uma pena que cometemos erros primários e, por isso, sofremos os gols.

Por que trocou os três meias?

Luan está voltando de uma lesão, ficou 120 sem jogar. É o primeiro jogo que começa atuando comigo como treinador do São Paulo. No primeiro dia que cheguei ao São Paulo, há seis meses, ele sofreu uma lesão na perna direita. Sabia que ele não jogaria mais que 45, 55 minutos. Ele estava cansado.

E a entrada do Talles foi para dar mais movimentação que o Colorado. O Talles está mais acostumado a jogar de costas para o adversário. Já o Colorado está acostumado a jogar mais lado a lado, com dois volantes. São posições que cansam muito, porque você tem que atacar e defender a todo tempo. São posições que estamos acostumados a mexer.

Neves também estava há muito tempo sem jogar. Tínhamos muitos jogadores que não jogavam há bastante tempo.

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