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Vasco inicia Série B com Zé Ricardo e presidente Jorge Salgado pressionados

Técnico Zé Ricardo foi fortemente hostilizado pela torcida do Vasco após o empate em 1 a 1 com o Vila Nova - Thiago Ribeiro/AGIF
Técnico Zé Ricardo foi fortemente hostilizado pela torcida do Vasco após o empate em 1 a 1 com o Vila Nova Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/04/2022 04h00

Foi apenas a primeira rodada da Série B, mas a torcida do Vasco, que já carrega anos de sofrimento, deixou clara sua impaciência com o técnico Zé Ricardo e o presidente do clube, Jorge Salgado, após o empate em 1 a 1 com o Vila Nova.

Quem acompanha de fora pode entender que os fortes xingamentos foram uma reação pontual depois de um resultado frustrante, dentro do São Januário lotado, na estreia na competição. A pressão, no entanto, nos dois personagens vêm se intensificando desde o início da temporada.

Em relação ao treinador, há o consenso externo e também em núcleos internos de que o trabalho ainda não deu liga, e o time não tem uma cara. Nos seis principais testes da temporada até aqui, não venceu. Foram derrotas em todos os clássicos no Campeonato Carioca - incluindo os dois jogos das semifinais - e o empate em 1 a 1 ontem (8), na competição mais importante do ano. Além disso, o time foi eliminado para o modesto Juazeirense na segunda fase da Copa do Brasil.

Após a queda no Estadual, Zé Ricardo teve duas semanas livres de trabalho, mas em campo o time pareceu não ter evoluído. As críticas de ontem foram, principalmente, na escalação e em suas substituições. No meio disso tudo, o treinador presenciou até mesmo o meia Nenê irritado com ele ao ser sacado no segundo tempo, uma cena que em nada ajudou ao comandante.

Alguns setores do clube entendem que se faz necessária uma mudança enquanto há tempo. No entanto, até o momento, Zé Ricardo conta com a confiança de Jorge Salgado, que costuma dizer em rodas de conversas que não é adepto de trocas rápidas de treinador. Aos mais próximos, alega que, na maioria das vezes em que isso acontece, é quando a pressão chega a níveis irreparáveis.

Salgado, aliás, é outro que não tem tido vida fácil em sua administração. Desde o ano passado, quando o clube ficou apenas em 10º lugar na Série B, o dirigente é bastante criticado. Muitos de sua base de apoio durante a eleição, por exemplo, "pularam do barco" e se dizem frustrados com a gestão até aqui.

Estes, somados aos opositores e a muitos torcedores entendem que os erros de 2021 estão se repetindo agora em relação à montagem do elenco. Ex-aliados têm dito que Salgado "tem lavado as mãos" à espera da chegada da 777 Partners, empresa norte-americana que deseja comprar a SAF vascaína.

A tendência, aliás, é de que a Sociedade Anônima de Futebol seja aprovada e os americanos assumam o comando. No entanto, considerando toda a burocracia dos órgãos internos, isso só deverá ocorrer em junho, na segunda janela de transferências, quando a Série B já terá passado da 10ª rodada, o que liga o alerta de preocupação entre os mais escaldados.

O fato é que, no atual momento, time, comissão técnica e diretoria terão que lidar com um clima de pouca paciência da torcida e de atores políticos do clube. O Vasco volta a campo no próximo dia 16, quando enfrenta o CRB, em Maceió (AL).

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