Luís Castro explica opção por Chay na direita e pede reforços ao Botafogo

Sem visto de trabalho, Luís Castro não estreou oficialmente como técnico do Botafogo na tarde de hoje (10). Mesmo assim, o treinador deu a entrevista coletiva após a derrota por 3 a 1 em casa, para o Corinthians pelo Brasileirão, e contou o que esperou com as mudanças táticas que fez no Fogão.

"Vários jogadores não atuavam há muito tempo e uns nunca jogaram na Série A. É uma conjunção explosiva, que necessita de muito trabalho. O Chay jogou pela direita, pois nosso crescimento era feito a três. O crescimento do Saravia o fazia cair para o meio, que é onde ele gosta, para trabalhar juntamente com o Piazon, nas costas do centroavante. Nós queremos e vamos a jogo sempre para assumir, pedi aos meus jogadores para serem corajosos. Não posso deixar de ir ao jogo sem pensar em ganhar, não faz parte de mim montar uma equipe acovardada. A verdade é que o Corinthians foi melhor. Quando tínhamos a bola, Saravia crescia e Chay vinha para o meio. Foi isso que tentamos fazer, infelizmente não deu certo", declarou.

"A equipe foi trabalhada e preparada para o jogo ao longo da semana e sabia o que queríamos fazer. Não podemos olhar para nós sem olhar para o adversário, não podemos separar isso. Claramente, o que tentamos, o adversário não deixou. Ficamos aquém. O Corinthians foi muito melhor que nós na primeira parte e sofremos três gols. O Corinthians mereceu vencer na primeira parte e merecemos ganhar na segunda parte, tivemos uma vantagem com o gol. Sempre que um lateral sobre, o ala do lado vem para dentro. Se esse ala for o Chay, que tem características de 10, o time fica montado em cima disso. Muitas vezes o jogo é na prática e esses movimentos ficaram mortos, pois nossos homens na frente não deram a profundidade que queríamos para ganhar no entre linhas. Fomos um bloco muito curto na primeira parte. Na segunda etapa melhoramos e fomos mais estendido", emendou.

O comandante também foi questionado sobre Diego Gonçalves, que entrou bem na etapa final. Além de elogiar o jogador, Luís Castro destacou que o Bota ainda precisa se reforçar para a sequência da Série A.

"Não escondo meu sentimento. Nós precisamos de mais jogadores e já falamos isso internamente. Todos botafoguenses têm essa consciência. O Diego Gonçalves normalmente joga pela esquerda e precisávamos ter uma maior profundidade. O Corinthians fechou muito bem esse lado. Uma equipe não pode ficar inclinada em um setor, se torna muito previsível. Com o Diego conseguimos distribuir melhor pelos dois corredores, depois de uma primeira parte bem perdida. Não podemos deixar nos enganar pela segunda parte, pois o Corinthians também tentou gerir. Necessitamos de mais jogadores, porém não foi por isso que perdemos. Foi por erros nossos. Temos plantel para fazer melhor. O Diego fez bem a tarefa que lhe foi entregue", avaliou.

Confira os outros trechos da coletiva

Ingenuidade do Botafogo

Não deixo de estar de acordo. A derrota acontece por isso [dar muito espaço], mas por outras coisas. Erramos um passe no primeiro gol e houve a transição, também falhamos no segundo gol. Neste nível, contra um time de grande capacidade, todos erros são fatais para nós. É fundamental acabar o jogo com 11 e não cometer erros como tivemos ao longo da partida. Estamos em um momentos de construção e precisamos ter consciência do que precisamos

O que esperar na temporada

Nós temos uma tarefa muito difícil que é construir o Botafogo, um processo difícil. Gosto quando minha equipe recupera a bola e ataca o adversário com velocidade. Que seja uma equipe que, quando tem a bola, construa com todos os jogadores. Essa é minha ideia de jogo, durante o jogo tivemos mais posse. Porém, quando a tínhamos, não analisamos o adversário como queríamos e perdemos as bolas em zonas que não devíamos. Vamos ser uma equipe que cole na minha ideia, mas se vermos que não vai dar certo, como vimos na primeira parte, fazemos alterações e vamos por outro caminho. Temos que saber o que a equipe nos pode dar, se buscamos algo que não pode, batemos na parede.

Análise de Matheus Nascimento

É um jogador muito jovem, em processo de crescimento. Temos que tirar o máximo de rendimento sem deixar de provocar seu crescimento. A capacidade que ele tem de aproximação e jogar no apoio frontal nós gostamos muito, ele faz muito bem. Ele tem talento e é um jogador de grande potencial, pode atingir um nível muito alto no futebol mundial.

Tempo para o time ter a cara de Luís Castro

O time não teve a cara dos adeptos hoje. A torcida que foi fantástica, o melhor elemento, antes e durante o jogo. Foram os mais brilhantes. Nossa cara de hoje é a da derrota e ninguém quer ver isso. Para evoluir, temos que conhecer as dinâmicas que a equipe precisa. Não são duas, três semanas que vão se conhecer. Sei que no futebol, o tempo compra-se com resultados. Espero que, rapidamente, o time tenha cara de vitória. No futebol, o que acontece muitas vezes, é que não se dá tempo para os treinadores resolverem os problemas. Entramos nessa dinâmica de entra e sai de treinadores e os problemas continuam. Isso é perigoso e não falo isso para a minha administração, falo isso pelo futebol. Temos que acelerar processos.

Embed de Botafogo 1 x 3 Corinthians