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Inter: Cuesta foi de líder da zaga a 'dispensável' antes de ir ao Botafogo

Victor Cuesta vai atuar no Botafogo até o fim da temporada 2022 - Ricardo Duarte/Inter
Victor Cuesta vai atuar no Botafogo até o fim da temporada 2022 Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

12/04/2022 04h00

Victor Cuesta vai jogar no Botafogo. O jogador foi liberado pelo Internacional e atuará pela equipe carioca depois de cinco temporadas pelo Colorado. Desde 2017 na equipe gaúcha, ele conheceu bem o sucesso e o fracasso, virou um dos líderes do grupo, mas também recebeu fortes cobranças da torcida.

Com 33 anos, Cuesta tem 270 jogos pelo Inter, com dez gols e 14 assistências. Durante o período em Porto Alegre, esteve na seleção do Brasileirão duas vezes (2018 e 2020), além de ter conquistado a Bola de Prata da ESPN uma vez.

Cuesta foi contratado num ano complicado da história do clube. A chegada se deu em 2017, temporada em que o Colorado disputou a Série B pela primeira e única de sua história. O defensor foi recomendado por convocações para a seleção argentina e boas partidas pelo Independiente. Ele, rapidamente, virou titular e um dos principais jogadores do time.

O Inter conseguiu o acesso e, aos poucos, o gringo se firmou entre as lideranças do vestiário vermelho. A temporada 2018 foi, provavelmente, a melhor dele no Brasil. As ótimas atuações o colocaram, inclusive, novamente na rota da seleção. Porém não houve convocações.

Próximo a D'Alessandro, o zagueiro fazia parte do grupo de jogadores fundamentais para o time naquele momento. Junto com Edenilson, Dourado, Patrick, além das lideranças de Marcelo Lomba e Danilo Fernandes.

A temporada 2019, porém, tinha tudo para ser o ápice daquele elenco. Era a hora de conquistar títulos. E foi aí que Cuesta começou a perder o brilho. O Inter não conseguiu vencer o Estadual, foi vice-campeão da Copa do Brasil em casa e em seguida terminou o Brasileirão longe do esperado.

As críticas por algumas falhas individuais começaram a surgir e o rendimento oscilou bastante. Em 2020, com um modelo de jogo mais ofensivo proposto por Eduardo Coudet, Cuesta se destacava na saída de bola, mas também cometeu falhas atrás, principalmente em lances de bola aérea. Ainda assim, a boa campanha no Brasileirão com o vice-campeonato catapultaram o jogador novamente para a seleção do torneio.

Para 2021, o cenário era de incerteza. Cuesta tinha feito boas temporadas na mesma medida que cometido falhas. E foi a segunda opção que prevaleceu. Jogos irregulares por boa parte da temporada, e novamente a falta de títulos, alimentaram a ira da torcida, principalmente contra os jogadores mais antigos do grupo.

O que um dia foi positivo, tornar-se um dos expoentes do elenco, se voltou exatamente contra aqueles jogadores que ocupavam tais postos. Com plano de reformular o grupo e o ambiente, a ideia passou a ser retirar peças que estavam no clube já há alguns anos e não tinham atingido o objetivo maior: as conquistas. Então, ele virou 'dispensável'.

Ainda assim, Cuesta teve contrato renovado no início deste ano. A ligação foi ampliada até o fim do ano que vem para evitar que o Inter ficasse refém de um vínculo curto que poderia autorizar o argentino a sair sem gerar qualquer lucro.

O salário alto também pesou na liberação. Em 2022, Cuesta virou reserva da defesa vermelha, após cometer mais algumas falhas individuais, principalmente no clássico Gre-Nal em que o Inter levou 3 a 0 pela semifinal do Gauchão. E o gasto acima da média com um suplente o empurrou de vez para fora do Beira-Rio.

A saída ao Botafogo se dá por empréstimo apenas até o fim da temporada. Porém, é improvável que "El Patrón" volte a vestir a camisa vermelha.

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