Topo

Elkeson ganha camisa 9, revela 'não' a time e pede paciência à torcida

Aos 32 anos, Elkeson assinou com o Grêmio até novembro e deve estrear no final de abril - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Aos 32 anos, Elkeson assinou com o Grêmio até novembro e deve estrear no final de abril Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

13/04/2022 15h38

Elkeson foi apresentado oficialmente como jogador do Grêmio, hoje (13), e contou detalhes sobre o acerto para voltar ao futebol brasileiro. Contratado após rescindir com o Guangzhou Evergrande, da China, o atacante admitiu procura de outros clubes e um deles foi recusado por ser rival do Botafogo, onde o jogador atuou pouco antes de ir à Ásia.

Aos 32 anos, Elkeson assinou com o Grêmio até novembro e recebeu a camisa 9. A estreia do jogador deve ser diante do CRB, na quinta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

"Tive diversas sondagens, mas nada de propostas oficiais. Naquele momento, disse 'não' a vários clubes. Principalmente a um clube que é rival de um time onde joguei no Brasil. Por respeito. O clube é o Botafogo, então por respeito ao Botafogo eu disse que não", contou Elkeson no CT do Grêmio.

Maior goleador do futebol chinês, Elkeson ainda falou sobre a demora para fechar com um novo time após voltar ao Brasil. O acordo com o Grêmio só foi alcançado em abril.

"Os últimos anos foram difíceis para minha família. Foram anos difíceis para nós, então conversei com minha esposa para a gente descansar (...) Foram anos difíceis para nós, então conversei com minha esposa para a gente descansar. Nos últimos dois anos, fiquei em casa só um mês. Nesse meio tempo, meu filho mais novo nasceu e não pude estar no nascimento. Eu tinha mais um ano e meio de contrato, eu queria terminar o contrato. Meu foco é jogar a Copa da Ásia. Mas naquele momento, vi que não estava mais feliz. Viver longe do meu filho recém-nascido. Foi uma decisão que a gente tomou e estou muito feliz", declarou.

Em outro momento, Elkeson lembrou até de jogo nas categorias de base para elogiar o Grêmio e explicar a escolha pelo clube de Porto Alegre.

"Lembro que em 2004, 2005, joguei uma final da base contra o Grêmio, em Cascavel. A camisa é uma das mais bonitas do futebol brasileiro. Era o destino. Quando cheguei, o diretor falou que a nove estava disponível e é o número que gosto de usar. Tem tudo para dar certo. Espero que o torcedor tenha calma, pois vou me dedicar para ajudar em campo", afirmou o atacante.

Confira demais respostas de Elkeson na entrevista coletiva

ACERTO COM O GRÊMIO

Diego Cerri foi bem importante para essa vinda. Conversamos por uns 40 min e ele me disse que eu teria esse tempo para treinar. Ele falou a mim que poderia ficar tranquilo, pois teria treino para treinar. Estou treinando forte, me dedicando, cuidando da alimentação para o mais rápido possível estar à disposição para ajudar a equipe.

ESTILO DE JOGO

Agradeço ao professor Oswaldo de Oliveira, pois ele me lançou como centroavante no Botafogo. Hoje, me sinto como centroavante por jogar as últimas temporadas como nove. Mas o mister Lippi também pediu para eu fazer a função pelo lado e tive a felicidade de ir bem por ali. A gente conseguiu vitórias. Hoje, eu sou um número nove, mas se o professor Roger pedir, vou atuar pelo lado da melhor maneira possível.

ADAPTAÇÃO

Realmente vou ter que me dedicar ao máximo. É bem difícil se adaptar ao estilo de jogo do treinador italiano. No primeiro ano, logo que saí do Brasil, tive dificuldades. Mas sempre procurei me adaptar e tudo que o mister passava eu procurava cumprir. Já tive uma conversa bastante proveitosa com o professor Roger e vou me dedicar ao máximo. O torcedor pode ter tranquilidade porque vou fazer o meu melhor em campo para ajudar o time e os meus colegas.

CONTRATO

Foi uma opção que a gente conversou bastante. Como eu fiquei nove anos fora do país, existia a possibilidade de retornar. Ele passou um projeto e de cara eu aceitei. Conversei com minha esposa, meus pais. Minha mãe me cobrou por eu ter ficado muito tempo fora do país, a dificuldade de acompanhar os jogos. Espero que o torcedor tenha um pouco de calma. Eu sou muito profissional, vou treinar bastante para estar o quanto antes 100%. Foi uma ideia nossa. Como eu fiquei muito tempo do país, acho que.. Tenho intenção de jogar a Copa da Ásia no ano que vem. Preciso ajudar ainda o futebol chinês. O povo chinês me recebeu muito bem. Então, quero jogar a Copa da Ásia em alto nível para ajudar a seleção a conquistar esse título. Infelizmente não conseguimos ir à Copa, mas na próxima temporada temos uma nova chance.

PRIMEIROS DIAS NO GRÊMIO

É muito difícil você ficar de fora, vendo o time jogar e não ter como ajudar em campo. Vim para ajudar tanto dentro como fora de campo. Temos jogadores experientes, jovens. Todos com mesmo pensamento de botar o Grêmio de volta ao futebol brasileiro. Temos que ter humildade, dar o melhor em campo. O ambiente vai melhorar cada vez mais. O ambiente é muito bom e quero agradecer a todos pelo carinho de todos.

ELKESON E DIEGO SOUZA JUNTOS NO TIME

Na verdade, eu tive essa conversa com o Diego (risos). Ali na nossa corrida. Temos muitos amigos em comum, é um cara do bem e todos falam bem dele. É um grande jogador, já fomos adversários no Rio de Janeiro e é uma expectativa grande para a gente atuar junto, se assim o mister quiser. Entrosamento vem ao decorrer da temporada. Quando eu estiver bem fisicamente, e ele voltando da lesão, vamos ajudar muito o Grêmio.

VOLTAR AO BRASIL

Como eu saí do Botafogo jogando em alto nível, tenho na minha cabeça esse pensamento de jogar em grande nível aqui no Grêmio. E para isso, peço ao torcedor um pouco de calma. Vou ter ainda umas duas ou três semanas para treinar e jogar. A minha volta ao futebol brasileiro é basicamente para isso: mostrar meu futebol. Mesmo estando fora, mantive minha média de gols e isso é um motivo de orgulho. É difícil sair do país e ter sucesso fora do país. Então, vale destacar meu profissionalismo. Ele me fez chegar até aqui

CARACTERÍSTICAS

Quando eu fui ao Botafogo, estava jogando mais de beirada. Com mudanças na comissão técnica, saídas do elenco, o professor Oswaldo pediu para eu fazer essa função. Confesso que fiquei um pouco ansioso, sabe, mas fui feliz e consegui ajudar. A minha característica é parecida com a do Diego, sim, mas aí vai depender do jogo. Da escalação. O que o professor Roger optar. Se eu tiver que fazer essa função do lado, vou fazer. Vou dar o meu melhor. Aqui a gente não tem que ter vaidade, temos que dar o nosso melhor.

DIEGO OU ELKESON?

Se ele optar pelo Diego, vou ficar feliz e torcendo por ele. Se eu tiver 5 min, vou tentar dar o meu melhor. Temos que deixar a vaidade de lado e pensar no coletivo

TORCIDA, ESTREIA

Quero agradecer a todo carinho que recebi dos torcedores. E confessar a vocês que em Shangai tem muitos torcedores do Grêmio. E inclusive um gaúcho de Gramado. Agradecer aos torcedores pelo carinho. Espero corresponder a altura, em campo. Sei que o torcedor cobra bastante, principalmente entrega em campo, e é isso que vou fazer. O torcedor na China é um pouco mais acanhado, é diferente. Diversas vezes eles preferiam tirar foto de longe do que abordar, como aqui. É bem legal a diferença da cultura.

EXPERIÊNCIA NA CHINA

Quando eu fui à China, poucos me conheciam e fui conquistando carinho e respeito em campo. Sempre procurei ser muito profissional, trabalhei bastante para dar o melhor em campo. No primeiro ano, foi um pouco difícil, mas conquistamos títulos importantes. Eu fui à China porque o mister me fez esse convite para a gente tentar conquistar a Copa da Asia. Foi um momento mágico como profissional. Sei que a responsabilidade é muito grande, mas sou profissional e tenho que estar preparado. Trabalhar, me entregar ao máximo.

POR QUE O GRÊMIO

Tive diversas sondagens, mas nada de propostas oficiais. Naquele momento, disse 'não' a vários clubes. Principalmente a um clube que é rival de um time onde joguei no Brasil. Por respeito. O clube é o Botafogo, então por respeito ao Botafogo eu disse não. E os últimos anos foram difíceis para minha família. Foram anos difíceis para nós, então conversei com minha esposa para a gente descansar. Nos últimos dois anos, fiquei em casa só um mês. Nesse meio tempo, meu filho mais novo nasceu e não pude estar no nascimento. Eu tinha mais um ano e meio de contrato, eu queria terminar o contrato. Meu foco é jogar a Copa da Ásia. Mas naquele momento, vi que não estava mais feliz. Viver longe do meu filho recém-nascido. Foi uma decisão que a gente tomou e estou muito feliz. Eu escolhi o Grêmio pela grandeza. Lembro que em 2004, 2005, joguei uma final da base contra o Grêmio, em Cascavel. A camisa é uma das mais bonitas do futebol brasileiro. Era o destino. Quando cheguei, o diretor falou que a nove estava disponível e é o número que gosto de usar. Tem tudo para dar certo. Espero que o torcedor tenha calma, pois vou me dedicar para ajudar em campo.

JOGOS NA TEMPORADA

Na China eu jogava no máximo 45 jogos por temporada. Temos mais 37 jogos na temporada e devo ficar de fora de mais uns três ou quatro, né? É treinar bastante? O futebol brasileiro tem uma intensidade mais alta, então isso requer muito profissionalismo. Os jogadores mais experientes vão ser importantes demais nessa caminhada.