Carille diz que Athletico-PR ainda jogou com jeito de Valentim em vitória
O técnico Fábio Carille estreou pelo Athletico-PR com uma vitória por 1 a 0 sobre o The Strongest-BOL, na Arena da Baixada. Logo após o triunfo, o treinador concedeu entrevista coletiva e admitiu que o time ainda está com a cara do de Alberto Valentim, demitido do clube no último domingo.
"É muito do que o Alberto fez, com certeza. Não adianta eu chegar aqui e falar que fui eu, longe disso. Nós temos que trazer a confiança para o grupo, porque não é fácil no futebol você tomar 4 x 0. Dar um pouco mais de confiança para os atletas ali atrás, se você pegar o Matheus, é o primeiro jogo de Libertadores, chegando aqui recente, o Bryan é o primeiro jogo do ano. É muito da ideia sim, procuramos passar confiança para que possamos melhorar. Poucas coisas, mas é claro que vem muitas coisas do trabalho do Alberto e conseguir o título aqui da Sul-Americana".
O próximo compromisso do Athletico-PR na Libertadores será no próximo dia 26, contra o Libertad, no Defensores del Chaco. No próximo domingo (17), a equipe de Carille recebe o Atlético-MG na Arena da Baixada, pela segunda rodada do Brasileirão.
Confira mais respostas de Fábio Carille na coletiva:
Felicidade em treinar o Athletico-PR
"Tudo começou na terça-feira, a definição foi quarta, quando cheguei por volta de 13h no CT. Meu empresário estava fora do Brasil e foi tudo muito corrido, mas desde o início quando surgiu a possibilidade de vir para o Athletico, a grandeza que é e o que estão almejando, era preciso participar disso. Estou feliz".
O contra-ataque pode ser um jeito de o Athletico jogar?
"Uma equipe tem que se preparar em todas as situações, tudo que aconteceu nós esperávamos, imposição, bola no número 11, disputa, um jogo de competição e esperando o contra-ataque. Foi o que aconteceu, depois que aconteceu o gol eles se abriram um pouco. Eu tenho jogadores para jogar assim e hoje já me mostrou uma situação que eu gosto muito. Não vejo mais o Marlos tão aberto, mas eu posso ver o Marlos como um atacante que flutua para ser mais um meia. E aí você ter mais jogo, propor mais jogo, ter velocidade, ter jogadores qualificados para entender melhor os sistemas, as combinações. O Athletico perdeu um jogador que segurava bem essa bola na frente, que era o Nikão, que fazia o time jogar. Hoje está um time mais em transição, mas eu tenho jogadores que podem fazer isso também, conseguir ficar mais com a bola, com mais qualidade no campo do adversário".
Na segunda etapa o Athletico volta mais intenso, como foi a conversa no vestiário?
"Ali no intervalo só ajustamos poucas coisas. Para mim, o primeiro tempo era um time jovem, é um técnico novo e daqui a pouquinho começa a acelerar e fazer coisas que não tem que fazer, isso é muito natural, ainda mais para uma equipe muito jovem. Foi ajustar alguns movimentos do Abner, vindo um pouco mais por dentro, dando amplitude com os jogadores de lado. Ficou muito claro que o lado esquerdo hoje era um lado mais construtor, o lado direito é um lado mais de força. Então com o tempo vamos entendendo e trazendo trabalhos para potencializar a caraterística dos jogadores".
O que é preciso para que o time almeje títulos na temporada
"É um grupo muito qualificado, isso é claro. Agora é um trabalho meu e da comissão, junto com os atletas para fazer esse conjunto funcionar. É claro que vão ter muitos erros ainda, estamos no meio da competição, não tem jogo-treino para fazer, testar, não tem nada. São conversas, mudanças para que tenha intensidade. Eu sei que jogar no Athletico é ser muito intenso e para ser intenso precisa estar bem e, de vez em quando tem que fazer algumas modificações por causa do calendário. Bryan o primeiro jogo, o Pablo que entrou, é o primeiro jogo com o grupo profissional, o zagueiro é o primeiro jogo da Libertadores, isso vai um tempo. Então conversas, vídeos, conversas individuais, conversas em grupo e um pouco do treino do campo vai ser fundamental para eles entenderem o que eu penso e isso vai ser jogo a jogo e a gente espera crescer."
Repetir time ou trocar de acordo com a competição
"Mais do que repetir time vai ser importante definir a forma de jogar. Eu ainda tenho algumas dúvidas, porque a partir do momento que eu definir a forma de jogar, eu preparo todo mundo e as substituições ficam mais fáceis. Nós vivemos em um país que não adianta ficar variando muito porque não trabalha, não treina. São 80 jogos por ano, quinta, domingo, quarta e assim definir uma forma de jogar, porque chega um momento que isso fica mecanizado. O Fergusson que fala: 'Chega um momento do ano que você não tem que treinar, algumas coisas tem que ser automáticas.' É isso que eu quero implantar o quanto antes, primeiro definir a forma de jogar, depois, jogo a jogo, as características que vão se encaixar melhor para cada adversário. Talvez pelo lado um cara mais armador, talvez pelo lado um cara mais agudo, mas dentro de uma ideia a formação é a mesma, o que pode mudar são as características. Ainda tenho um pouco de dúvida da forma de jogar".
Qual é a característica de jogo do treinador
"Eu tenho a minha preferência, mas eu não sou engessado a ela. Eu tenho cinco anos como técnico e trabalhei bem definido em cinco formações. O que eu gosto do 4-2-3-1, mas em 18 foi 4-2-4. Depois lá na Arábia, que fomos finalistas da Copa e em terceiro em um campeonato muito difícil, eu fiz um 4-1-3-2 pelas características dos jogadores. Agora no Santos eu fiz um 3-5-2, porque foi o que eu acreditei junto com a comissão que seria importante. Então em 2017 e 2018, pelos zagueiros que eu tinha, jogávamos mais no campo adversário. Em 2019 meus zagueiros já eram mais posicionais, não podia dar mais campo ao adversário, joguei mais para trás. O 4-2-3-1 lá das Arábias meus zagueiros eram muito rápidos. Então aqui já me dá uma confiança com os dois zagueiros que eu joguei hoje, porque eles tem muita velocidade. Isso já é uma questão de posicionamento de corpo, estar muito atento ao que chamamos de bola coberta e descoberta, a hora que é para correr para trás e a hora que não é para correr. Mas o que eu mais gosto é o trabalho do campo, trazer para a realidade da situação. Eu gosto do 4-2-3-1, mas eu não sou engessado a ele".
Marlos e Terans poderão jogar juntos?
"Pode sim e, se vocês lembrarem o time de 18 do Corinthians, era Rodriguinho e Jadson, com Clayson e Romero pelos lados, antes de eu ir pela primeira vez para a Arábia. Pode sim, são jogadores próximos da área, com poder de definição, mas eu preciso dos lados bem agudo e esses jogadores de dentro não ficam enfiados em cima dos zagueiro. Ganho o meio de campo, os jogadores de lado tem que ter entendimento da profundidade para levar a linha defensiva para trás e ganhar o jogo mais no meio. Pode acontecer sim".
Recado para a torcida atleticana
"Só tenho que agradecer, muito feliz pelo momento. Até agora, todos os trabalhos realizados foram acima da expectativa e é isso que eu quero. Que a gente trabalhe para ser além das expectativas de que o clube pensa. Eu tenho que falar para o torcedor que essa não é uma causa, não é uma briga só nossa, é de todos. Já joguei aqui, 96 e 97 como atletas, 2002 aqui. Eu sei o quanto essa torcida inflama. Eu sei que quando começa a gritar e, por ser um time jovem, eu tenho que tirar esse ímpeto de começar a fazer coisas que não tem que fazer, isso é muito natural quando a equipe é muito jovem, mas é uma briga nossa, que o torcedor venha junto, compre a causa. Nós vamos trabalhar muito dentro do CT, diretoria, comissão, atletas, todos integrados e com o apoio da torcida nos tornamos mais fortes".
Importância do olhar da comissão
"Eu fui durante oito anos auxiliar do Corinthians, durante os oito anos, cinco técnicos: Mano, Tite, Adílson, Cristóvão e Oswaldo. Eu sei o quanto eu fui importante. No Santos agora, o quanto o Marcelo Fernandes e o Serginho Chulapa foram importantes para a chegada. Então são pessoas que eu confio, pessoas que, antes de vir, eu procuro saber quais são os profissionais, as informações são as melhores possíveis. Então já chegamos, já integrou e tem total liberdade para me passar o que tiver que passar. É claro que a decisão é minha, mas eu tenho duas orelhas desse tamanho que é para ouvir muito e tomar decisão."
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