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'Zagueiro' e 'ponta', laterais do Palmeiras se firmam e encerram dúvidas

Mayke, do Palmeiras, em ação durante treinamento - Cesar Greco/Palmeiras
Mayke, do Palmeiras, em ação durante treinamento Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

15/04/2022 04h00

Quando a temporada começou, muitos palmeirenses nas redes sociais listavam jogadores para as posições que o Palmeiras deveria contratar. E entre os nomes de centroavantes, meias, zagueiros e volantes, apareciam alguns de laterais-direitos. Giovanni González, uruguaio do Peñarol, por exemplo, estava entre os mais citados. Mas decorridos quatro meses, as atuações consistentes de Marcos Rocha, 33, e Mayke, 29, encerraram a discussão.

Até porque, o desejo por um lateral-direito foi sempre uma questão unicamente da torcida na gestão Abel Ferreira. Em conversas com pessoas do clube e membros da comissão técnica, o UOL Esporte apurou que Abel e a diretoria nunca cogitaram trazer concorrência ou substitutos para a dupla.

Mayke e Rocha, inclusive, têm perfis diferentes e complementares. Embora também forte no apoio, Rocha, com Abel, aparece bem como zagueiro, em especial na fase de construção. Já Mayke, versátil, mais de uma vez entrou em campo para ser ponta pela direita, como na Recopa, contra o Athletico-PR. O que permite ao técnico fazer escolhas de acordo com as características dos jogos.

Com 197 e 167 partidas, respectivamente, Rocha e Mayke estão entre os dez jogadores do elenco que mais vezes vestiram a camisa do Palmeiras. Rocha só perde para Dudu e Weverton. Mayke, Bola de Prata da ESPN em 2018, é o 9º. Vale a curiosidade: Rocha ficou em segundo na premiação naquele ano.

Mayke deu assistência histórica

Quando Marcos Rocha recebeu, diante do Atlético-MG, o cartão amarelo que o suspendia da final da Copa Libertadores, em 28 de setembro, Mayke já tinha uma cirurgia no joelho direito programada para dois dias depois. As dores que vinham acompanhando o jogador desde o início de 2021 o levaram a uma artroscopia.

O procedimento era simples, o tempo para voltar a trabalhar com bola era de cerca de um mês. Mas recuperar a musculatura e o condicionamento físico para a final do torneio, em 27 de novembro, eram desafios que não se podia afirmar serem 100% transponíveis. Tanto que ele só volta a jogar em 10 de novembro, 40 dias depois do procedimento.

Mas Mayke não apenas jogou, como também participou do lance do qual nenhum palmeirense jamais se esquecerá. Aos 5 min do 1º tempo, é ele quem recebe lançamento de Gómez e enxerga Raphael Veiga entrando livre na área para fazer 1 a 0 para o Verdão.

Na recente conquista do Campeonato Paulista, Mayke fez oito partidas e teve bons índices. De acordo com o Foot Stats, teve 92% de acerto nos passes, o que o coloca no Top 5 do time. Nas interceptações, com cinco, só perdeu para Jorge e, curiosamente, Rocha, com 6, que jogou dois jogos a mais.

Marcos Rocha tem contrato perto do fim

Um dos capitães de Abel Ferreira, Marcos Rocha é peça importante no elenco. De modo que a renovação de seu contrato, que se encerra em dezembro, está nos planos da diretoria.

Quando estrear na Libertadores, campeonato pelo qual ainda não atuou, Marcos Rocha jogará sua décima edição seguida da competição. Vai ficar assim apenas atrás do paraguaio Nestor Camacho, do Olimpia (PAR), que jogou dez.

Décimo lateral que mais vezes atuou pelo Palmeiras na História, Rocha vive excelente início de temporada. É vice-líder em ações defensivas (desarmes + interceptações), desarmes e assistências.

Discretos e avessos a holofotes

Além de terem vindo de clubes de Minas Gerais e jogarem na mesma posição, Mayke e Rocha têm em comum também a aversão aos holofotes. São jogadores discretos, que não têm muito apreço e familiaridade com câmeras e microfones.

Ambos raramente concedem entrevistas que não as obrigatórias e protocolares. De Mayke, aliás, dificilmente será possível encontrar o registro de uma reportagem especial ou uma entrevista exclusiva.