Como trabalha William Thomas, o novo executivo de futebol do Inter

William Thomas foi anunciado no último fim de semana como novo executivo de futebol do Inter. Com passagens recentes por Santos, Athletico -PR e Avaí, o profissional se caracteriza pela correção e por ser muito discreto. No Beira-Rio, reencontra o antigo parceiro de trabalho, Paulo Autuori, e de cara tem pela frente uma mudança de comissão técnica.

Thomas tem menos de uma semana de trabalho e já está na linha de frente da contratação de um novo treinador. Foi ele quem conversou com Mano Menezes, ontem (18), para formalizar o interesse do Colorado. O processo de contratação do técnico terá sequência num encontro com Autuori. O acordo com o comandante gaúcho pode ser fechado ainda hoje (19).

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A direção do Inter já tinha alinhado a contratação o executivo, mas esperou a conclusão da janela de transferências como estratégia. Se chegasse antes, Thomas seria inserido num ambiente de pressão sem nem tempo de conhecer o clube e seus pares. O Colorado contratou, desde o início do ano, 14 jogadores, e a falta de resultados positivos ocasionou troca na comissão técnica também.

O anúncio e o início das atividades veio apenas depois que ao menos um dos processos estava vencido. Assim, o trabalho começaria com tranquilidade — dentro do que se pode considerar tranquilo em meio a uma troca de comissão.

Como trabalha William Thomas

Discreto, quase invisível, e extremamente correto. Assim é William Thomas, novo executivo de futebol do Internacional. Reservado, o cartola não gosta de aparecer na mídia, nunca vai aos microfones e é sucinto no trato com a imprensa.

Thomas foi braço direito de Paulo Autuori na reformulação do departamento de futebol do Athletico-PR anos atrás. Quando Autuori acertou com o Santos, trouxe seu pupilo e, meses depois, acabou deixando o Peixe a cargo de William Thomas.

Autuori pediu demissão por precisar aparecer a todo momento na sala de imprensa do CT Rei Pelé para apagar incêndios que não haviam sido criados por ele. Depois de sua saída, o fogo continuou, mas Thomas nunca utilizou as coletivas para apagá-lo.

Ao lado de Everson Rocha, head scout indicado por ele, e Jorge Andrade (hoje no Sport), executivo de base, William Thomas organizou um procedimento de renovação de contrato dos jovens valores santistas de forma a impedir que o clube perdesse talentos de graça, como não raro acontecia no Peixe.

Outro pilar do trabalho de Thomas é o respaldo à comissão técnica. No Peixe, o diretor preferiu se demitir a participar da demissão do técnico Jesualdo Ferreira.

Certa vez, o UOL Esporte entrevistou o executivo, à época no Athletico, e pediu uma foto para fazer parte da matéria. Thomas é tão discreto que o clube não possuía nenhuma. O Furacão precisou fazer um registro especialmente para a reportagem.

No Internacional, a direção comandada por Alessandro Barcellos se caracteriza pela redução do número de entrevistas. Se antes era tradicional sempre um dirigente, político ou profissional, se manifestar após os jogos, tal rotina foi quebrada com o atual comando.

Cada vez mais raras, as entrevistas coletivas de dirigentes ocorrem apenas em momentos específicos, como em apresentações ou ocasiões especiais. Depois da demissão do técnico uruguaio Alexandre Medina, por exemplo, ninguém falou.

Posto instável

O Inter está longe de ser um ambiente estável. Se o time gaúcho se caracteriza por frequentes mudanças na comissão técnica, o mesmo vale para a direção de futebol, seja política ou profissional.

No ano passado, primeiro da gestão Barcellos, o vice de futebol João Patrício Herrmann, substituído pelo atual representante político na pasta, Emílio Papaléo Zin. Neste ano, o cargo político foi mantido, mas o profissional não. Paulo Bracks foi desligado aproximadamente um mês antes do anúncio de Thomas.