Flu estreia em torneio 'pedra no sapato' para Abel e busca novo roteiro
Abel Braga tem no currículo conquistas que poucos têm o privilégio, como o Mundial de Clubes, conquistado em 2006 pelo Inter. campeão do Carioca há alguns dias. O técnico, porém, na longa trajetória à beira do gramado, tem uma "pedra no sapato": a Copa do Brasil. Logo mais, à frente do Fluminense, ele inicia mais uma caminhada em busca do título inédito na galeria pessoal, em duelo com o Vila Nova, no Maracanã, às 21h30 de hoje (19).
O Tricolor vai fazer a estreia na competição, enquanto a equipe goiana deixou para trás o Rio Branco-AC e o Guarani, na primeira e segunda fases, respectivamente.
A equipe das Laranjeiras começa a campanha em meio a um momento de oscilação, mas vem de vitória sobre o Cuiabá, no Brasileiro, e tem a favor o retrospecto recente no palco do duelo de hoje.
Abel foi anunciado pelo Flu no fim do ano passado, para esta que é a quarta passagem como treinador do time. Foi no Tricolor, inclusive, que teve um dos traumas na Copa do Brasil.
Em 2005, após o desmanche de um elenco "galáctico", o treinador tinha um grupo que contava com nomes como Antônio Carlos, Fabiano Eller, Juan, Marcão, Preto Casagrande, Leandro e Tuta. O time das Laranjeiras havia conquistado o Estadual e chegou à final do torneio nacional, em confronto com o Paulista de Jundiaí.
Na ida, no Jayme Cintra, a equipe comandada por Vagner Mancini venceu por 2 a 0, com gols de Márcio Mossoró e Léo. Com o Maracanã interditado, o segundo encontro da decisão foi em São Januário, e um empate sem gols fez a taça ter o interior de São Paulo como destino.
Aquela seria a segunda frustração consecutiva de Abel. No ano anterior, o então técnico do Flamengo participou de outro feito histórico que teve final parecido, também contra um clube paulista de menor investimento. Na ocasião, também depois de levantar a taça do Carioca, encarou o Santo André.
Após empate em 2 a 2 com o Palestra Itália, derrota por 2 a 0, com gols de Sandro Gaúcho e Elvis, no Maracanã lotado. Ao apito final, estava concretizada uma das maiores "zebras" da história da Copa do Brasil.
"A gente só sabe o gosto da vitória quando conhece o sabor da derrota. As pessoas me chamavam de vice. Meu filho falava: 'pai, os caras falam que você só é vice'. Eu falava: 'filho, o pai chegou ganhou Estadual e chegou na final da Copa do Brasil com o Flamengo. Mudou de clube e ganhou Estadual e chegou na final da Copa do Brasil de novo. O pai não pode ser tão ruim assim, né' ", disse Abel, em entrevista ao UOL Esporte, em 2017.
O título da "competição mais democrática do país" chegaria às Laranjeiras em 2007, sob o comando de Renato Gaúcho, em final contra o Figueirense. O grupo contava com Thiago Silva, Thiago Neves, Carlos Alberto, Arouca, Cícero, Alex Dias, Rafael Moura, Adriano Magrão e Roger, que se tornou herói daquela conquista ao fazer o gol da vitória no Orlando Scarpelli.
O comandante, por sua vez, em 2006 conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes pelo Internacional. Em 2012, novamente vestindo as cores do Tricolor, levantou o troféu do Brasileiro.
Desde 2013, a Copa do Brasil passou a contar também com os clubes participantes da Libertadores e, apesar de mais fases, a possibilidade de clubes de investimentos menores chegar ao topo do pódio diminuiu. No novo formato, levaram o troféu Flamengo, Atlético-MG (duas vezes), Palmeiras (duas vezes), Grêmio, Cruzeiro (duas vezes) e Athletico-PR.
Objetivo "restante" na temporada?
Antes do início do calendário, Mário Bittencourt concedeu uma entrevista aos jovens participantes do "Flu Camp". À época, questionado sobre os reforços que havia chegado e pretensões do Tricolor em 2022, afirmou que, se pudesse escolher dois títulos, seriam o da Libertadores e o da Copa do Brasil.
O time das Laranjeiras, porém, acabou sendo eliminado na fase preliminar da Libertadores, ao perder para o Olimpia, do Paraguai, nos pênaltis.
"Acredito que em 2022 a gente montou um time para ter chance de ganhar as quatro competições que vamos disputar [Carioca, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro]. É muito difícil ganhar as quatro. Para qualquer clube, é muito difícil ganhar três, quatro competições no ano, mas acho que a gente chega em condições", disse.
"Acho que a gente chega com chances de ganhar as quatro, mas se perguntar se eu pudesse escolher um, eu quero ganhar a Libertadores. Se eu puder escolher dois, a Libertadores e a Copa do Brasil", completou.
Com a queda precoce na Libertadores, o Fluminense está na fase de grupos da Sul-Americana. Na estreia, venceu o Oriente Petrolero, da Bolívia, e perdeu para o Junior Barranquilla, da Colômbia, na segunda rodada.
Evitar a "lei do ex"
Adversário de logo mais, o Vila Nova tem rostos bem conhecidos da torcida do Fluminense. O meia Wagner, que esteve nas Laranjeiras entre 2012 e 2014, e o atacante Pablo Dyego, cria do clube e que atuou profissionalmente 2018 e 2019.
FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE x VILA NOVA
Competição: Copa do Brasil, terceira fase
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Dia: 19 de abril de 2022, terça-feira
Horário: 21h30 (horário de Brasília)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (FIFA / PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn (PR) e Rafael Trombeta (PR)
FLUMINENSE: Fábio; Nino, Manoel e David Braz; Calegari, Yago, Ganso, André e Cris Silva; Arias (Luiz Henrique) e Cano. Técnico: Abel Braga
VILA NOVA: Georgemy; Alex da Silva, Rafael Donato, Renato, Willian Formiga; Pablo (Pedro Bambu), Rafael Victor, Arthur; Matheuzinho, Victor Andrade (Jean Silva) e Pablo Dyego. Técnico: Higo Magalhães
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