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Copa Sul-Americana - 2022

Flu estreia em torneio 'pedra no sapato' para Abel e busca novo roteiro

Abel Braga conversa com jogadores do Fluminense durante treino na pré-temporada 2022 - Mailson Santana/Fluminense FC
Abel Braga conversa com jogadores do Fluminense durante treino na pré-temporada 2022 Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

19/04/2022 04h00

Abel Braga tem no currículo conquistas que poucos têm o privilégio, como o Mundial de Clubes, conquistado em 2006 pelo Inter. campeão do Carioca há alguns dias. O técnico, porém, na longa trajetória à beira do gramado, tem uma "pedra no sapato": a Copa do Brasil. Logo mais, à frente do Fluminense, ele inicia mais uma caminhada em busca do título inédito na galeria pessoal, em duelo com o Vila Nova, no Maracanã, às 21h30 de hoje (19).

O Tricolor vai fazer a estreia na competição, enquanto a equipe goiana deixou para trás o Rio Branco-AC e o Guarani, na primeira e segunda fases, respectivamente.

A equipe das Laranjeiras começa a campanha em meio a um momento de oscilação, mas vem de vitória sobre o Cuiabá, no Brasileiro, e tem a favor o retrospecto recente no palco do duelo de hoje.

Abel foi anunciado pelo Flu no fim do ano passado, para esta que é a quarta passagem como treinador do time. Foi no Tricolor, inclusive, que teve um dos traumas na Copa do Brasil.

Em 2005, após o desmanche de um elenco "galáctico", o treinador tinha um grupo que contava com nomes como Antônio Carlos, Fabiano Eller, Juan, Marcão, Preto Casagrande, Leandro e Tuta. O time das Laranjeiras havia conquistado o Estadual e chegou à final do torneio nacional, em confronto com o Paulista de Jundiaí.

Jundiai - Copa do Brasil- Primeiro jogo da final . Paulista de Jundiai X Fluminense . Local Estadio Jayme Cintra . 15.06.2005 foto Fernando Santos/Folha Imagem .LEO - Fernando Santos/Folha Imagem - Fernando Santos/Folha Imagem
Imagem: Fernando Santos/Folha Imagem

Na ida, no Jayme Cintra, a equipe comandada por Vagner Mancini venceu por 2 a 0, com gols de Márcio Mossoró e Léo. Com o Maracanã interditado, o segundo encontro da decisão foi em São Januário, e um empate sem gols fez a taça ter o interior de São Paulo como destino.

Aquela seria a segunda frustração consecutiva de Abel. No ano anterior, o então técnico do Flamengo participou de outro feito histórico que teve final parecido, também contra um clube paulista de menor investimento. Na ocasião, também depois de levantar a taça do Carioca, encarou o Santo André.

Após empate em 2 a 2 com o Palestra Itália, derrota por 2 a 0, com gols de Sandro Gaúcho e Elvis, no Maracanã lotado. Ao apito final, estava concretizada uma das maiores "zebras" da história da Copa do Brasil.

Flamengo foi derrotado pelo Santo André na final da Copa do Brasil 2004, em pleno Maracanã - Felipe Varanda/Folha Imagem - Felipe Varanda/Folha Imagem
Imagem: Felipe Varanda/Folha Imagem

"A gente só sabe o gosto da vitória quando conhece o sabor da derrota. As pessoas me chamavam de vice. Meu filho falava: 'pai, os caras falam que você só é vice'. Eu falava: 'filho, o pai chegou ganhou Estadual e chegou na final da Copa do Brasil com o Flamengo. Mudou de clube e ganhou Estadual e chegou na final da Copa do Brasil de novo. O pai não pode ser tão ruim assim, né' ", disse Abel, em entrevista ao UOL Esporte, em 2017.

O título da "competição mais democrática do país" chegaria às Laranjeiras em 2007, sob o comando de Renato Gaúcho, em final contra o Figueirense. O grupo contava com Thiago Silva, Thiago Neves, Carlos Alberto, Arouca, Cícero, Alex Dias, Rafael Moura, Adriano Magrão e Roger, que se tornou herói daquela conquista ao fazer o gol da vitória no Orlando Scarpelli.

O comandante, por sua vez, em 2006 conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes pelo Internacional. Em 2012, novamente vestindo as cores do Tricolor, levantou o troféu do Brasileiro.

Internacional ergue o troféu de campeão do Mundial de Clubes de 2006 - Divulgação/SCI - Divulgação/SCI
Imagem: Divulgação/SCI

Desde 2013, a Copa do Brasil passou a contar também com os clubes participantes da Libertadores e, apesar de mais fases, a possibilidade de clubes de investimentos menores chegar ao topo do pódio diminuiu. No novo formato, levaram o troféu Flamengo, Atlético-MG (duas vezes), Palmeiras (duas vezes), Grêmio, Cruzeiro (duas vezes) e Athletico-PR.

Objetivo "restante" na temporada?

Antes do início do calendário, Mário Bittencourt concedeu uma entrevista aos jovens participantes do "Flu Camp". À época, questionado sobre os reforços que havia chegado e pretensões do Tricolor em 2022, afirmou que, se pudesse escolher dois títulos, seriam o da Libertadores e o da Copa do Brasil.

O time das Laranjeiras, porém, acabou sendo eliminado na fase preliminar da Libertadores, ao perder para o Olimpia, do Paraguai, nos pênaltis.

"Acredito que em 2022 a gente montou um time para ter chance de ganhar as quatro competições que vamos disputar [Carioca, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro]. É muito difícil ganhar as quatro. Para qualquer clube, é muito difícil ganhar três, quatro competições no ano, mas acho que a gente chega em condições", disse.

"Acho que a gente chega com chances de ganhar as quatro, mas se perguntar se eu pudesse escolher um, eu quero ganhar a Libertadores. Se eu puder escolher dois, a Libertadores e a Copa do Brasil", completou.

Com a queda precoce na Libertadores, o Fluminense está na fase de grupos da Sul-Americana. Na estreia, venceu o Oriente Petrolero, da Bolívia, e perdeu para o Junior Barranquilla, da Colômbia, na segunda rodada.

Evitar a "lei do ex"

Adversário de logo mais, o Vila Nova tem rostos bem conhecidos da torcida do Fluminense. O meia Wagner, que esteve nas Laranjeiras entre 2012 e 2014, e o atacante Pablo Dyego, cria do clube e que atuou profissionalmente 2018 e 2019.

FICHA TÉCNICA:

FLUMINENSE x VILA NOVA
Competição
: Copa do Brasil, terceira fase
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Dia: 19 de abril de 2022, terça-feira
Horário: 21h30 (horário de Brasília)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (FIFA / PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn (PR) e Rafael Trombeta (PR)

FLUMINENSE: Fábio; Nino, Manoel e David Braz; Calegari, Yago, Ganso, André e Cris Silva; Arias (Luiz Henrique) e Cano. Técnico: Abel Braga

VILA NOVA: Georgemy; Alex da Silva, Rafael Donato, Renato, Willian Formiga; Pablo (Pedro Bambu), Rafael Victor, Arthur; Matheuzinho, Victor Andrade (Jean Silva) e Pablo Dyego. Técnico: Higo Magalhães