Palmeiras tem grupo desgastado para calendário pesado; veja quem mais jogou

O Palmeiras vai ter que estudar e tomar decisões difíceis para definir quem vai entrar em campo nos seus próximos jogos. No intervalo de dez dias, entre o compromisso desta quarta (20), contra o Flamengo, e a estreia na Copa do Brasil, diante do Juazeirense, no dia 30, o clube terá quatro partidas. A partida desta noite no estádio no Maracanã, às 19h30 (de Brasília), é válida pela quarta rodada do Brasileirão.

Por conta de shows no Allianz Parque nos dias 23, 24 e 30, nenhum destes compromissos será em casa. E no meio de todo esse processo, o time tem viagem de ida e volta a Quito, no Equador, pela Libertadores, em que cada trecho de deslocamento pode chegar a seis horas.

Poderia ser uma decisão fácil: usar os principais jogadores contra Flamengo, no Maracanã, e Corinthians, em Barueri. Afinal, são jogos contra rivais muito importantes no Brasileiro, no qual o time precisa buscar recuperação depois de uma derrota e um empate nos dois primeiros jogos. E escalar reservas contra o Emelec, pela Libertadores, em que o time está bem, e contra o Juazeiro-BA, na estreia na Copa do Brasil. Mas não é tão simples assim.

O Palmeiras tem uma meta na Libertadores, que é ter a melhor campanha geral, para garantir que vai decidir vaga em casa até a semifinal — a final tem campo neutro. Por isso, perder pontos contra o Emelec não seria nada interessante. Mesmo escalando um time misto, o clube não pode abrir mão de viajar com seus principais jogadores.

Sequência desgastante expõe elenco curto

O Palmeiras vem de dez jogos complicados, somando os compromissos pela Libertadores, Brasileirão e a reta final do Paulistão. E há jogadores que acumulam partidas em sequência como titulares ou muitas participações nessa série iniciada contra o Corinthians, em 17 de março.

Gustavo Gómez, por exemplo, jogou nove dos dez jogos no período, e vem de sequência de sete partidas como titular. Se o Alviverde não tivesse perdido na estreia no Nacional pelo Ceará, em casa, o zagueiro paraguaio poderia ter sido poupado contra o Goiás, por exemplo. Com o empate no Centro-Oeste, ele não apenas começou o jogo em Goiânia como também deve ser titular contra o Flamengo.

Ir a campo em muitas partidas seguidas não é exclusividade do capitão. Outros dos principais jogadores do elenco passam pela mesma situação. Dudu jogou oito das dez analisadas. Foi substituído em sete delas, mas nunca deixou o campo antes dos 20 do segundo tempo.

Veiga e Murilo, que hoje é titular devido à lesão de Luan, também somam oito jogos como titulares. Zé Rafael vem logo atrás, com sete, assim como Marcos Rocha e Weverton. O desgaste físico dos goleiros, no entanto, é um pouco mais leve. O mental, por outro lado, é igual ou superior ao dos demais jogadores.

É claro que o número de jogos começados ou seguidos não é a única medida para determinar quem está mais apto a entrar em campo.

Há avaliações clínicas, fisiológicas e psicológicas individuais nessa conta para avaliar o desgaste dos atletas. Mas, no fim das contas, deixar de ser relacionado acaba sendo a única medida realmente eficaz para diminuir o cansaço. Até porque, mesmo que não joguem, a maior parte dos atletas vai participar das viagens.

Com 23 jogadores ativos, contabilizando os garotos da base chamados para compor o grupo — Luan ainda se recupera de lesão e Deyverson não está mais nos planos porque o seu contrato está perto do fim —, o técnico Abel Ferreira tem um quebra-cabeça em mãos.

Situação dos jogadores do elenco nos últimos dez jogos e sequência atual (jogos como titular ou atuando por um tempo inteiro):

FICHA TÉCNICA:

FLAMENGO: Hugo (Santos), Willian Arão, David Luiz e Filipe Luís; Rodinei (Isla), João Gomes, Thiago Maia e Lázaro; Éverton Ribeiro e Arrascaeta; Gabigol. Técnico: Paulo Sousa

PALMEIRAS: Weverton, Mayke, Gustavo Gómez (Kuscevic), Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu, Rony e Scarpa. Técnico: Abel Ferreira