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Mecenas do Inter que já investiu em Neymar quer presidir clube. É possível?

Delcir Sonda sonha em ser presidente do Internacional, mas só pode concorrer em 2026 - Divulgação
Delcir Sonda sonha em ser presidente do Internacional, mas só pode concorrer em 2026 Imagem: Divulgação

Marinho Saldanha e Lucas Musetti

Do UOL, em Porto Alegre e Santos

21/04/2022 04h00

Delcir Sonda nunca escondeu o desejo de ser presidente do Internacional. O empresário, que já foi investidor do clube em diversas negociações e até perdoou uma dívida de R$ 25 milhões, em 2018, porém, teria que cumprir alguns requisitos para atingir o cargo máximo do clube e só poderá concorrer em 2026.

Delcir é conselheiro eleito pelo clube. Sua entrada no Conselho Deliberativo aconteceu na eleição de 2020, como primeiro nome da chapa formada pelos movimentos 'Colorado eu sou', 'Inter maior" e "Movimento Inter 'grande". A chapa contava com apoios importantes, como os ex-presidentes Marcelo Medeiros, Fernando Carvalho e Giovani Luigi.

Sonda foi um dos 150 empossados em janeiro de 2021, quando também teve início a atual gestão do clube, cujo presidente é Alessandro Barcellos, oposição ao mecenas e que recebe duras críticas dele.

"Estamos com um time para cair para a Segunda Divisão. Vamos ver agora com a mudança do técnico. As coisas estão muito ruins. Não é possível que o clube esteja desta maneira. Os problemas estão muito graves. A gestão tem de melhorar, no meu entendimento são principiantes. São muitos erros de contratação de jogadores, de técnicos. O clube nunca passou por isso", disse Sonda à Rádio Gaúcha sobre a atual gestão do Inter.

Está no tempo de Conselho que reside a impossibilidade imediata de Sonda se candidatar à presidência. Pelo artigo 31, parágrafo quarto, do Estatuto do Internacional, o candidato à presidência precisa cumprir alguns requisitos. Entre eles, ser sócio do clube há ao menos dez anos e ter pelo menos quatro anos como membro do Conselho Deliberativo.

É exatamente esta última necessidade que atrasaria o sonho de Sonda. A próxima eleição do clube acontecerá em 2023 e ele terá apenas três anos como Conselheiro. Sendo apto a concorrer apenas na seguinte, em 2026.

O empresário, no entanto, mantém o sonho de gerir o clube do qual é torcedor.

"É o que eu mais queria. Tenho paixão pelo clube. O único problema foi minha empresa. Sou o único gestor. Meu irmão está com problema de saúde. A vontade nunca vai para o chão. Vamos ver se achamos o momento certo", afirmou.

Além dos compromissos pessoais, o tempo também pode ser empecilho. Em 2026, Sonda vai beirar os 80 anos e precisará estar disposto a encarar a rotina exigente do cargo máximo do Internacional.

Investimento em Neymar no Santos

O Grupo DIS investiu no Santos na gestão de Laor e Odílio Rodrigues e a relação acabou de vez em 2013, na venda de Neymar ao Barcelona (ESP).

Oficialmente, o Peixe recebeu 17,1 milhões de euros (R$ 74,8 milhões, à época). Meses depois, o clube catalão admitiu que pagou 86,2 milhões de euros (R$ 364,2 milhões) e alegou que 40 milhões de euros foram para a empresa N&N, da família do atacante atualmente no PSG (FRA).

O grupo DIS tinha direito a 40% do valor pago ao Santos, mas só recebeu o percentual pelos direitos econômicos, sem contar a prioridade em atletas e a quantia pelo amistoso entre as equipes.

Presidente da DIS, Delcir Sonda esteve na Vila Belmiro na partida entre Santos e Internacional, em 22 de agosto. A negociação por um acordo teve início de fato nesta data, mas o litígio continua e, recentemente, a DIS conseguiu penhorar R$ 15 milhões do Peixe. A ação envolve outras negociações, como a de André para o Dínamo de Kiev (UCR).

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