Topo

Corinthians

VP elege 'ansiedade' como ponto de desequilíbrio do Corinthians em Londrina

Vítor Pereira, técnico do Corinthians, durante jogo da equipe contra a Portuguesa-RJ - Marcos Zanutto/AGIF
Vítor Pereira, técnico do Corinthians, durante jogo da equipe contra a Portuguesa-RJ Imagem: Marcos Zanutto/AGIF

Do UOL, em São Paulo

21/04/2022 01h13

A estreia do Corinthians na Copa do Brasil passou longe de ser aquela esperada pelo torcedor. Afinal, diante da Portuguesa, do Rio de Janeiro — equipe que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro — o Timão ficou no empate em 1 a 1. Na visão do técnico Vítor Pereira, a atuação tem relação com uma série de fatores, entre eles a ansiedade dos garotos em resolver as jogadas de ataque, sobretudo no segundo tempo.

"Um bocadinho de ansiedade. Tenho a oportunidade e quero chutar, às vezes finalizações simples que é só tocar, não é bater, nós fazemos. Queremos matar o goleiro adversário batendo com força, a bola tem que ser batida com qualidade, muitas vezes devagar mesmo. Tivemos algumas oportunidades falhadas ou até mesmo o último passe, que ao invés de entrar para frente, a bola foi atrasada. Acho que isto aqui foi um bocadinho pela falta de tempo de jogo e pela ansiedade que eles têm de mostrar trabalho. Nossos treinos são um toque ou dois toques, nosso jogo é associativo. Por conta dessa ansiedade, corremos com bola e tivemos um jogo caracterizado. Essa ansiedade de querer demonstrar tudo, acabou com que o jogo fosse assim", explicou o português responsável pelo comando técnico do Corinthians na entrevista publicada pelo portal 'Meu Timão'.

Ainda de acordo com Vítor Pereira, a própria equipe dificultou seu rendimento em Londrina ao tomar um gol com apenas um minuto de jogo. O treinador, no entanto, não citou nominalmente o volante Xavier pelo erro na saída de bola e sim todo o sistema defensivo pelo posicionamento errado no lance e a falta de atenção na jogada que gerou o gol da Portuguesa.

"Apenas lamento não termos conseguido a vitória, mas não posso acusar a minha equipe de não ter tentado. Faltou um pouco, nós tornamos o jogo mais difícil. Atrapalhamos um pouco o nosso jogo por conta da nossa ansiedade. Mas estou muito feliz por ver tanta gente a nos apoiar, significa que eles acreditam e espero que continuemos a merecer o carinho deles", argumentou.

Agora, o Corinthians retorna a São Paulo e inicia a preparação para o clássico com o Palmeiras, sábado, na Arena Barueri. O Dérbi é válido pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro — competição que o Timão lidera com 100% de aproveitamento. Na terça, o Alvinegro tem um dos jogos mais importantes da temporada até aqui diante do Boca Juniors, na Neo Química Arena, pela fase de grupos da Copa Libertadores.

Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:

Avaliação sobre o desempenho do goleiro Ivan

"Não havia muita coisa a fazer, mantê-lo tranquilo. Em termos de técnicos vou deixar com o Marcelo (preparador de goleiros). Faremos cortes do jogo para vermos no que fomos bem e no que fomos mal, os treinadores de goleiros também fazem isso. Depois, individualmente e coletivamente, procuramos saber onde temos que melhorar. Não é fácil para um goleiro entrar num jogo assim, nossos gramados de treinamento são muito melhores do que esse (estádio do Café). Deveríamos estar mais equilibrados quando perdemos a bola e não estávamos. É uma sequência de falhas nos posicionamentos que permitiu abrir aquele buraco no meio e tomarmos aquele gol de maneira muito fácil, entregamos de bandeja".

Por que tanta dificuldade diante de uma equipe da Série D?

"Já toquei em vários pontos, não é só a nossa ansiedade, o fato de termos sofrido o gol muito cedo ou o gramado. É também a vontade e a qualidade da equipe adversária. É também por eu ter mexido tanto no time porque eu tenho que correr riscos. São esses fatores em conjunto. É um jogo de copa e tudo pode acontecer. Temos a vantagem de jogar no nosso estádio e acredito que vamos conseguir seguir em frente".

A maior dificuldade do trabalho é fazer com que todo o elenco compreenda suas ideias de jogo?

"A única possibilidade de o Corinthians ser competitivo é subir os padrões, o nível desta juventude. Se eles não subirem o nível, vamos ficar muito curtos para sermos competitivos. Vamos imaginar que eu trouxesse outra equipe para decidir a vaga aqui. Tenho certeza que a grande parte deles não conseguiria jogar contra o Palmeiras porque já percebi que eles não conseguem se recuperar. Portanto, tenho que subir o nível dos outros e trabalharmos da mesma forma. Todos são estimulados da mesma forma. O que falta é um bocadinho de ritmo de jogo. Nos treinos, eles conseguem fazer algumas coisas que ainda não conseguem fazer nos jogos".

Por que Jô foi substituído no intervalo?

"Se eu mantivesse o Jô, contra o Palmeiras ele não poderia fazer nem 5 minutos. O que eu posso fazer? Tenho que tirar porque sei que preciso. Se o Jô jogasse mais, ele estaria fora do jogo contra o Palmeiras. É simples assim".

Corinthians