Presidente do Ceará cobrará Palmeiras na Justiça por venda de Arthur Cabral

O Ceará vai entrar na Justiça contra o Palmeiras por conta de valores relativos à venda do atacante Arthur Cabral para a Fiorentina (ITA) em janeiro deste ano. O clube cearense pleiteia R$ 12 milhões. A cifra é metade do valor a que o Alviverde tinha direito, por contrato, na transação de R$ 98 milhões feita pelo Basel (SUI) com a equipe italiana.

A notícia foi primeiramente divulgada pelo Yahoo e confirmada pelo UOL Esporte. Em entrevista ao UOL, Robinson de Castro, presidente do Ceará, reafirmou que vai notificar o clube paulista judicialmente. E ainda disse que Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras na época da transação, reconheceu que o valor era devido.

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"Sempre tivemos uma excelente relação com o Galiotte. Na época, conversei com ele, e ele me disse que eu estava certo. Mas o (CEO do Palmeiras) Cristiano Koehler, não sei sob ordens de quem, disse agora que o Palmeiras não vai pagar", contou Castro. "Essa postura nos causou muita surpresa", acrescentou.

Antes de partir para a alternativa litigiosa, o Ceará tentou contatos extrajudiciais com o Palmeiras. "A gente tentou fazer tudo de forma amigável, mas o clube nos enviou uma contra-notificação negando-se a pagar, Então, não nos resta outra coisa a fazer", disse.

Por meio de seu departamento de comunicação, o Palmeiras mantém sua posição e prefere não comentar o assunto.

"O Palmeiras entende que não está em débito com o Ceará. Se houver necessidade, o clube vai se manifestar sobre essa questão nos fóruns competentes", disse a nota enviada ao UOL.

Também procurado pela reportagem, o ex-presdiente Mauricio Galiotte preferiu não falar sobre a questão.

Entenda o impasse entre os clubes

O valor que o Ceará diz ter para receber refere-se à mais valia na venda de Arthur Cabral. Pelo contrato feito com o Basel, o Palmeiras tinha direito a 30% do lucro obtido pelos suíços numa futura venda de Cabral.

Pelos cálculos do Ceará, na venda do centroavante para a Fiorentina, esse valor total ficou em torno de R$ 24 milhões, do qual entende ter direito à metade.

O próprio Palmeiras, no entanto, vale frisar, não recebeu um centavo com a negociação entre os clubes europeus. Isso porque, no fim de 2021, o Alviverde vendeu antecipadamente ao Basel seu percentual dos lucros de uma futura venda do jogador.

O UOL apurou que o valor recebido pelo Palmeirs na época foi menor que os R$ 24 milhões a que teria direito se tivesse esperado pela venda à Fiorentina. Mas, com o caixa apertado, o Alviverde usou o montante para manter o seu fluxo de caixa no fim do ano passado.