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Libertadores - 2022

Quem é Leonardo Ponzo, argentino preso por racismo em Corinthians x Boca

Leonardo Ponzo (à esquerda), argentino preso por racismo em Corinthians x Boca, em foto ao lado a Rafael Di Zeo em 2020 - Reprodução/Facebook
Leonardo Ponzo (à esquerda), argentino preso por racismo em Corinthians x Boca, em foto ao lado a Rafael Di Zeo em 2020 Imagem: Reprodução/Facebook

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

27/04/2022 13h14

Detido por ato racista na noite de ontem (26), durante jogo entre Corinthians e Boca Juniors pela Copa Libertadores, o argentino Leonardo Ponzo tem 42 anos, é comerciante, mora a quase 900 km de Buenos Aires e é fã de um líder da torcida organizada do clube argentino.

Ele foi preso em flagrante no intervalo da partida, após imitar um macaco no setor visitante da Neo Química Arena. Foi indiciado por injúria racial, passou a noite detido em uma delegacia e foi solto na manhã de hoje (27) após o pagamento de fiança no valor de R$ 3 mil.

Ponzo mora na cidade de Bowen, na província de Mendoza, a cerca de 10 horas de viagem de Buenos Aires. Apesar da distância, com alguma frequência ele organiza excursões à capital para jogos do Boca Juniors. A última, com base em suas publicações nas redes sociais, foi em 13 de fevereiro, para uma partida contra o Colón que acabou empatada por 1 a 1. Após o episódio de ontem, no entanto, o Boca avisou que estuda uma punição ao indiciado.

Sua relação com o clube passa também pela idolatria a Rafael Di Zeo, o chefe de La 12, a maior torcida organizada do Boca Juniors. Ponzo tem mais de uma foto publicada em suas redes tietando Di Zeo, que comanda o grupo desde os Anos 1990, já foi preso inúmeras vezes e está proibido de entrar em jogos na Argentina pelo envolvimento em brigas de torcida.

Ainda segundo suas redes sociais, Ponzo é pai de dois meninos, um deles com deficiência. Também compartilha publicações que defendem a meritocracia e criticam o feminismo. Comerciante, ele é dono de um armazém na cidade em que mora e exibe seu negócio em um patrocínio ao time local: o logotipo do comércio aparece nas costas do uniforme do Deportivo Bowen, clube que disputa jogos de futebol amador na região.

Mesmo com a soltura sob fiança, o rito processual deve ser mantido na Justiça brasileira, e Ponzo pode vir a ser julgado por injúria racial. De acordo com o artigo 140 do Código Penal, ele poderia ser condenado a até três anos de prisão, além de multa.

Ontem à noite, o indiciado já estava preso e não viu, mas em campo o Corinthians venceu o Boca Juniors por 2 a 0 com dois gols do volante Maycon. A vitória colocou o Alvinegro na liderança do grupo E da Libertadores com seis pontos, enquanto o time argentino caiu para a lanterna com três.

Torcedor do Boca Juniors foi detido após imitar macaco em direção a corintianos nas arquibancadas da Neo Química Arena - NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO - NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Torcedor do Boca foi detido após imitar macaco em direção a corintianos na Arena
Imagem: NELSON GARIBA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
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