Em meio ao caos e aos horrores de uma guerra por conta da invasão russa ao seu território, a Ucrânia vive um futuro incerto em todos os níveis. No âmbito esportivo, o futebol local também sofre as consequências do conflito: os clubes anunciaram o encerramento do campeonato local, sem a definição de um campeão nesta temporada. A seleção principal, envolvida na disputa por uma vaga na repescagem da Copa do Mundo, ainda não se reuniu neste ano.
No podcast Futebol sem Fronteiras #47 (ouça na íntegra no episódio acima), o colunista Julio Gomes e o correspondente internacional Jamil Chade receberam Rafael Reis, colunista do UOL. Eles debateram sobre o cenário do futebol ucraniano, tanto de clubes como da seleção, que está na disputa por uma vaga na Copa do Mundo do Qatar.
"É muito importante entendermos que essa é uma guerra que acontece na Ucrânia, mas é um conflito entre a Rússia e o Ocidente. É algo muito grave. Em 22 anos passando pelos corredores da ONU, raramente vi uma situação de tanta tensão e um clima tão pesado. Estamos no século 21 e voltamos a falar de armas nucleares. Sempre que um país está em guerra, o futebol acaba sendo engolido, mas também serve como instrumento", comentou Jamil.
Ao dar um panorama sobre o cenário atual do futebol ucraniano, Julio mostrou que alguns clubes, como Shakhtar Donetsk e Dynamo Kiev, estão ativos. "A Ucrânia tem um compromisso com a Escócia, ainda sem data definida, pelas eliminatórias da Copa-2022. Os clubes do país estão disputando amistosos. Os jogadores foram autorizados a sair do país e estão jogando partidas pela Europa para arrecadar dinheiro e também para entrar em condições de jogo para o que vier pela frente", disse o colunista do UOL.
Em decisão em caráter extraordinário da Fifa, atletas e treinadores estrangeiros que estavam em clubes de futebol da Rússia e da Ucrânia foram autorizados a defender outras equipes. São os casos, por exemplo, de Maycon e Júnior Moraes (Corinthians), Pablo (Flamengo), Alan Patrick (Internacional) e Júnior Alonso (Atlético-MG), que voltaram ao futebol brasileiro. Agora, os clubes ucranianos tentam se reerguer, como mostrou Jamil.
"O Shakhtar Donetsk foi autorizado a se reunir no exterior e, desde a semana passada, vem fazendo amistosos com dois objetivos: arrecadar dinheiro para a questão da crise humanitária ou para a resistência contra a invasão russa, e levar a narrativa ucraniana da guerra. Usar cada uma dessas partidas para comover e fazer a propaganda do lado ucraniano. É um gesto bastante tradicional em uma situação de guerra. Mais uma vez, o futebol é utilizado como um instrumento de propaganda e de arrecadação de recursos", colocou o correspondente internacional e colunista do UOL.
Reis falou como a tensão entre Rússia e Ucrânia afeta o futebol europeu há um longo período. "Já faz dez anos que a Uefa sempre manipula os seus sorteios para evitar o encontro entre russos e ucranianos. Desde a invasão da Crimeia, no começo da década passada já há essa artimanha, tanto no sorteio das competições de clubes quanto nas de seleções. Apesar de a guerra Rússia-Ucrânia ser de 2022, há uma longa tensão que a Uefa já reconhecia e evitava os confrontos entre eles", contou o colunista do UOL.
"Também é para voltar a ter esses jogadores mais ou menos em forma. Eventualmente, vai acontecer esse jogo contra a Escócia. A previsão é de que ele possa acontecer em junho para ter o classificado da Europa da Copa. Prevejo que a Escócia pode passar. Se a Ucrânia passar, pode ter certeza de que a partida e o entorno serão de celebração da resistência ucraniana"
Ouça o podcast Futebol sem Fronteiras e confira também como o Shakhtar Donetsk, conhecido por contratar um grande número de jogadores brasileiros, tornou-se um nômade até mesmo dentro da Ucrânia - e o dia em que Jamil Chade viveu uma história inusitada em um hotel de Kiev envolvendo o clube ucraniano.
Não perca! Acompanhe os episódios do podcast Futebol sem Fronteiras todas as quintas-feiras às 16h no Canal UOL.
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