'Deu tristeza e infelicidade, não posso ajudar o Flu", diz Abel no adeus
O técnico Abel Braga se despediu dos torcedores do Fluminense na noite de hoje (28), através de um vídeo publicado pela TV oficial do clube. O treinador, que deixou o comando do time nesta manhã, se disse orgulhoso pelo trabalho realizado nesta passagem pelas Laranjeiras — quando foi campeão do Carioca —, mas apontou que já não estava mais feliz.
Abel Braga, que foi criado no Tricolor, treinou a equipe em quatro oportunidades e dá adeus tendo comandado o time, ao todo, em 354 partidas, sendo o segundo técnico com mais jogos na história do clube, atrás apenas de Zezé Moreira, que tem 474.
"O motivo maior de eu ter sentado com toda a direção e conversado, chegado a esse acordo, é que eu sei exatamente, entendo perfeitamente, essa aflição, essa angústia, essa dor, essa tristeza, porque o torcedor viu coisas incríveis na decisão do Carioca, contra um grande clube, que era considerado favorito, e é considerado favorito, neste momento, em todas as competições que disputa. E não viram um Fluminense covarde, um Fluminense com medo, [viram] um Fluminense jogando em cima, sem medo. Foi algo incrível", disse.
"Então, de repente, por esta performance tão boa, ter ficado sei lá quantos jogos ganhando consecutivamente, acho que nove ou 10 jogos sem sofrer gols... Daqui a pouco aquela coisa mudou um pouco. De repente, eu e vocês ficamos mal acostumados. E a verdade é essa: eu senti a cada jogo essa angústia do torcedor, e essa angústia vinha para mim. A gente mudava alguma coisa, uma maneirinha, alguns nomes, e a coisa foi ficando pesada para se carregar. Veio em mim uma certa infelicidade. E vocês sabem que eu sempre disse que eu só trabalho onde estou feliz. Então, cheguei a um acordo que era o momento. A receptividade da direção foi extraordinária. Saio orgulhoso de ter dado o meu melhor novamente a este clube", completou.
Abel indicou a possibilidade de estar em Curitiba para acompanhar o duelo do Flu com o Coritiba, no Couto Pereira, domingo, pelo Campeonato Brasileiro.
Posteriormente, ressaltou que não tem mais a intenção de trabalhar como técnico no futebol brasileiro, e abriu as portas para novas funções:
"Quero agradecer a todos. Como treinador, não me verão mais no Brasil. Tive convite para outras funções, vamos ver o que vai dar, o que vai acontecer. Se surgir uma oportunidade lá fora, aí são outros 500, até por não ter essa quantidade de jogos. Essa dor que estava sentindo achava que estava mexendo com meu emocional, minha vida mental. Isso me deu preocupação, mas, acima de tudo, tristeza e infelicidade. Não posso ajudar o Fluminense estando infeliz. Levo, mais uma vez, com muito mais força, esse clube no meu coração".
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