Novo interessado no Chelsea torce pelo United e já levou banho de Hamilton
O que você acharia de um torcedor do rival comprar seu clube? Pois pode acontecer com o Chelsea, que recebeu hoje (29) uma proposta de 4,25 bilhões de libras esterlinas do bilionário Jim Ratcliffe (mais de R$ 26 bilhões). O valor equivale a menos de um terço da fortuna pessoal do interessado, que já tem larga experiência com investimentos no esporte.
Ratcliffe já foi a pessoa mais rica do Reino Unido em 2018, mas caiu para a quinta posição da lista. Ele já foi nomeado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II e sua fortuna passa dos 16 bilhões de dólares, segundo a Forbes (cerca de R$ 80 bilhões). Ele fez a vida no ramo petroquímico, sendo fundador e dono da gigante Ineos, conglomerado que produz desde plástico e óleo sintético até químicos usados em antibióticos.
Para se ter ideia do tamanho de sua fortuna, um cálculo rápido. O valor da oferta ao Chelsea é quase o que Jim Ratcliffe economiza em impostos anuais desde que se mudou da Inglaterra para Monaco, em 2020. O principado é um paraíso para bilionários por ter impostos baixos em comparação a países vizinhos, por isso os negócios de Ratcliffe agora recolhem 4 bilhões de libras esterlinas a menos em imposto. Na prática, ele poderia comprar um Chelsea por ano só com esta manobra fiscal.
O bilionário é reconhecidamente torcedor do Manchester United, mas a decepção com a atual administração faz ele preferir colocar o dinheiro em outro lugar. "Nós não queremos ser o dono do dinheiro burro. Eles [United] estão em apuros do ponto de vista do negócio: não acertaram na seleção de um treinador, não compram bem e gastam mal em jogadores", disparou Ratcliffe em entrevista ao jornal The Times.
O interesse da Ineos no esporte ganhou tração em 2017, com a compra do primeiro clube de futebol: o FC Lausanne, da Suíça. No ano seguinte o grupo adquiriu uma equipe da America's Cup, a regata do iatismo mais famosa do mundo. Em seguida foi a vez da melhor equipe de ciclismo da Inglaterra.
Hoje Ratcliffe é dono do Nice, da França, e também de um time marfinense, o Racing Club Abidjan, que funciona quase como um centro de captação de jogadores para os clubes europeus. Nesta estrutura, o Chelsea seria a quarta peça nesta rede de futebol, mas sem dúvida a mais importante. A proposta de compra inclui 2,5 bilhões de libras de transação e mais 1,75 bilhão para investimento nos próximos dez anos.
Outro grande investimento da Ineos é na Fórmula 1. O grupo comprou 33% da equipe Mercedes em dezembro de 2020, por valor mantido sob sigilo. Não à toa os carros exibem a Ineos em lugar de destaque, e o próprio Ratcliffe já levou banho de champanhe de Lewis Hamilton no pódio do GP da Espanha do ano passado.
O Chelsea foi colocado à venda no mês passado, após Abramovich ser sancionado pelo governo britânico por seus laços com o presidente russo Vladimir Putin —uma reação à invasão da Rússia à Ucrânia. O interesse de Ratcliffe chega duas semanas após o final do prazo estipulado para propostas, e o clube inglês ainda não se pronunciou se a oferta será considerada.
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