São Paulo deve R$ 65 milhões a dois superagentes, aponta balanço do clube
Na ânsia de reforçar o time, e muitas vezes sem ter dinheiro em caixa, as últimas gestões do São Paulo lançaram mão de um expediente conhecido no futebol e recorreram a dois dos maiores empresários de jogadores do Brasil. Levantamento da reportagem com base no balanço financeiro publicado pelo clube, mostra que o Tricolor tem dívida de R$ 65 milhões com os agentes André Cury e Giuliano Bertolluci.
O valor pode aumentar, uma vez que juros e correções monetárias são aplicados na maioria dos casos. Ou até diminuir, se o São Paulo fizer acordo com os credores e conseguir desconto.
A origem dos débitos é variada. Para Cury, a título de remuneração pelo serviço de intermediação na venda de direitos federativos de Paulo Henrique Ganso para o Sevilla-ESP, em 2016, Cury tem direito a receber R$ 4,5 milhões do clube.
Outra venda feita pelo Tricolor e que contou com a participação de Cury foi a saída de Lucas Pratto. Por ter intermediado o negócio com o River Plate-ARG, em 2018, Cury deve receber pelo menos R$ 3,7 milhões do Tricolor.
O São Paulo deve ainda mais R$ 4,5 milhões à Link Assessoria Esportiva, de propriedade de Cury, pela atuação da empresa na contratação do atacante Alexandre Pato, que estava no Tianjin Quanjian-CHI. O empresário também não recebeu os valores por ter feito o negócio.
Além disso, o balanço do clube do Morumbi registra débito de R$ 18,7 milhões diretamente com Cury, fruto de empréstimo com o agente no valor de R$ 13,7 milhões. O valor foi usado para que o Tricolor comprasse o atacante Raniel, que estava no Cruzeiro.
Os recursos para o pagamento ao time mineiro saíram da conta de Cury. Assim, segundo o São Paulo, o débito com Cury é de 31,4 milhões. Porém, no fim do mês passado, a Justiça de São Paulo determinou que o clube pague R$ 26 milhões a Cury pelo negócio envolvendo Raniel, o que elevaria a dívida para mais de R$ 38 milhões.
Mais dívidas
Já os débitos do clube do Morumbi com o empresário Giuliano Bertolucci são todos relacionados à intermediação na venda de jogadores, pelas quais o São Paulo precisa pagar as comissões aos agentes envolvidos nas operações.
O menor valor que Bertolucci tem a receber é da negociação de Thiago Mendes com o Lille, da França, na qual o empresário deve embolsar R$ 578 mil. Pela venda de Helinho ao Red Bull Bragantino, ele tem direito a R$ 2,6 milhões.
A transação entre São Paulo e Ajax para que Antony jogasse na Holanda rendeu a Bertolucci R$ 5,1 milhões, que o Tricolor ainda não pagou. O mais recente negócio envolvendo o superagente e um jogador que era do Tricolor foi a venda do atacante Brenner para o Cincinatti FC, dos Estados Unidos, e que vai fazer Bertolucci ganhar R$ 4,2 milhões.
Mas o maior negócio envolvendo o agente e o clube do Morumbi aconteceu em 2018, quando o São Paulo vendeu o zagueiro Éder Militão ao Porto, de Portugal. Pela negociação, Bertolucci poderá receber R$ 21 milhões.
No balanço apresentado, o São Paulo registrou crescimento da dívida em 12%. O débito, que era de R$ 574 milhões em 2020, subiu para R$ 642 milhões. As despesas saltaram de R$ 488 milhões para R$ 560 milhões.
Se for levado em conta somente o ano de 2021, o São Paulo conseguiu reduzir o déficit, que caiu de R$ 129 milhões para R$ 106 milhões. Um dos pontos positivos do clube foi conseguir aumentar as receitas geradas em comparação ao ano de 2021. No ano passado, o São Paulo arrecadou R$ 465 milhões, superando os R$ 358 milhões do ano anterior. Ou um aumento de quase 30% nas receitas captadas no período.
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