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Castro critica instabilidade do Botafogo: 'Não podemos fugir da realidade'

Vitor Silva / Botafogo
Imagem: Vitor Silva / Botafogo

Do UOL, em São Paulo

01/05/2022 14h26

O técnico Luís Castro deixou clara a sua insatisfação com a atuação do Botafogo no empate por 1 a 1 contra o Juventude, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Essa foi a primeira vez do treinador português no estádio Nilton Santos, que contou com mais de 30 mil torcedores neste domingo (1).

"Quando nós olhamos um jogo e não ganhamos é porque perdemos alguma coisa. Não podemos esquecer o nosso desapontamento ou fugir da realidade. Não fizemos um jogo tão bom, não conseguimos fazer em campo o que realmente queríamos. Nunca fomos uma equipe estável ao longo do jogo. O lado emocional esteve muito presente e, quando isso acontece, rouba o lado racional. Agradecemos a torcida pela presença, estádio cheio. É fantástica a presença do público hoje. Não foi um bom dia para nós", lamentou o comandante do Fogão.

O treinador também fez questão de ressaltar que o time está em um período de construção e que o tempo ajudará muito na evolução física e tática do time para toda a temporada.

"Nós somos claramente uma equipe em construção. Temos alguns jogadores que não atuam há um bom tempo. Mas queremos ganhar, todos queremos vencer. Me agrada muito ver a minha equipe lutar até o final, mesmo quando não está jogando tão bem. É uma torcida esperançosa, então temos que ter esperança no futuro. Temos que seguir o mesmo caminho, com a identidade do clube", disse Castro.

Veja mais trechos da entrevista coletiva do técnico do Botafogo

Clássico no domingo (8)

"Todos os clássicos são apaixonantes, onde há muita alegria, tristeza, frustações. O futebol é isso. Flamengo e Botafogo será assim. Mas não sabemos o que irá acontecer até o dia do jogo. Jogar clássicos é ótimo para nós treinadores. O ritmo do futebol brasileiro, o calendário, é muito intenso. Difícil. Essa cultura do país, é com o tempo que vamos nos adaptando"

Mudanças no jogo

O Tchê Tchê é um jogador que dá ritmos diferentes ao jogo, tem uma boa visão do campo e nos ajuda muito. A entrada do Diego Gonçalves também foi importante, pata os laterais jogarem mais por dentro. Sabíamos que era um risco colocar o Matheus (Nascimento), já que o Chay fazia um bom jogo. Mas optamos por um jogador mais próximo do Erison. Não conseguíamos o que queríamos. Foi uma partida mal jogada por nossa parte. Muita entrega, mas foi mal jogado"

Pressão nos jogadores

"Quantas vezes vocês tiveram textos que li e achei horríveis e outros que achei fantásticos? Todos nós temos esses dias. Nós do futebol podemos ter direito de errar também? Eu não gosto que o futebol seja uma tourada, em que alguém sai morto. Eu gosto de continuar batalhando e sem crítica para rebaixar os jogadores. Uma boa família é quando estamos juntos em momentos de dificuldade. Todos estão conscientes quando fazem bem ou fazem mal. É isso que interessa para mim"

Excesso de faltas

"Há poucos países que estão satisfeitos com o ritmo do jogo. Não podemos mudar uma cultura do dia para o outro. Não somos nós que vamos mudar isso (ter menos faltas, jogo mais corrido). Quando eu falo de família eu estou falando de união: torcida, gestão, diretoria, torcedores. Precisamos ter esse conceito ao longo da temporada. Quem constrói uma casa e vive dentro dela, às vezes sente frio, se molha. Às vezes vamos sentir desconfortáveis. Porém, sei que no futebol não há tempo. Aqui no Brasil costumam sair mais rápido, sem chegar ao nosso objetivo"